
Em uma iniciativa que une responsabilidade social, sustentabilidade e inclusão, a Unimed Belém realizou na última quinta-feira (20), a doação de, aproximadamente, 400 kg de enxovais hospitalares que não possuem mais condições de uso em suas unidades da rede própria para a Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe). A cooperativa, formada por mulheres em situação de privação de liberdade e coordenada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), transforma os materiais em novos produtos, gerando renda e promovendo a reinserção social.
A iniciativa é parte do Programa Reciclo da Unimed Belém, que possui o objetivo de realizar o processo de transformação de um material - cuja primeira utilidade terminou - em outro produto, por meio da reciclagem, gerando economia de matérias-primas, água e energia, sendo menos poluente, aliviando os aterros sanitários, cuja vida útil é aumentada.
Os enxovais doados, provenientes das Unidades da Rede Própria da Unimed Belém, ganham nova vida nas mãos das mulheres da Coostafe. Com criatividade e habilidade, elas reaproveitam os tecidos para confeccionar bolsas, ecobags, almofadas, enfeites e outros itens que são comercializados posteriormente. A ação não só evita o descarte inadequado desses materiais, mas também fortalece um ciclo de economia circular, onde resíduos são transformados em oportunidades.
Para as mulheres da Coostafe, a iniciativa vai além do aspecto financeiro: representa também a possibilidade de remissão de pena. Além disso, o trabalho com os enxovais hospitalares oferece uma chance de desenvolver habilidades, resgatar a autoestima e se preparar para um futuro mais digno após o cumprimento da pena. “Através da arte elas podem divulgar a criatividade delas, tudo aquilo que elas tiveram oportunidade de aprender, se capacitar dentro do sistema penal, elas vão colocando as habilidades para fora. A gente trabalha com corte e costura, bordado, pintura, com o artesanato de forma geral, tudo em cima também da sustentabilidade e do tema amazônico”, conta Narayana Brotas, tutora da Coostafe.
A custodiada Jessica Pereira, conhecida como Jhonny, conta que aprendeu na Coostafe uma profissão que pretende levar para o futuro. “A única coisa que eu sabia era desenhar. Eu não sabia costurar, não sabia pintar, aprendi tudo aqui. É uma coisa que eu e uma amiga de trabalho, a gente quer levar para fora, a gente quer fazer o nosso atelier lá fora”, diz.
Glauce Pantoja, o Simon, atua na cooperativa há dois anos e também desenvolveu muitas habilidades ao longo dos anos. “Eu nunca trabalhei assim lá fora, desenhar, pintar, eu pensava que eu não tinha a capacidade de fazer isso. Nós aprendemos muito, uma ajuda a outra aqui. Eu comecei pela costura, mas eu me apaixonei mais pela pintura. A gente fica muito feliz quando chegam as doações da Unimed, os pedaços de tecido viram luxo pra nós”, afirma.
Thais Salgueiro, analista de Responsabilidade Socioambiental da Unimed Belém, explica que a doação reforça o compromisso com práticas sustentáveis e socialmente responsáveis. “Ao invés de descartar os enxovais que não podem mais ser utilizados em hospitais, a empresa optou por uma solução que beneficia tanto o meio ambiente quanto a comunidade. A ação está alinhada aos princípios ESG (Environmental, Social, and Governance), que priorizam a sustentabilidade e o impacto social positivo”, afirmou Thais. Em junho de 2024, a Unimed Belém doou cerca de 780 kg de materiais para a Coostafe. Já em novembro do mesmo ano, foram 696 kg.
Além disso, a iniciativa chama a atenção para a importância do reaproveitamento de materiais em um mundo que enfrenta desafios ambientais cada vez maiores. Ao transformar lençóis hospitalares em novos produtos, a Coostafe e a Unimed Belém mostram que é possível conciliar sustentabilidade, inclusão social e geração de renda.
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