No próximo dia 20 de dezembro, o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas (Cojan) completa 20 anos de abertura. Inaugurado em 2002, o prédio abriga hoje os principais salões dedicados à arte contemporânea brasileira para as regiões Norte e Nordeste. A Cojan está instalada em uma edificação construída no século XVIII, e hoje, faz parte do complexo arquitetônico Feliz Lusitânia.
A construção que foi criada para ser a residência de Domingos da Costa Bacelar também já serviu como instalação do Hospital Real Militar, cujo projeto ficou a cargo do arquiteto bolonhês Antônio Landi. Após a desativação do hospital, o espaço manteve funções militares, abrigando a 5ª Companhia de Guarda do Exército. Na execução do Projeto Feliz Lusitânia, que visa a readequação do núcleo histórico de Belém, o espaço foi restaurado e adaptado ao uso museológico.
O rico acervo do espaço é formado, hoje, por várias coleções de arte moderna, contemporânea e fotografia, que apresentam obras de artistas locais e nacionais. A partir de 2005, foi feita a transferência de parte das coleções que estavam sob a guarda do Museu do Estado para a tutela das Onze Janelas. A transferência, atendendo critérios de tipologia e recorte temporal, permitiu o enriquecimento do acervo e obedeceu ao perfil museológico de cada instituição para ter a guarda das coleções pertencentes ao Governo do Pará. As salas Ruy Meira, Gratuliano Bibas, Valdir Sarubbi e o Laboratório das Artes permitem um fluxo intenso de mostras, consolidando a Casa como espaço de referência para a Arte Contemporânea Brasileira.
“Temos um dos mais importantes museus de arte contemporânea dentro de um espaço histórico que representa a identidade da Amazônia. A Casa das Onze Janelas é um dos mais importantes equipamentos culturais do Estado e representa, acima de tudo, a nossa resistência na cultura, nas artes visuais, nas artes como um todo. Termos um equipamento que recebe exposições temporárias de arte contemporânea, durante o ano todo, é importante não apenas para movimentar o mercado artístico e cultural da nossa região, mas para criar e apresentar a nossa população o conceito que se produz hoje em dia de arte e cultura. Completar 20 anos representa, principalmente, um processo afirmativo de que a cultura é sim importante, que a arte é importante e que a produção artística deve se manter, se perpetuar e ser cada vez mais incentivada e fomentada no corredor artístico de Belém e de nosso Estado”, afirma o Secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas.
“De 2019 pra cá, o espaço vem se consolidando enquanto lugar de fala de grupos sub-representados como profissionais negros, pessoas com deficiência, indígenas e outros grupos historicamente minorizados. Através das ações educativas e mediações fundamentadas na proposta triangular de Ana Mae Barbosa, o movimento cresce e ganha relevância junto à temática de diversidade e inclusão dentro e fora das organizações. Pois, a cada ano construindo um ambiente de trabalho mais plural e inclusivo,por meio da implementação de cinco projetos: Mediações educativas, Atelier Arte nas Onze (oficinas), Atelier Aberto (voltada às comunidades das minorias de bairro), Animação Cultura e Patrimônio e o Projeto Encontro na Casa (conversa com artista). Temos como premissa fortalecer a diversidade e a cultura inclusiva abrindo as portas do museu para a comunidade e novos artistas. Assim, impulsionamos verdadeiramente a cultura na direção de uma sociedade mais justa, proporcionando espaços maiores de troca, confiança e permanência, aumentando a sensibilidade sociocultural e trazendo novas vertentes e perspectivas a serem pensadas pela SECULT e seus espaços”, comenta, Sanchris Santos, Diretora do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas.
Preservação
O espaço, que estava fechado desde 2016, recebeu diversos reparos em suas instalações e foi reaberto e entregue ao público em setembro de 2019 pela atual gestão do Governo do Estado. O prédio recebeu diversos reparos em suas instalações, desde a rede elétrica e de ar-condicionado até reformulações estruturais e de segurança. O Sistema de Prevenção e Combate a Incêndio tmbém foi atualizado, bem como a sinalização de emergência foi implantada com placas indicativas de emergência e detectores de fumaça instalados, visando a preservação da vida e do patrimônio histórico.
A área destinada ao restaurante também recebeu adaptações para atender as novas funções gastronômicas do local. Com o intuito de aprimorar o modelo de ocupação da área, foi construída uma cobertura – a maior intervenção realizada na obra – que possibilitou o uso da varanda Guajará em períodos de chuva e sob o sol da manhã.
Os banheiros já existentes também foram reformulados e foi criada uma área de serviço independente da cozinha. Na época, também foram realizados reparos no trapiche flutuante e na cobertura da Corveta Solimões nas instalações elétricas e de ar condicionado. Todos os reparos no espaço arquitetônico secular somaram um de investimento de R$ 4.361.992,70 do Governo do Pará.
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