“Paixão de Vigia”. Esse é o título de um projeto selecionado pelo Edital de Artes Visuais- Lei Aldir Blanc Pará 2020, lançado pela Secretaria de Estado de Cultura, ano passado.
Trata-se de uma exposição itinerante de obras do pintor vigiense Antônio Coutinho, projetada para acontecer em Vigia de Nazaré, Castanhal e Belém. O projeto contempla uma versão digital chamada de “Galeria de Arte Vigilenga”, que abrigará, não só as obras de Coutinho, mas também de outros artistas plásticos do município.
CONFIRA AQUI TODAS AS OBRAS DA EXPOSIÇÃO
“Esforço-me para que a minha obra enxergue por outro ângulo o cotidiano, as coisas comuns, simples de um lugar ou das próprias pessoas deste lugar que expresso”, diz o artista vigiense.
A habilidade de Coutinho poderia se enquadrar em vários gêneros da pintura clássica; vê-se nas 20 obras do projeto - pintadas com as técnicas acrílico sobre tela e óleo sobre tela. Identificam-se os traços do Cubismo, Romantismo e até do Impressionismo representado, por exemplo, na tela “Vigilenga em frente o mercado de peixe” que se destaca entre as “marinhas” inspiradas, é claro, na terra natal do artista.
O pai de Antônio Coutinho, Manoel Leal (já falecido) era conhecido como “Seu Neném”, pintava igrejas, casas e murais. Antônio pinta temas religiosos com perfeição. No seu ateliê montado em Vigia, ele passeia com delicadeza por muitos gêneros: “paisagem”, “natureza-morta”, “retrato”; explora temas históricos e religiosos; a mitologia amazônica inspirou uma série de telas; a pesca é outro tema recorrente na obra do pintor que se especializou também na ornamentação de igreja – no Brasil (Santíssima Trindade – Belém/PA, Matriz de São José, Paróquia de Cristo de Rei – Castanhal-PA, entre outras).
Obras de sua autoria já foram incorporadas a projetos do arquiteto Aurélio Meira, que vê na obra do artista vigiense a humildade do ser humano e a universalidade da pintura: “A paleta do Antônio Coutinho mixa suas cores com o olhar da humildade e adiciona a grandiosidade universal à sua obra”, disse o arquiteto.
Movido pela força de suas raízes, e misturando diversas técnicas, as obras de Coutinho revelam um olhar carregado de encantamento pelas pessoas, cultura, cotidiano, religiosidade, lendas e a rica natureza de Vigia de Nazaré, município paraense distante 96 quilômetros de Belém (PA).
A EXPOSIÇÃO
“Paixão de Vigia” é a terceira de uma série de exposições que não precisam de muita explicação para se identificar o lugar onde Antônio Coutinho nasceu. Ele carrega a sua Vigia de Nazaré na ponta dos pincéis, nas cores e no coração, desde que começou a pintar aos onze anos de idade. Suas obras navegam com as vigilengas em frente ao mercado, visitam a memória de músicos vigiense, festejados com o retrato de Raimundo Nogueira (“Parafuso com seu bombardino”) acompanham o homem que vai à pesca e retorna na noite escura. Percorrem ainda lendas amazônicas e a religiosidade popular reportada no “Mastro do Divino”; as brincadeiras do “pau-de-sebo” e “quebra-pote” presentes em telas com certo traço de “arte naife”, cheias da alegria de uma cidade antiga e permanentemente festiva.
Sob as restrições da pandemia da Covid-19, as exposições presenciais foram suspensas, mas não estão descartadas, para que o projeto subsidiado com recursos da Lei Aldir Blanc seja efetivado.
O SITE
A galeria virtual foi “inaugurada” no sábado, 24 de abril, com a exposição de 20 obras de Antônio Coutinho. O público pode navegar pelas obras. O internauta pode conhecer a biografia do autor e assistir a um vídeo que conta, nas palavras do próprio Coutinho, o começo de sua vida artística, influências, mestres e a paixão por Vigia de Nazaré, sua cidade natal.
Veja na internet
Site: vigilengadasartes.com.br
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