Morta neste domingo (7) aos 91 anos, a cozinheira e apresentadora de TV Palmira Nery da Silva Onofre, a Palmirinha Onofre, teve uma infância marcada por tensões familiares e trabalho, conforme relatou em seu livro de memórias, "A Receita da Minha Vida", de 2001.
Nascida em Bauru, no interior paulista, Palmirinha disse ter vivido até os seis anos sob fortes agressões. A mãe batia nela com frequência ao ponto de o pai, para protegê-la, entregou a criança a uma viúva francesa que vivia em São Paulo.
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À época, Palmirinha tinha entre seis e sete anos. Ela se tornou dama de companhia da estrangeira e não gostava que a atrelassem à figura de uma criança explorada, mesmo que trabalhasse de porta em porta para recolher comissões que a francesa faturava como dona de uma agência de empregados domésticos.
"Foi com ela que aprendi tudo o que sei", dizia a cozinheira, anos mais tarde. "[Até] a falar no telefone."
Em troca do trabalho realizado pela menina, a francesa depositava dinheiro em uma poupança, que Palmirinha teve acesso só quando adulta. De olho no dinheiro da filha, a mãe chegou a reaparecer em sua vida, mas nunca conseguiu sacar os recursos.
Palmirinha contava que, mais tarde, na adolescência, foi vendida sexualmente por sua mãe para um homem, mas escapou do desconhecido com a ajuda de uma tia. Ela então se casou aos 19 anos, dando origem a um relacionamento que, anos mais tarde, descreveria como doloroso e cheio de traições.
Seu surgimento na TV veio em 1993, na Record, no programa Note e Anote, de Ana Maria Braga. Desde então, passou a ser uma das cozinheiras mais famosas da TV.
Palmirinha morreu por complicações em decorrência do agravamento de seus problemas renais crônicos. Ela deixa três filhas, seis netos e seis bisnetos. Informações sobre o velório e o sepultamento serão divulgados em breve.
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