Blogueira sofre necrose no bumbum após injetar substância

A blogueira Daniele Tannure, de 33 anos, abriu mão há nove anos das injeções de (substância plástica também chamada de metacril ou PMMA) para turbinar os glúteos. Na época, várias famosas divulgavam o procedimento estético como alternativa mais "barata". No entanto, a carioca que atualmente mora no Espírito Santo, é prova viva de que o "barato" saiu caro.

No final de 2019, Daniele observou a pele da região do bumbum ficar mais escura que a do restante do corpo, com isso, passou a sentir dores pelo local. Inicialmente, a suspeita era que o incômodo poderia ser pelo fato de ela passar muito tempo sentada no trabalho. No entanto, uma ressonância feita no início deste ano apontou que grande parte do músculo em contato com o PMMA estava necrosado.

"Desde que a Andressa Urach teve o problema com o metacrilato e hidrogel eu sempre suspeitei, mas ficava preocupada só observando. Quando comecei a ter os sintomas, decidi buscar cirurgiões para me examinarem, mas os que encontrei aqui no Espírito Santo tinham medo de fazer o procedimento de retirada do preenchedor", disse.

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Na época da aplicação do PMMA, que custou R$ 2 mil e foi injetado por uma esteticista no Rio de Janeiro, Daniele teve que voltar à capital carioca para remover o produto. "Foi lá que descobri que já estava tudo necrosado. Fiz a primeira cirurgia, no início deste ano, e o médico que é especialista nesse tipo de reparo não conseguia nem sequer suturar minha pele. Ele dava os pontos e eles abriam dias depois", relata.

Depois de dois meses deitada apenas de bruços, com parte do glúteo sem conseguir ser suturado, o médico conseguiu fazer com que a ferida cicatrizasse. Depois disso, ela já se submeteu a outras duas cirurgias reparadoras e gastou mais que o valor de um carro popular para tentar reconstituir a região afetada. "Mas ainda vou precisar passar por mais uma (plástica), provavelmente em outubro, que nem sei quanto pode custar", corrobora.

Todos os procedimentos aos que Daniele se submeteu foram feitos em razão da estética, o que não é mais prioridade para ela. "Comecei a dar valor a outras coisas. Valorizei mais a família, os momentos que tenho com a família... Ver as coisas com outro olhar", defende.

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Daniele agora tem uma cicatriz que ficou acima do glúteo, que provavelmente será permanente, mas diz não se importar com a marca no corpo. "Ainda tenho vergonha às vezes. Mas não é essa cicatriz que me fará mais ou menos mulher. Têm coisas na vida que não têm preço, como uma nova chance de viver, de andar...", disse.

Atualmente, ela possui uma prótese pequena, de 300 ml, no lugar do metacrilato. O implante de silicone foi colocado para evitar que o local ficasse com alguma depressão ou ainda mais deformado. "Mas o metacril, infelizmente, ainda é muito utilizado. Ele é proibido em grandes quantidades, serve para pequenos detalhes, mas as pessoas fazem porque faz sucesso na internet, mas com os anos as pessoas se arrependem", confidencia.

Ela também passou a fazer terapia para lidar bem com a baixa na autoestima. "Entrei em uma depressão profunda. Imagina! Eu deitada, com meu marido me ajudando a fazer os curativos, cuidando de mim, sabendo que ficaria com a cicatriz... Mas acho que tudo pelo que a gente passa tem um propósito. E esse episódio me mostrou que há coisas muito melhores para nos agarrarmos", conclui.