plus
plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Edição do Dia
Previsão do Tempo 28°
cotação atual R$


home
DESABAFO

Cabrini diz que passou fome ao fazer cobertura da guerra

Jornalista passou 23 dias em Kiev na Ucrânia para fazer a cobertura da guerra em um documentário

twitter Google News
Imagem ilustrativa da notícia Cabrini diz que passou fome ao fazer cobertura da guerra camera Roberto Cabrini foi enviado pela Record TV a Kiev, para vivenciar e reportar o que estava acontecendo na zona de guerra | Divulgação/Record

Para os profissionais do jornalismo, nem sempre é tão fácil fazer a cobertura de um acontecimento em tempo real, ou que está acontecendo nesse momento, o chamado factual. Quando se trata de acompanhar uma guerra, por exemplo, a situação pode beirar ao extremo. Foi isso o que aconteceu com o experiente jornalista brasileiro Roberto Cabrini.

Pouco tempo depois que o conflito entre Rússia e Ucrânia começou, Roberto Cabrini foi enviado pela Record TV a Kiev, para vivenciar e reportar o que estava acontecendo na zona de guerra, causada pela invasão russa. O resultado poderá ser assistido a partir deste domingo no documentário "O Expresso para Kiev com Roberto Cabrini", que mostrará aos espectadores detalhes e bastidores da cobertura do conflito que já dura mais de um mês.

Para gravar a produção, Cabrini, que também é editor-chefe da atração, conta que sua maior dificuldade durante os 23 dias que passou na Ucrânia foi se alimentar. Em conversa com o portal de notícias Splash do UOL, ele contou que o toque de recolher - que não permite que as pessoas saiam às ruas durante os horários estipulados - dificultou a rotina de alimentação. "Nos últimos tempos, passou-se a adotar um toque de recolher de 35horas, então era muito comum termos apenas o café da manhã", relata.

Se por um lado, o jornalista encontrou dificuldades para se manter alimentado em momentos de reclusão imposta pelo Estado, ele também se surpreendeu com o que viu quando pode finalmente ir até um supermercado ucraniano. "Eles estavam funcionando com certa normalidade, sem os alvoroços que acreditei que encontraríamos."

"As pessoas tentavam se manter o mais próximo com o que parecia ser uma rotina. Eu achava que encontraria algo como 'salve-se quem puder', com pessoas tentando construir grandes estoques, comprando muito? E não foi o que eu encontrei. Eu encontrei pessoas tentando manter a vida normal", declarou.

Vem aí os novos concursos da Sespa e Fasepa

Outro fato que chocou o jornalista foi a discrepância entre o que estava sendo divulgado quanto a população e o que ele encontrou na cidade: "No começo, diziam que apenas10% de Kiev estava lá, o que não é verdade, porque quase metade da população ainda está lá", disse.

"Entre um ataque e outro, pessoas saiam de casa para tentar recuperar o que era possível, saiam em família, com carrinho de bebês, passeando com cachorros. E de repente, os ataques voltavam a acontecer e a cidade mudava de novo", salientou.

Para gravar a produção, Cabrini, que também é editor-chefe da atração, conta que sua maior dificuldade durante os 23 dias que passou na Ucrânia foi se alimentar
📷 Para gravar a produção, Cabrini, que também é editor-chefe da atração, conta que sua maior dificuldade durante os 23 dias que passou na Ucrânia foi se alimentar |Divulgação RecordTV

Ao todo, foram 23 dias de viagem de Roberto Cabrini e o repórter Edrien Esteves que se transformaram no documentário "Expresso para Kiev", a ser exibido no "Câmera Record". A Splash, o apresentador explicou o nome da produção.

"A chegada em Kiev traz algo arrebatador: imagine um trem que só sai algumas vezes,chegando em Kiev, uma cidade sitiada e cercada, constantemente atacada", elucida,sobre a situação do país que vem sendo bombardeado pelo exército de Vladmir Putin.

Veja se vale a pena trocar a gasolina pelo etanol

"No momento em que esse trem chega - sempre de madrugada - todas as luzes devem se apagar porque a luminosidade torna o trem um alvo, então é um frio na espinha que se espalha por todos os vagões, entre os condutores e os passageiros", acrescenta Cabrini.

"É um momento muito nervoso, e a gente usa a figura deste trem como o fio condutor de um grande documentário onde a gente mostra todas as hipocrisias e as contradições dessa guerra, que faz a população civil ser a que mais perde, que faz esta dualidade de valores e de recursos serem colocados em jogos desde a madrugada do dia 24 de fevereiro, quando a Ucrânia foi invadida. Então, 'Expresso para Kiev' é o fio condutor onde mostramos os bastidores da nossa cobertura e da nossa própria guerra.

A viagem para a cobertura jornalística do conflito se iniciou na cidade polonesa de Medyka, na fronteira com a Ucrânia, depois em Lviv, cidade na qual ficou por seis dias antes de partir para Kiev. "Estivemos lá quando cada alvo era atacado. Fomos para zonas extremamente perigosas, como o local onde o jornalista do The New York Times morreu, estávamos a 20 km de lá."

Sogro de personal registra queixa policial contra sem-teto

Para Cabrini, era necessário estar no local para poder mostrar o verdadeiro drama dos refugiados. "É muito difícil e arriscado, mas você precisa se arriscar para fazer um bom trabalho."

"Este documentário mostra as dificuldades logísticas e psicológicas de cobrir essa área da guerra, e ao mesmo tempo, mostra os alvos civis que eram arrasados. Tivemos acesso aos prédios arrasados e mostramos como isso muda a vida das pessoas, as faz perderem tudo em apenas uma fração de segundos, quando mísseis, foguetes e artilharias atacam esses lugares. Tudo isso é mostrado em detalhes dramáticos eviscerais da cobertura."

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

    Mais em Brasil

    Leia mais notícias de Brasil. Clique aqui!

    Últimas Notícias