Com a série “Mangueiras”, a artista visual Paula Giordano conquistou o Prêmio Portfólio FotoDoc 2023, sendo a única paraense selecionada na premiação. Em novembro deste ano, haverá uma exposição com os ganhadores dentro da programação do Festival FotoDoc, em São Paulo. No próximo dia 5 de outubro, a artista apresenta a exposição “Catarse de Devoção”, terceira individual de sua carreira, que mostra a relação dos devotos do Círio de Nazaré com a corda, na Galeria Benedito Nunes, em Belém.
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O Portfólio FotoDoc é um dos maiores concursos de fotografia documental do país e, para a vencedora, é uma honra ter participado dele. “Ter meu trabalho reconhecido pelo júri do Prêmio Portfólio FotoDoc 2023, composto por Érico Elias, diretor artístico do Festival FotoDoc, Elcio Ohnuma, coordenador de fotografia na Escola Panamericana, além da curadora Mônica Maia e dos fotógrafos Nair Benedicto e Tuca Vieira, faz com que eu me sinta muito motivada a seguir trabalhando, em busca do que é mais humano na fotografia. As relações, as histórias, as vivências experienciadas e o despertar de diálogos transformadores são aspectos importantes no meu trabalho”, afirma a fotógrafa.
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Paula Giordano é artista visual e médica. Realiza pesquisas e projetos fotográficos autorais que buscam um diálogo com a expressão de sentimentos e emoções, relacionados aos dilemas existenciais do ser humano, bem como trabalhos com um viés documental, que transitam no campo da antropologia, ao investigar as relações do homem com o meio e a religiosidade.
HUMANO
A série premiada, “Mangueiras - Um território de resistência e afetos”, consiste num ensaio de oito imagens, sobre a maior comunidade quilombola de Salvaterra, no Marajó. “A regra nesta categoria consiste num ensaio de oito imagens. Dessa maneira busquei construir uma pequena narrativa visual que dialogasse com as histórias de Mangueiras, desde as ruínas da primeira casa construída naquele território, às histórias individuais das pessoas que conheci e convivi. Alteridade e dignidade foram o fio condutor do trabalho, enfocando as relações e a vida cotidiana”, descreve.
A artista conta que conheceu a comunidade Mangueiras presencialmente em setembro de 2021, durante uma imersão de sete dias dentro da comunidade, através do Projeto Bem Querer Marajó, idealizado e orientado pelo fotógrafo João Ripper, vivendo e se relacionando com as pessoas.
“No meu primeiro dia ali, ouvi de Noemi, liderança do local: ‘Mangueiras é uma comunidade de coragem. ’ Aquilo ressoou em mim e me despertou o desejo de narrar”, lembra.
“Coragem é ‘a capacidade de agir apesar do medo, do temor e da intimidação’. A Comunidade Quilombola de Mangueiras, sem dúvida, é um território fundado por exemplos de coragem, que vibra em cada um de seus 620 habitantes. Desde os antepassados escravizados que fugiram das fazendas até as famílias que atualmente vivem ali. São histórias de resistência e isso me interessa, faz eu me questionar sobre meu papel na sociedade e como contribuir com mudanças. Apesar de ser considerado o quilombo ‘mãe’ do Marajó, ainda não é titulada, possui apenas certificação de território quilombola emitida pela Fundação Palmares em 2001”, ela detalha.
"No meu primeiro dia ali, ouvi de Noemi, liderança do local: ‘Mangueiras é uma comunidade de coragem. ’ Aquilo ressoou em mim e me despertou o desejo de narrar.” Paula Giordano, médica e fotógrafa
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