
Um estudo divulgado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) nesta quinta-feira (27) revelou que o Brasil possui 144 unidades de pesquisa dedicadas à inteligência artificial (IA), posicionando-se como um dos principais hubs da área na América Latina. Entre 2000 e 2022, o país ocupou o 15º lugar no ranking mundial de publicações científicas sobre IA, mas caiu para a 20ª posição após a pandemia, reflexo de desafios como a redução de investimentos e a desaceleração de projetos durante a crise sanitária.
O documento, intitulado "Panorama Brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação em Inteligência Artificial", mapeou avanços, políticas públicas e investimentos no setor, destacando o potencial da IA para impulsionar setores estratégicos, como agricultura, saúde e energia.
Distribuição geográfica: Sudeste e Norte lideram
A maior parte das unidades de pesquisa está concentrada no Sudeste e Norte do país. São Paulo lidera com 41 centros, seguido pelo Amazonas (22), Rio de Janeiro (14), Minas Gerais (13) e Pernambuco (10). Segundo o CGEE, essa distribuição reflete tanto a histórica centralização de recursos em regiões desenvolvidas quanto esforços recentes para fortalecer capacidades locais.
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“A proximidade geográfica entre universidades, indústria e governo facilita a colaboração e a criação de ecossistemas inovadores”, explicou o centro, que é uma organização não governamental focada em estudos de ciência e tecnologia.
Investimentos: setor privado multiplica recursos públicos
Até 2028, os investimentos em IA devem chegar a R$ 22 bilhões, com o setor privado contribuindo com R$ 3,34 para cada real aplicado pelo governo. Essa sinergia evidencia o papel da IA como catalisadora de desenvolvimento tecnológico e econômico.
"A IA é uma ferramenta multiplicadora. Seus impactos são visíveis em setores como manufatura, saúde e logística", destacou o estudo.
Setores estratégicos e aplicações práticas
- Indústria e manufatura: 30 unidades de pesquisa focam em automação e eficiência produtiva.
- Saúde: 25 centros desenvolvem soluções para diagnóstico médico e gestão hospitalar.
- Agricultura: Projetos usam IA para monitoramento de safras e otimização do uso de recursos.
- Mobilidade e logística: 15 unidades trabalham com sistemas de transporte inteligente.
Desafios e oportunidades
Apesar do avanço, o relatório aponta a necessidade de reduzir desigualdades regionais e ampliar a conexão entre pesquisa e mercado. Para o CGEE, a priorização de setores como indústria e saúde revela domínios estratégicos, mas é essencial diversificar aplicações e incluir mais estados no ecossistema de inovação.
“O futuro depende de políticas que integrem universidades, empresas e governo, criando uma rede nacional de inovação”, concluiu o centro.
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