Uma vida sexual ativa vai além do prazer: a medicina a considera um hábito significativo para a melhora do sono, redução do estresse e fortalecimento do sistema cardiovascular. Nesse contexto, o orgasmo é o clímax a ser alcançado.
No entanto, a dificuldade ou incapacidade de atingir esse ápice, mesmo com estímulo e excitação, configura a anorgasmia, uma disfunção sexual que pode afetar profundamente a saúde mental e a qualidade de vida.
Mulheres são mais afetadas: A anorgasmia incide com maior frequência no público feminino. Especialistas apontam que fatores como tabus culturais em torno do prazer da mulher e o desconhecimento sobre o próprio corpo contribuem para o quadro.
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A Complexidade do Orgasmo
Antes de abordar a disfunção, é essencial compreender o ápice sexual. O orgasmo é um processo fisiológico e psicológico complexo, onde cérebro, genitais e outras regiões sensíveis trabalham em conjunto, coordenados por nervos e hormônios, para a resposta sexual.
- Desejo (libido);
- Excitação (emoção);
- Orgasmo (clímax);
- Resolução (sensações pós-sexo).
O Diagnóstico: Tipos de Anorgasmia
A anorgasmia é a incapacidade de atingir o orgasmo. É importante diferenciá-la da assexualidade, que é a ausência voluntária de interesse em ter relações sexuais.
A disfunção é classificada em quatro tipos principais:
- Primária: Pessoas que nunca conseguiram atingir o orgasmo.
- Secundária: Pessoas que já tiveram orgasmos, mas deixaram de tê-los devido a um episódio físico ou psicológico.
- Situacional: Ocorre apenas em condições específicas (com determinado estímulo, parceiro, ou preliminares).
- Induzida por Medicamentos: Causada por alguns antidepressivos e remédios para ansiedade.
🩺 Causas Físicas e Psicológicas
As causas da anorgasmia são diversas, e segundo artigo publicado na revista científica Research, Society and Development, elas podem estar relacionadas a traumas, alterações físicas ou fisiológicas, atingindo principalmente mulheres.
- Causas Físicas (Foco em Mulheres):
- Problemas no assoalho pélvico.
- Queda do hormônio estrogênio na menopausa.
- Cirurgia de histerectomia (remoção do útero).
- Doenças como endometriose.
- Causas Psicológicas (Homens e Mulheres):
- Ansiedade e depressão.
- Estresse financeiro.
- Visão negativa sobre o sexo (educação religiosa/cultural repressiva).
- Histórico de abusos sexuais.
Alerta para Homens: Não Confunda
Embora a incidência seja menor, os homens também podem desenvolver anorgasmia. O urologista Juliano Plastina ressalta a importância de um diagnóstico correto.

“A anorgasmia não deve ser confundida com ejaculação retardada (quando o orgasmo acontece, mas demora muito) ou com disfunção erétil (dificuldade em manter a ereção). Na anorgasmia, o orgasmo simplesmente não ocorre, ou ocorre sem prazer, mesmo que haja ereção e até ejaculação”, explica o médico.
Impacto na Vida e no Relacionamento
A dificuldade em atingir o clímax pode gerar insegurança, afetar a autoestima e, em alguns casos, desencadear sintomas de depressão. A disfunção também causa desgaste na intimidade do casal, afastamento afetivo e discussões.

“O orgasmo não é apenas o final prazeroso da relação sexual: ele tem papel na saúde física e mental. Durante o clímax, o corpo libera endorfinas e ocitocina, hormônios ligados ao prazer, relaxamento e bem-estar. A ausência desse momento pode trazer consequências importantes”, alerta Plastina.
💡 O Caminho para o Tratamento
O tratamento para a anorgasmia é complexo e exige uma abordagem individualizada e multidisciplinar. Não existe uma "receita pronta" e as terapias podem incluir:
- Administração de medicamentos.
- Terapia sexual.
- Terapia de casal.
A autoinvestigação e a busca por novos estímulos, como brinquedos sexuais ou variação nas preliminares, também são recomendadas para estimular o corpo e o cérebro.
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