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HOMICÍDIO DOLOSO

Médico é preso após paciente morrer durante endoscopia

Um paciente faleceu nesta terça-feira (25), em uma clínica particular quando estava sendo atendido pelo acusado

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Imagem ilustrativa da notícia Médico é preso após paciente morrer durante endoscopia camera Leandro Augusto de Oliveira foi preso em flagrante | Reprodução

O suposto médico preso em flagrante na tarde desta terça-feira (25) em Marabá, sudeste do estado, foi encaminhado para o Centro de Triagem Masculino de Marabá (CTMM), onde responderá pelos crimes de homicídio com dolo eventual, exercício ilegal da Medicina e falsidade ideológica.

Leandro Augusto Alves de Oliveira foi preso em flagrante em uma clínica particular, localizada na Folha 32, na Nova Marabá, após o paciente Luiz Ribeiro da Silva, de 60 anos, que estava sendo atendido por ele, em uma endoscopia, vir a óbito no local.

Luiz Ribeiro veio a óbito durante a endoscopia
📷 Luiz Ribeiro veio a óbito durante a endoscopia |Reprodução

Investigação

O acusado estava sendo investigado desde setembro de 2021, após a Polícia Civil receber uma requisição do Ministério Público do Estado do Pará, no sentido de averiguar a existência de um suposto médico que estaria exercendo a Medicina de forma ilegal no município.

“Nós recebemos uma denúncia anônima de que esse senhor estava fazendo exercício ilegal de medicina, mas essa denúncia não tinha os dados, era uma denúncia anônima. Não era um típico caso, ele dependia de uma investigação mais apurada e essa investigação foi requisitada de imediato”, informou a promotora de justiça, Lorena Moura de Miranda.

Ao dar início aos procedimentos investigatórios foi verificado que o suposto médico denunciado possuía registro no CMR (Conselho Regional de Medicina) e diploma. “Foi necessário oficiar o MEC (Ministério da Educação), oficiar a faculdade onde o médico teria estudado e se formado. Com a informação dessa faculdade, tivemos que oficiar a segunda faculdade, que ele foi transferido, a Universidade Brasil”, informou o delegado Márcio Brasil.

Promotora de justiça, Lorena Miranda e delegado Márcio Brasil falaram sobre o caso na manhã de hoje
📷 Promotora de justiça, Lorena Miranda e delegado Márcio Brasil falaram sobre o caso na manhã de hoje |Luan James/ RBATV

Com base nas informações, foi verificado que o suposto médico não teria cursado do 1º ao 5º semestre (na Universidade privada de Guairá no Paraguaia), entre os anos de 2014 e 2016, pois nesta mesma época estava em Marabá, onde exercia o cargo de fonoaudiólogo pela Prefeitura de Marabá e em uma clínica particular da cidade.

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“Logo verificou-se uma inconsistência, uma impossibilidade factual, no sentido de que uma pessoa não pode estar em dois locais ao mesmo tempo, ele não poderia estar lá no Paraguai estudando e estar aqui em Marabá prestando atendimento na área de fonoaudiologia”, disse o delegado.

Triste coincidência

Por estar sendo investigado, na tarde desta terça-feira (25), os policiais souberam que o suposto médico estaria atendendo na clínica particular e se dirigiram ao local, onde passaram a abordar os pacientes e pegar as prescrições e receitas médicas dadas por Leandro Augusto.

Quando em dado momento, os policiais viram que uma ambulância do Samu chegou ao local. Os policiais entraram na clínica e foram informados de que um paciente que estava sendo atendido por Leandro havia falecido.

Diante dessa situação, ele foi preso em flagrante e conduzido para a Seccional de Polícia Civil. “Elaboramos o procedimento flagrancial por homicídio por dolo eventual, uma vez que ele não era médico e estava assumindo o risco de causar uma lesão ou a morte de alguém. Além disso, ele foi autuado por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica, uma vez que ele tem um documento verdadeiro, mas com informações falsas”, informou o delegado Márcio.

O policial informou ainda que naquele dia o médico seria autuado em flagrante e foi uma triste coincidência um paciente ter vindo a óbito. “Foi uma infeliz coincidência porque primeiro a Polícia Civil, o Ministério Público, os órgãos do estado eles prezam pela vida das pessoas. Por isso, da infeliz coincidência, o médico seria flagranciado naquele dia de qualquer forma. Nós já tínhamos documento em mãos para tanto. O fato de uma pessoa ter vindo a óbito naquele local só ratificou e corroborou as informações que nós tínhamos colhidos preliminarmente”, ponderou Márcio Brasil.

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