
Com a proximidade da Páscoa, cresce a insatisfação dos consumidores brasileiros com a qualidade do chocolate produzido em larga escala. A percepção de que o produto "é pura gordura e açúcar" tem se espalhado pelas redes sociais e é confirmada por especialistas do setor, que apontam alguns fatores que influenciam na qualidade do chocolate comercializado atualmente.
Mudanças na composição
Especialistas explicam que essa mudança está diretamente ligada a alterações na composição dos produtos, especialmente na substituição de ingredientes nobres por alternativas mais baratas. A manteiga de cacau, essencial para a textura e sabor do chocolate, tem sido gradativamente reduzida ou substituída por gorduras vegetais hidrogenadas, comprometendo a experiência sensorial do consumidor.
Além disso, há um aumento considerável na quantidade de açúcar, o que não apenas altera o sabor original do produto, tornando-o mais doce, mas também afeta sua textura, deixando-o menos cremoso e derretendo de maneira diferente na boca.
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Alta no preço do cacau
Outro fator determinante para a queda na qualidade do chocolate industrializado é a escalada nos preços do cacau no mercado internacional. Nos últimos dois anos, a tonelada do produto viu seu valor quadruplicar, ultrapassando a marca dos US$ 10 mil, o que forçou muitas empresas a reformularem suas receitas para reduzir custos. Como consequência, algumas marcas passaram a produzir itens denominados “sabor chocolate”, que possuem um percentual reduzido de cacau e maior concentração de ingredientes alternativos. De acordo com a legislação brasileira, para que um produto seja oficialmente considerado chocolate, ele precisa conter no mínimo 25% de cacau.
Reação dos consumidores
A insatisfação com essas mudanças tem sido amplamente expressa pelos consumidores, principalmente nas redes sociais, onde críticas a produtos populares vêm ganhando grande repercussão. Itens tradicionalmente conhecidos pelo sabor marcante, como o Choco Biscuit, da Bauducco, e bombons icônicos como Serenata de Amor e Sonho de Valsa, passaram por reformulações que desagradaram muitos consumidores. Vídeos comparando as versões antigas e atuais desses chocolates viralizaram, acumulando milhões de visualizações e provocando debates sobre a qualidade dos produtos vendidos no Brasil.
Tendências para o mercado
Diante desse cenário, especialistas alertam que, enquanto a indústria mantiver a estratégia de redução de custos, a tendência é que as mudanças na formulação dos chocolates industrializados continuem. No entanto, o crescimento da insatisfação dos consumidores também tem impulsionado uma busca por alternativas mais sofisticadas e de melhor qualidade. Chocolates artesanais e marcas que seguem padrões internacionais têm ganhado espaço, oferecendo produtos que preservam a manteiga de cacau e utilizam menor quantidade de açúcar, proporcionando uma experiência mais próxima da original.
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