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SÍNDROME DE BOURNOUT

Jornalista fala sobre saída da Globo: "Tenho pesadelos"

A jornalista contou em detalhes os momentos difíceis que vivenciou na emissora e a ação judicial que moveu contra a empresa.

Imagem ilustrativa da notícia Jornalista fala sobre saída da Globo: "Tenho pesadelos" camera A jornalista contou em detalhes o que vivenciou na TV Globo. | Foto: Instagram/Reprodução

A jornalista Veruska Donato,51, iniciou a carreira ainda como estagiária na TV Globo, nos anos 2000 e após isso, migrou para outros cargos, como repórter e apresentadora, destacando-se na emissora.

A ex-âncora da emissora contou, em reportagem exclusiva à Uol, os detalhes da Síndrome de Bournout que teve antes de sair da Globo em 2021, após ficar 77 dias afastada por recomendação médica e contou as consequências práticas e emocionais do embate judicial que moveu contra a emissora.

"Tenho pesadelos com a Globo quase toda semana. Tenho pesadelos horríveis [...] Sonho que estou contratada, trabalhando na empresa ainda, e aí, quando chego com o meu material para botar no ar, eles dizem: 'Não, mas você não trabalha mais aqui'. É tudo muito confuso. Fico sem casa, começo a passar fome, não arrumo mais emprego em lugar nenhum, porque é mais ou menos isso que aconteceu", disse.

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Após ação, Veruska conta que sente que houve uma redução nas ofertas de trabalho. A jornalista diz, entre outras, que estava sendo procurada pela afiliada da Globo em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, mas teria virado uma "decepção" lá dentro após entrar com o processo.

"Eu queria que as pessoas soubessem, eu queria que soubessem por mim que não foi legal. Eu queria que as pessoas soubessem que eu sofri. Eu sofri. Doía você se achar incompetente. Dói, depois de tantos anos, e você beirando os 50, porque quando eu saí de lá eu tinha 49. Eu fiz por dor, porque doeu," relata.

Como era trabalhar na Globo

Veruska abriu no jogo e contou como era trabalhar na emissora. Ela afirma que precisou mudar o padrão estético para se adequar à empresa. "Me levaram a um cabeleireiro no Rio de Janeiro. Ele cortou meu cabelo aqui [indicando cabelo curto]. Eu chorava, porque eu não queria. Essas etiquetas de como se vestir, como se comportar, sempre existiram."

O programa apresentado pela jornalista "Uma Só Globo" gerou acúmulo de funções para Veruska, sem que houvesse, segundo ela, reajuste na remuneração.

"Espero que a situação clareie para muitas mulheres. Estou falando isso exatamente para dizer que demorei muitos anos para descobrir que a Globo exigia tanto desse padrão, dessa estética, que eu adoeci. "

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Ao se aproximar dos 50 anos, recebeu críticas da chefia de figurino quanto a "flacidez, ruga e gordura fora do lugar". A situação teria ficado ainda mais difícil após a repórter apresentar um projeto de podcast à casa e ser substituída por um colega mais jovem.

"Comecei a achar que tinha alguma coisa errada comigo"

O padrão estético institucionalizado, as pressões da chefia e a evidente renovação do quadro de profissionais do jornalismo criaram um clima de insegurança e imprevisibilidade para Veruska -- assim como para outros profissionais da área.

Veio uma mudança para a qual nós não estávamos preparados, porque ela [Globo] nos formou para ser aquele padrão duro no ar, de você dar a notícia e não interagir com o espectador. E de repente ela mudou tudo, não nos formou, não nos treinou e nós que estávamos há mais tempo não nos encaixamos no novo perfil que ela queria.

As participações em telejornais de rede, como Jornal Nacional e Jornal da Globo, foram ficando cada vez mais raras. "Passei a ser repórter mais local [...] E isso, para a empresa, é um rebaixamento. Para o departamento de jornalismo, tirar você do Jornal Nacional e te botar no SP1 e SP2 é uma forma de te punir por algo que você fez."

"Eu era boa no que eu fazia, eu estava lá há 20 anos, por que usar dessa política comigo? Ninguém nunca me contou [...] Eu produzia as pautas do JN e elas não eram aprovadas. O que eu estava fazendo de errado?" disse.

O que diz a Globo

"A Globo não comenta casos sub judice, mas reitera que a empresa mantém um Código de Ética em linha com as melhores práticas atualmente adotadas, que proíbe terminantemente o assédio e deve ser cumprido por todos os colaboradores, em todas as áreas da empresa. Além disso, também oferece treinamentos constantes para manter um ambiente de trabalho saudável e um sistema de compliance eficiente, que apura criteriosamente todos os relatos que chegam à Ouvidoria, punindo comportamentos contrários ao Código de Ética, inclusive com desligamentos. Nosso sistema de compliance também prevê o apoio integral aos relatantes, proibindo qualquer forma de retaliação em razão das denúncias. "

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