O que é genuíno em nós mesmos? Essa é a reflexão trazida pelo fotógrafo Matheus Clima na nova exposição "Esperando Navio", que foi aberta nesta quinta-feira (5), na Galeria Azimute, no Complexo Cultural Vila Container, no bairro de Nazaré, em Belém.
A exposição que explora a dualidade entre o natural e o digital, usando rostos escaneados e materiais naturais para criar um diálogo sobre identidade e superficialidade.
As obras mesclam folhas e penas com elementos artificiais, refletindo sobre como as redes sociais fragmentam nossas percepções e comercializam nossa individualidade. Inspirada em uma música que questiona "quem é mais feliz, quem vive do lado daqui ou quem chega de lá?", a exposição convida o espectador a confrontar a tensão entre o que somos e o que projetamos ser.
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É uma reflexão crítica sobre a dualidade entre o eu real e o eu digital. As obras, apresentadas em metacrilato, criam um ambiente onde o espectador não apenas vê a arte, mas também se vê refletido nela.
A escolha de material destaca a interseção entre a identidade pessoal e a imagem pública, amplificando a sensação de que, nas redes sociais, nos tornamos produtos de nossa própria criação.
"A exposição tem como tema conversar, dialogar, debater ou criar e instigar as pessoas a pensar sobre a relação que a gente tem com as redes sociais e como elas moldam a nossa personalidade, como elas apagam as subjetividades, as nuances da nossa personalidade, ou espetacularizam muitas coisas que são muito particulares", explicou o expositor, Matheus Clima.
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Segundo o artista, a arte tem um poder transformador, tanto para o criador quanto para o observador. Ele afirma que ela tem a capacidade de abrir novas janelas de entendimento, desafiando a forma como enxergamos o mundo.
"Quando crio, busco provocar, instigar, quero que quem vê se conecte com algo mais profundo dentro de si, desbloqueando memórias e vivências e questionamentos. A arte não sendo apenas o belo, o comercial, o papável, mas sendo essa ferramenta de diálogo, análise e mudanças, tanto pra mim quanto pra quem observa", explicou Matheus.
A exposição ficará aberta ao público, com entrada gratuita, todos os dias, de 9h às 22h, até o dia 3 de novembro.
Edição: Antônio Santos
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