Pioneira da Ciência: legado de Clara Pandolfo vira documentário

Experiências que aproximam teoria e prática ganham ainda mais valor na formação de profissionais comprometidos com a valorização da história da Amazônia. Foi com esse espírito que um grupo de alunos do polo digital da Faci Wyden participou das gravações do documentário “Clara Pandolfo: uma cientista na Amazônia”, produção que celebra a trajetória da primeira mulher química formada na região Norte e uma das pioneiras no pensamento científico sobre o desenvolvimento sustentável da floresta.

A atividade integrou o processo de gravação do documentário, que convidou os estudantes a acompanharem de perto o trabalho de campo, observando técnicas de filmagem, iluminação e composição de cena. As gravações ocorreram em diferentes pontos de Belém, como a Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Praça da República, e se transformaram em uma verdadeira aula prática sobre linguagem audiovisual e registro documental.

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A iniciativa conta com o apoio do Instituto Yduqs reforçando o compromisso com ações que unem educação, cultura e valorização da memória amazônica. Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do grupo educacional Yduqs, organização da qual a Wyden faz parte, destaca o compromisso de ambas as organizações em gerar um impacto positivo para o desenvolvimento da cultura no Brasil: “Entendemos que, ao apoiarmos projetos culturais que são realizados em nosso país, fortalecemos também o vínculo entre educação e vivência cultural, beneficiando diretamente a trajetória acadêmica e profissional dos estudantes. Além disso, o investimento na cultura contribui para a formação de cidadãos mais conscientes, capazes de enfrentar os desafios do mundo contemporâneo com criatividade e inovação”, conclui.

Segundo Aurimar Freitas, coordenador do Polo Digital da Faci Wyden, a vivência teve caráter formativo e buscou estimular o olhar técnico e criativo dos estudantes diante de um projeto real.

“Quatro estudantes participaram da atividade, que teve uma proposta essencialmente prática. Foi uma oportunidade para observarem de perto como se constrói um documentário desde a escolha dos melhores ângulos e o aproveitamento da luz natural até a leitura do cenário. Essa experiência fora do ambiente digital foi importante para conectar o que eles aprendem na teoria com a prática”, explica o coordenador.

Entre os participantes, a estudante Glenda Rebeka, do 2º semestre de Publicidade e Propaganda na Wyden, destaca o aprendizado adquirido: “Foi superinteressante e enriquecedor. Ainda não conhecia a trajetória da Clara Pandolfo, mas pude entender a importância do trabalho que ela desenvolveu e o quanto suas ideias foram visionárias”, afirma.

A aluna também ressalta como que o contato com uma produção que valoriza o papel feminino na ciência reforça a importância de conhecer e divulgar histórias que inspiram novas gerações. “Foi supervalioso, pois mostra a trajetória de uma mulher que, através do seu conhecimento pôde compartilhar a importância daquilo que fez”, conclui a estudante.

Durante dois dias de imersão, os estudantes acompanharam entrevistas com pesquisadores e ex-alunos da cientista, compreenderam as etapas de captação de imagem e puderam observar de perto o diálogo entre técnica, sensibilidade e narrativa. “Essa vivência agregou muito na forma de captar os detalhes, o que ajuda bastante no olhar criativo. Despertou muito o meu interesse na parte de cinegrafia, ver como tudo é montado e captado nos bastidores foi inspirador”, completa Glenda.

CLARA PANDOLFO - Nascida em 1912, Clara Pandolfo tornou-se, aos 17 anos, a primeira mulher química formada na região Norte e uma das cinco em todo o país, em uma época em que as mulheres ainda não podiam votar. Nos anos 1970, propôs o uso de imagens de satélite para monitorar o desmatamento da Amazônia e defendeu o manejo sustentável como alternativa à expansão agropecuária, ideias que anteciparam debates ambientais que ainda hoje orientam políticas públicas e pesquisas científicas.

“Mais do que uma experiência técnica, esse tipo de atividade permite que os estudantes desenvolvam um olhar crítico e sensível sobre o papel da comunicação na sociedade. Quando se envolvem em projetos que valorizam a história e a ciência produzida na Amazônia, compreendem que aprender também é um ato de pertencimento e responsabilidade com o lugar em que vivem”, ressalta Adriano Remor, diretor da Faci Wyden.

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O projeto “Clara Pandolfo: uma cientista na Amazônia” integra uma série de ações que buscam recuperar a memória de mulheres que contribuíram de forma decisiva para a história científica do país. Em Belém, essa homenagem ganha significado especial não apenas por lembrar a trajetória de uma pesquisadora visionária, mas por inspirar novas gerações a transformarem conhecimento em compromisso com o futuro da floresta. Para conhecer o minidocumentário "A Cientista da Amazônia" basta acessar o YouTube.