
Uma das paixões nacionais e bebidas mais consumidas pelos brasileiros, te´ra um reajuste no valor em breve.
Após meses de forte alta, o preço do café pode finalmente dar um alívio ao bolso dos brasileiros. A expectativa do Itaú BBA, que, em sua mais recente edição do relatório Visão Agro, prevê uma queda nos preços nos próximos meses, impulsionada pela intensificação da colheita no país e pelo aumento da oferta no mercado, sobretudo de café robusta.
Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o café moído acumulou alta de 77,88% em 12 meses até junho deste ano. Apesar do salto expressivo, o ritmo de alta começou a desacelerar: a inflação do produto caiu de 4,59% em maio para 0,56% em junho.
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As projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicam que a safra brasileira de 2025/26 deve alcançar 40,9 milhões de sacas de café arábica e 24 milhões de sacas de robusta. Enquanto a produção de arábica deve cair 6,4% em relação à safra anterior, a de robusta deve crescer 14,8%.
A melhora na oferta representa um alívio para a indústria, que enfrentou nos últimos ciclos um cenário de alta nos custos da matéria-prima e que precisou repassar aumentos aos consumidores. Com a recuperação da produção de robusta, a expectativa é de retomada na formulação de blends com maior presença desse grão, uma estratégia que havia sido limitada nos últimos dois anos, devido a quebras de safra no Brasil e no Vietnã.
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Outro fator que pode aliviar a pressão sobre os preços é a expectativa de maior oferta global em 2025/26, o que deve reduzir a disputa por matéria-prima entre exportadores, torrefações e a indústria de café solúvel. No entanto, o Itaú BBA alerta para o impacto da nova legislação europeia antidesmatamento (EUDR), que pode estimular uma antecipação das compras por parte dos importadores, como ocorreu no ano passado.
O consumo interno, por sua vez, deve se recuperar de forma lenta. O aumento acumulado nos preços nos últimos anos levou parte dos brasileiros a optarem por cafés de menor valor agregado.
A volatilidade cambial também segue no radar. O relatório do Itaú BBA destaca que, mesmo com queda nas cotações internacionais, uma eventual desvalorização do real pode comprometer os ganhos esperados, especialmente para empresas com custos dolarizados, atuação no mercado externo ou dívidas em moeda estrangeira.
No cenário internacional, a tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos também pode afetar o mercado. As tarifas anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump no dia 9 de julho elevaram a preocupação global. Ainda assim, o banco avalia que substituir o Brasil como fornecedor de café não é tarefa simples, já que o país lidera a produção de café arábica com 42% do mercado, seguido por Colômbia (13%) e Etiópia (12%). A maioria dos outros países tem participação bem mais modesta.
Os Estados Unidos, maior consumidor mundial de café, consomem cerca de 25 milhões de sacas por ano, a maior parte de café arábica, o que reforça a importância do Brasil na cadeia global do setor. Mesmo que parte da demanda americana migre temporariamente para outras origens, o efeito sobre os preços tende a ser inflacionário, o que poderia reduzir o consumo.
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