No primeiro dia da Confederação Nacional das Seguradoras na Conferência do Clima, em Dubai, o presidente Dyogo Oliveira participou de debate sobre o papel que seguradoras e instituições financeiras estão adotando na transição climática. O setor segurador desempenha papel fundamental fornecendo cobertura securitária para pessoas, organizações e governos , cada vez mais expostos a riscos climáticos físicos e de transição, e influenciando stakeholders da sua cadeia de valor, adotando condutas socioambientais responsáveis em todas as suas interações.
Dyogo esteve no painel “Transição Financeira Justa – Um caminho para Bancos e Seguradoras” , organizado pela UNEP FI – programa de iniciativa financeira da ONU para meio ambiente e Organização Internacional do Trabalho, ao lado de Laurence Pessez, diretora de responsabilidade social e meio ambiente do BNP Paribas e Carmen Lopez Clavero, primeira secretária da embaixada da Suécia em Amã.
“O impacto da transição climática é desigual entre os países e entre as classes sociais. Desafortunadamente a transição climática impacta mais os países mais pobres e as classes de menor renda. O seguro pela sua natureza significa compartilhamento de risco entre diferentes atores e, portanto, é o instrumento mais adequado para compensar as classes menos favorecidas dos danos que elas vão sofrer com a transição climática”, disse. “Para alcançar essa meta, nós precisamos espalhar produtos por toda a sociedade. Infelizmente hoje temos importantes gaps especialmente em países mais pobres”.
De acordo com o relatório do UNEP FI em parceria com a OIT para assegurar uma transição climática justa é preciso reduzir a lacuna de proteção societária. Para eles, é preciso aumentar a participação do seguro na sociedade brasileira e especialmente nos grupos mais vulneráveis. Hoje existem mais de 8 milhões de brasileiros vivendo em áreas de risco. Esses números levam em consideração o último censo realizado em 2010, mas especialistas estimam que nos dias de hoje essa população seja de mais de 10 milhões.
Por isso, o Seguro Social Contra Catástrofe seria um importante instrumento que funcionaria como um instrumento de proteção e amparo financeiro para essa população vulnerável a desastres provocados por chuvas, inundações, alagamentos ou desmoronamentos. Pela proposta apresentada ao governo, o seguro proporcionaria uma indenização emergencial e auxílio funeral para vítimas de calamidades públicas.
“Acreditamos que essa é uma importante contribuição do setor segurador para minimizar os efeitos que as mudanças climáticas. Quando olhamos para o Brasil, eu vejo que nos últimos anos, duas milhões de residências foram afetadas por inundações e se olharmos mais de perto, as mais afetadas são as famílias de baixa renda. Por isso, precisamos considerar essa realidade quando desenhamos produtos financeiros sustentáveis.
Além disso, disse Dyogo, temos que aumentar o percentual de seguro no agronegócio brasileiro. Hoje apenas 10% da área plantada têm seguro rural.
De acordo com o estudo da UNEP FI e OIT, serão necessários mais de US$ 125 trilhões de investimentos na questão climática que se dividem entre atividades verdes e de baixo carbono, mudanças para descarbonizar a indústria e reduzir o consumo de combustíveis fósseis e a construção e adaptação de atividades para comunidades afetadas.
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