
Nem sempre o acesso ao ensino superior se dá apenas por mérito acadêmico ou vocação. Para muitos jovens brasileiros, especialmente os que enfrentam barreiras sociais e econômicas, chegar à universidade depende de muito mais: acesso à informação, orientação adequada e preparação de qualidade. Pensando nisso, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), lançou uma nova iniciativa que pretende fortalecer cursinhos populares em todo o país.
A partir desta terça-feira (22), estarão abertas as inscrições para integrar a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), projeto que vai selecionar 130 propostas de cursinhos gratuitos focados na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros vestibulares. O edital já está disponível no site da Fiocruz, e as inscrições devem ser feitas por meio da plataforma Prosas até o dia 6 de maio. O resultado com a lista dos inscritos será divulgado no dia seguinte, no portal do MEC.
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Segundo o edital, terão prioridade na seleção os cursinhos que não contam com nenhum tipo de apoio financeiro - seja ele direto ou indireto. A proposta da rede é fornecer suporte técnico e recursos para instituições que atendem majoritariamente jovens da rede pública em situação de vulnerabilidade, como pessoas negras, indígenas, com deficiência e de baixa renda.
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As iniciativas inscritas deverão seguir as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio e abranger o conteúdo exigido pelo Enem, com carga horária mínima de 20 horas semanais. Além disso, será obrigatório oferecer atividades complementares voltadas à promoção da saúde, da cidadania, da inclusão e de uma formação antirracista e anticapacitista.
DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À UNIVERSIDADE
Para o presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Hugo Silva, a rede representa um passo decisivo na democratização do acesso à universidade. “Em um país marcado pela desigualdade, são nesses espaços, em conjunto com a política de cotas, que se constroem estratégias e ferramentas para avançar na educação superior para juventude periférica”, afirma.
“Por isso, é urgente que esses cursinhos sigam existindo e se inscrevam no edital da Rede Nacional de Cursinhos Populares, para obter apoio didático, financeiro e de capacitação para professores”, acrescenta Hugo.
INVESTIMENTO E APOIO
O projeto contará com um investimento inicial de R$ 24,8 milhões para o biênio 2024-2025, o que permitirá atender até 5.200 estudantes ainda no primeiro ano. A meta é ampliar esse alcance ao longo dos próximos anos: até 2027, a previsão é de que cerca de 324 cursinhos populares recebam apoio, totalizando R$ 99 milhões investidos.
A CPOP nasce com uma missão ambiciosa: fortalecer os cursinhos comunitários, alinhar sua estrutura pedagógica ao Enem, aumentar o acesso de grupos historicamente excluídos às universidades públicas e, com isso, renovar o interesse da juventude brasileira pela principal porta de entrada no ensino superior federal.
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