Quem busca atendimento no Hospital Municipal de Marabá (HMM), no sudeste do estado, está se deparando com a falta de estrutura. Um equipamento indispensável ao lidar com emergências não está tendo em quantidade suficiente: As macas.
“Não tem maca para receber os pacientes que estão vindo de emergência. Se chegar algum paciente aqui com infarto vai ser complicado porque não se tem uma maca pra atender o paciente. Eu cheguei com o meu cunhado, que quebrou o fêmur para ser atendido e pediram para aguardar dentro do veículo porque não tinha espaço para colocar dentro da emergência do hospital”, informou Cícero Roberto Dantas Pereira, que acompanhava o paciente na manhã desta segunda-feira (17).
Ele contou que o hospital está superlotado, a enfermaria não tem leito e dentro da emergência tem várias pessoas sentadas em cadeiras de rodas ou de plástico esperando para ser atendida, porque não tem maca para atender a população.
“O meu cunhado está na maca dentro do consultório médico, porque não tem lugar para ser atendido, os outros que estão no corredor estão deixando de ser atendido porque ele está lá dentro e outra pessoa não vai querer se consultar com ele lá dentro da sala. O consultório está interditado porque ele está lá esperando”, explicou o acompanhante, acrescentando que está revoltado com o descaso com a saúde pública em Marabá.
Cícero Roberto contou que chegou a procurar a administração do hospital e teria sido informado que a falta de insumos já foi comunicada a Secretaria Municipal de Saúde, mas até o momento nada foi resolvido.
“Inclusive, a porta deles (da administração) está quebrada e já foi solicitado o reparo. Está há vários dias abertas gastando o ar, não consegue refrigerar a sala porque não se tem uma porta que já foi solicitada”, disse.
SAMU
Além destes problemas, também chama atenção o fato de que as ambulâncias do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) que chegam com pacientes ficam retidas na casa de saúde porque as macas são usadas como leitos. Sem elas, as ambulâncias do Samu não podem sair para fazer novos atendimentos.
“O samu acabou de trazer mais duas pessoas e estão lá em cima da maca, porque não tem onde colocar os pacientes. Isso é frustrante pra gente que é cidadão, que paga impostos no dia a dia”, disse.
A situação também foi confirmada por outro paciente que esteve na casa de saúde no último domingo (16). “Ontem passei o dia no Hospital Municipal de Marabá e pra vocês terem uma idéia as viaturas do Samu estavam levando pacientes ao hospital e acabavam estacionando as viaturas, pois não tinha maca no hospital e os pacientes ficavam nas macas do Samu por longos tempos, prejudicando todo um serviço de socorro da cidade”, disse Cícero morador do Bairro Quilômetro 7, na Nova Marabá.
VEJA O VÍDEO DA SITUAÇÃO PREOCUPANTE NO HMM:
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APELO
Cícero Roberto Dantas lembra que no ano passado, o pai dele com câncer ficou internado três meses no hospital e ficava em uma cama sem colchão. “Eu sentir na pele tudo isso aqui, meu pai veio a óbito no hospital e nos últimos dias de vida ficava em uma maca sem colchão”, lembra.
Ele faz um apelo para os políticos olharem com mais atenção ao hospital. “Os políticos deveriam vir aqui com mais frequência para ver a situação do nosso povo e o que está se passando. Os profissionais que estão aqui dentro não são culpados, estão sendo rendidos por uma falha no sistema. A gente precisa que a população comece a cobrar do poder público para que algo seja feito”, clamou o homem.
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