Uma das mais marcantes tragédias envolvendo incêndios no Brasil aconteceu em 27 de janeiro de 2013, quando o forro acústico da boate Kiss, em Santa Maria (RS), pegou fogo por conta de faíscas de materiais pirotécnicos.
As chamas provocaram pânico generalizado e outros diversos fatores fizeram com que centenas de pessoas ficassem presas no interior do local. Ao todo, 242 pessoas morreram por inalarem gases tóxicos emitidos pela queima do material acústico e outras 636 ficaram feridas.
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Já em Belém, no dia 4 de setembro de 1999, um grande incêndio destruiu uma das mais famosas boates da cidade na época: a Mystical. Em 2023, o incidente completou 24 anos e o DOL traz nesta quinta-feira (28) mais um #TBT para relembrar sobre o que ocorreu naquela fatídica data.
O INCÊNDIO
Era madrugada de sábado (4 de setembro de 1999). A boate Mystical, frequentada por diversos tipos de público, recebia mais uma noitada de muita música para todos os gostos. Ela ficava localizada no bairro do Reduto, em Belém, mais precisamente na rua Municipalidade, entre as travessas Benjamin Constant e Rui Barbosa.
A festa, que começou na noite de sexta-feira (3), não estava com a grande quantidade de público habitual dos sábados e domingos, que costumava beirar três mil pessoas, a capacidade máxima do ambiente. Apesar disso, tinha um volume considerável de frequentadores. De repente, chamas que iniciaram nas cortinas que faziam parte da decoração do ambiente tomaram conta do local rapidamente, assustando a todos.
O PÂNICO
Com o fogo se alastrando, as pessoas não viram outra saída que não fugir do local às pressas. Em pânico, algumas chegaram a pular os muros por trás da boate Mystical, que dá acesso à casas localizadas na viela Rafael Ferreira Gomes. Seguranças da boate até tentaram apagar as chamas com extintores, mas tudo foi em vão.
Segundo relatos de testemunhas do incêndio, demorou cerca de 30 minutos para que toda a boate estivesse tomada pelo fogo. A grande quantidade de materiais inflamáveis no ambiente, como espumas de isolamento acústico, cortinas e estruturas em madeira teriam favorecido para que as chamas consumissem tudo.
AS VÍTIMAS
Como a reação das pessoas foi rápida, quase todos que estavam no local conseguiram sair. No entanto, após o Corpo de Bombeiros Militar do Pará chegar na boate e debelar as chamas, um corpo carbonizado foi encontrado em um mezanino sobre o palco da Mystical. A vítima foi identificada como sendo o eletricista Airlon Carneiro Oliveira, de 36 anos na época. Ele era natural do Maranhão e estava em Belém apenas de passagem.
Segundo informações levantadas pelo Jornal Diário do Pará na época, seis pessoas teriam ficado feridas. Uma delas, Djalma Santos Frazão Sobrinho, de 40 anos, teve parte do rosto e do braço queimados. Ele chegou a ficar internado com ferimentos graves e teve alta tempos depois.
O QUE PROVOCOU O INCÊNDIO?
Segundo as informações repassadas pelas equipes da Polícia Civil do Pará na época, havia duas hipóteses para o que teria provocado o incêndio. Uma delas era de que o fogo iniciou a partir de um curto-cirtuito no sistema elétrico da boate Mystical. Já a outra apontava que alguém teria sido responsável por colocar fogo em uma lã de aço e, após girá-la em uma performance pirotécnica, faísca atingiram uma cortina e a espuma de isolamento acústico, iniciando as chamas e o pânico.
O laudo da perícia técnica do local apontou que a causa do fogo foi mesmo a performance com a lã de aço em chamas. Os Bombeiros também apuraram que a vítima morreu carbonizada pois estava dormindo embriagada por trás de um sofá que estava no mezanino.
O proprietário da boate, André Lobato, mais conhecido como "Kaveira", respondeu processos por homicídio culposo na Justiça por cerca de 10 anos e acabou sendo absolvido. Após o ocorrido, a Mystical ainda teve uma segunda versão localizada no final da avenida Tamandaré, em Belém, e outra em Fortaleza (CE).
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