A Virada Sustentável Amazônia - Belém, evento que será realizado entre os dias 23 e 26 de novembro, em Belém, divulgou as primeiras atrações que farão parte de uma programação cultural variada e intensa, que vai de apresentações musicais, passando por teatro, dança, atividades infantis, performances, artes visuais e muitas outras.
Entre essas atrações, está Mestre Damasceno, um dos maiores representantes atuais da cultura marajoara. Compositor, cantor e repentista, nasceu em uma família de colocadores de boi-bumbá e, desde os 19 anos, atua em diversas manifestações populares, como o carimbó e o próprio boi-bumbá. Junto com seu grupo, os Nativos Marajoaras, Mestre Damasceno canta sobre o Marajó, a natureza, sobre o tempo, os rios, sobre suas ocupações de pescaria, de artesanato, sobre encantarias e a influência da lua nas águas.
Quem também subirá aos palcos da Virada Sustentável Amazônia é o Bando Mastodontes. O grupo, formado por profissionais de várias expressões artísticas e que tem sua origem fortemente ligada ao movimento teatral de Belém, possui uma sonoridade que mistura a cultura popular com a cena contemporânea, além de uma performance que é um verdadeiro espetáculo.
E por falar em palco, uma das grandes atrações da edição de Belém da Virada, sem dúvida, é o espetáculo que será protagonizado pela Orquestra Amazônia, que convidará grandes nomes da música paraense, como Aíla, Gigi Furtado, Jeff Moraes, Juliana Sinimbu, Luê e Naieme. A orquestra será regida pelo jovem maestro paraense Renan Cardoso.
A Virada Sustentável é considerada o maior evento de sustentabilidade do Brasil e, pela primeira vez, será realizado em Belém. O conceito da programação é proporcionar um evento feito por Amazônidas para Amazônidas. A programação, que foi pensada por um time de quatro curadoras do cenário cultural do Pará, está sendo desenvolvida com o objetivo de, junto com especialistas da área, destacar uma ampla gama de trabalhos artísticos que demonstram a diversidade e a riqueza da cultura paraense.
Liderada por Moara Tupinambá, Renée Chalu, Cláudia Peniche e Adriana Cruz, a curadoria da Virada em Belém, assegurou que a programação fosse totalmente enraizada na cultura local, incluindo uma variedade de formas de expressões, como teatro, dança, música, performance, contação de histórias e uma apresentação de orquestra.
De acordo com André Palhano, cofundador da Virada Sustentável, a construção da Virada Sustentável em Belém tem sido feita com muito cuidado, respeito e, acima de tudo, muita escuta, envolvendo a comunidade, especialistas e a cena cultural local.
“A gente quer contribuir com o debate sobre sustentabilidade nesse território tão fundamental, que é a Amazônia, dialogando com a arte e a cultura da região. Para isso, uma curadoria com profundas raízes na região é essencial para trazer essa autenticidade e visão própria. Tenho certeza que esta edição vai superar todas as nossas expectativas e trazer grandes aprendizados para o público e para o festival”, garante André.
Teatro – As artes teatrais também serão um dos destaques da programação. Uma das peças de maior sucesso do Pará, Solo de Marajó, do Grupo Usina, vai ocupar as ruas do Complexo Ver-o-Rio. No monólogo, protagonizado por Cláudio Barros, o ator apresenta oito histórias, que constroem um retrato da vida do povo amazônida, especialmente o marajoara, inspiradas no universo literário de Dalcídio Jurandir.
O Grupo Dirigível de Teatro traz uma linda e poética história sobre o processo de se descobrir existindo e sobre existir na Amazônia no espetáculo Manga Curumim. O trabalho traz uma alquimia entre elementos visuais, textuais e musicais.
Já no campo das artes visuais, 17 artistas atuantes na cena paraense foram convidados para compor uma obra conjunta gigante, que ficará exposta no Porto Futuro. Serão 17 triedros, cada um inspirado em um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organizações das Nações Unidas (ONU).
Outra intervenção que promete chamar a atenção é a Eggcidente, do artista holandês Henk Hofstra. A obra, que já foi exibida em diversas cidades do mundo, é uma metáfora em tamanho gigante sobre os riscos que enfrentamos por causa do aquecimento global. Nela, Hofstra traz ovos estalados e prontos para serem fritos, com o nosso Planeta sendo a própria frigideira.
O renomado fotógrafo Araquém Alcântara leva para o Complexo do Ver-o-Rio a exposição “Amazônia das Crianças”, que retrata a vida, brincadeira e o cotidiano de 14 crianças amazônicas em seus diferentes territórios.
Protagonismo local - A construção da edição de Belém da Virada Sustentável Amazônia foi realizada, desde o começo, de forma compartilhada, com o protagonismo de atores locais e em um processo de muita escuta. Foi a partir dessa metodologia, por exemplo, que se chegou ao time de artistas selecionados, aos locais do evento e seu formato.
"Nesse processo, foi que surgiu a ideia de contemplar, o máximo possível, os rios que banham Belém. A programação está integrada e voltada para a beira-rio, atendendo à essa demanda trazida no processo de construção do festival. Além disso, também buscamos descentralizar a programação para as periferias da cidade, que foi outra demanda surgida com base nas escutas do nosso conselho criativo, formado por ativistas locais. Dessa forma, vamos levar uma parte da programação para a Usina da Paz do Jurunas e, também, teremos um palco no Ver-O-Rio, para contemplar a população da Vila da Barca, junto com uma exposição fotográfica”, explica a coordenadora da Virada Sustentável Amazônia Belém, Mayrá Castro.
Ainda nesse contexto de escuta ativa e construção de pontes, um dos pontos altos da Virada será o “Toró de Ideias”, um encontro com atores de diversos setores, com o objetivo de fomentar um grande debate e proposição de ideias sobre temas relacionados à COP 30 e à sustentabilidade no território amazônico. A ideia é que as propostas extraídas desse momento possam servir de base para a elaboração de um documento, que será entregue às autoridades sobre a Belém da COP.
SOBRE A VIRADA
A Virada Sustentável é o maior festival de sustentabilidade do Brasil. Envolve articulação e participação direta de organizações da sociedade civil, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais, equipamentos culturais, empresas, escolas e universidades. Tem como objetivo apresentar uma visão positiva e inspiradora sobre a sustentabilidade e seus diferentes temas para a população, gerando reflexão e discussões a fim de promover um futuro sustentável e reforçando as redes de transformação e impacto social existentes.
Desde 2011, a Virada Sustentável já realizou mais de 40 edições pelo Brasil em cidades como São Paulo, Manaus, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Campinas, Sinop (MT), Ilhabela / São Sebastião, Valinhos (SP) e Fortaleza e agora chega em Belém.
Em todos esses anos, contamos com a colaboração de milhares de organizações da sociedade civil na construção e realização do festival. Um modelo colaborativo e de escuta ativa em cada cidade que nos acolhe.
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