
A Inteligência Artificial, que antes era tema somente de filmes e livros de ficção científica, está aí. Cada vez mais o tema se torna relevante pelas incríveis e muitas aplicações para seu uso, e a educação é uma delas. Quando se tem um projeto de IA que atua diretamente em um dos grandes problemas do Brasil, a corrupção, a situação chama mais atenção ainda.
Por isso, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) celebra o reconhecimento nacional de uma de suas integrantes. Giselle da Costa Batista, servidora do Instituto de Geociências e Engenharias (IGE) e aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Forenses (PGCF/Unifesspa), conquistou o primeiro lugar na categoria “Academia” do Prêmio INAC de Integridade, promovido pelo Instituto Não Aceito Corrupção, com o projeto Audit.AI, uma ferramenta inovadora voltada à detecção de corrupção em órgãos públicos.
Desenvolvido como seu projeto de mestrado, o Audit.AI é um sistema de inteligência artificial que utiliza técnicas de Processamento de Linguagem Natural (PLN) e aprendizado de máquina para analisar Processos Administrativos Disciplinares (PADs). O objetivo é identificar padrões associados à prática de corrupção, como assédio moral e sexual, improbidade administrativa e uso indevido de cargo público.
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Giselle e a equipe, que já haviam comemorado a indicação, celebraram o 1º lugar. A premiação foi realizada no último dia 16 de junho, no Theatro Municipal de São Paulo, durante o maior evento voltado à luta anticorrupção do Brasil. Ao subir ao palco, Giselle destacou a importância da formação recebida na Unifesspa e celebrou sua trajetória como mulher amazônida, pesquisadora e servidora pública.
“Ser aluna do primeiro mestrado em Ciências Forenses do Brasil e representar a Unifesspa em um evento dessa magnitude é uma honra. Esta conquista é coletiva e reforça o quanto a universidade pública é essencial para construir um país mais justo e íntegro”, comemorou a pesquisadora. “Todos sabemos que não é fácil pesquisar corrupção. Por isso, agradeço aos meus orientadores, professores Hugo Kuribayashi e Marcela Alves, e a toda a equipe do Audit.AI. Integridade não é só um valor, é essencial para a transformação”, afirmou emocionada.

Com 11 anos de dedicação à Unifesspa e formação em Administração, Giselle aliou sua experiência e ao compromisso com a integridade institucional. O sistema nasceu da experiência da servidora quando trabalhou na Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP). Atuando há mais de uma década na Unifesspa, Giselle percebeu na prática como era difícil saber onde estavam os maiores riscos. Foi então que pensou: “E se os próprios dados dissessem onde estão os problemas, em vez de eu ter que adivinhar?”.
O projeto integra ciência de dados, políticas públicas e compromisso institucional com a transparência, princípios fundamentais para a Unifesspa. Fruto de um esforço O projeto coletiva equipe, além de Giselle, conta com Ruan Vieira Rolim de Sá, Pedro Bacelar Moreira, Marcela Alves de Souza e Hugo Pereira Kuribayashi.
A ferramenta é capaz de processar grandes volumes de dados em poucos minutos, oferecendo relatórios detalhados e permitindo análises automatizadas de riscos, em conformidade com a metodologia da Controladoria-Geral da União (CGU). Além disso, inclui um chatbot interativo que facilita o entendimento dos relatórios gerados.

O sistema já foi testado com dados de diversas universidades e institutos federais, e pode ser utilizado por qualquer órgão da administração pública que deseje adotar práticas mais éticas e eficientes. Segundo Giselle, a ideia central foi inverter a lógica da investigação: “E se os próprios dados dissessem onde estão os problemas, em vez de eu ter que adivinhar?”.
O Prêmio INAC de Integridade tem como objetivo valorizar práticas inovadoras que contribuam para o enfrentamento da corrupção e para o fortalecimento de uma cultura de integridade no Brasil. Ao reconhecer o projeto Audit.AI, o INAC destaca a relevância da produção científica em instituições públicas como a Unifesspa, que desenvolvem conhecimento com impacto direto na gestão pública.
A conquista de Giselle reafirma o papel da universidade pública como espaço de excelência acadêmica, inovação tecnológica e compromisso com os valores democráticos e republicanos.
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