Saiba quem são os famosos investigados na CPI das Bets

Criada em novembro de 2024, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas On-line foi prorrogada até meados de junho deste ano. A comissão investiga o crescimento do setor de jogos virtuais, suspeitas de lavagem de dinheiro por organizações criminosas e o papel de influenciadores digitais na divulgação dessas plataformas.

Nesta semana, as oitivas da CPI chamaram atenção com os depoimentos da influenciadora Virginia Fonseca e do ex-A Fazenda Rico Melquiades. Ambos foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a exercer o direito ao silêncio em perguntas que pudessem gerar autoincriminação, mas mesmo assim compareceram à comissão. Virginia negou ter assinado “cláusulas da desgraça” e afirmou não fazer “nada fora da lei”. Já Rico afirmou que seu patrimônio não veio “só de bets”, lembrando inclusive a vitória no reality da Record.

Outra personagem envolvida, a ex-BBB e advogada Adélia Soares, conseguiu habeas corpus no STF para não comparecer. Ela é acusada de ligação com a máfia chinesa e de abrir empresas de fachada para movimentar bilhões em apostas ilegais. A empresa Playflow, registrada com documentos falsos em Suzano (SP), teria movimentado cerca de R$ 2,5 bilhões em operações cambiais irregulares.

Veja também:

• Brasileiros gastam até R$ 30 bilhões por mês em apostas
• Governo pode proibir uso de aposentadorias em bets
• Veja por que esses influenciadores foram chamados para CPI!

A influenciadora Deolane Bezerra, que também responde por suspeita de lavagem de dinheiro, foi liberada pelo STF de comparecer tanto à CPI das Bets quanto à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas. Ela chegou a ser presa em 2024.

O empresário e influenciador Fernandin OIG, ligado ao polêmico "Jogo do Tigrinho", negou ser dono da plataforma em sessão no fim do ano passado. No entanto, segundo a relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), ele está associado ao cassino on-line Fortune Tiger, e sua empresa é suspeita de facilitar operações de apostas relacionadas a crimes financeiros.

Além dos já ouvidos, a CPI aprovou a convocação de outros nomes de peso das redes sociais e da música, como Felipe Neto, Viih Tube, Jojo Todynho, Wesley Safadão, Gusttavo Lima, Gkay, Tirulipa, Rodrigo Mussi e o casal Jon Vlogs e Pâmela Drudi, além de familiares de Deolane. Muitos desses pedidos foram feitos ainda em novembro de 2024, mas as datas das oitivas ainda não foram definidas.

Apesar dos poderes judiciais atribuídos às CPIs, o STF tem reforçado que os direitos constitucionais devem ser preservados, como o direito ao silêncio e à não autoincriminação. A expectativa é que os próximos depoimentos mantenham o ritmo tenso das últimas sessões, enquanto a comissão tenta mapear a complexa teia entre apostas, influenciadores e possíveis práticas ilegais.

Impacto das bets no Brasil

Dados de levantamentos realizados pelo Banco Central (BC), revelaram que os brasileiros chegaram a gastar até R$ 30 bilhões por mês em apostas esportivas online somente no primeiro trimestre de 2025.

De acordo com Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, aumento expressivo do volume de dinheiro destinado às apostas esportivas pode gerar instabilidade na atividade econômica, influenciar o risco de inadimplência e, consequentemente, elevar os juros cobrados no país.