Intolerância religiosa é a hostilidade, discriminação ou preconceito direcionado a indivíduos ou grupos com base em sua afiliação religiosa ou crenças religiosas. Isso pode manifestar-se de várias formas, incluindo ataques físicos, verbalização de ódio, vandalismo contra locais de culto, discriminação no local de trabalho ou na comunidade, e até mesmo violência extrema, como atentados terroristas motivados pela religião.
Ludmilla, que recentemente compartilhou fotos nuas, se viu envolvida em uma controvérsia após sua apresentação no Coachella deste ano. Durante o show, a cantora, que incorporou a voz de Beyoncé em uma de suas performances, exibiu uma frase polêmica no telão: "Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas". Essas palavras são uma referência a religiões de matriz africana e estão impregnadas de preconceito religioso. A voz de "Macetando", que também repetiu o visual de Kim Kardashian, se pronunciou sobre o assunto, alegando não apoiar o conteúdo da frase, mas pode enfrentar consequências legais por isso.
Ludmilla enfrentará uma ação judicial por intolerância religiosa. Em uma entrevista à revista Quem nesta segunda-feira (22), o pós-doutorado, professor e Babalawô Ivanir dos Santos revelou que entrará com uma ação judicial contra Ludmilla. Ele afirmou: "Vamos primeiro apresentar a representação para ver como ela vai se defender. Por intolerância religiosa, ela reproduziu uma atitude intolerante, embora se veja como vítima da polarização de gênero. Este é um grande debate na comunidade, que está protegido por nossa legislação".
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"Se ela alega que estava retratando a favela, sabemos que na comunidade também há intolerância religiosa, inclusive associada ao tráfico de drogas. Isso é muito grave. Como uma pessoa negra, da comunidade LGBT, que enfrenta intolerância e discriminação, pode reproduzir algo assim e considerá-lo comum e natural?", questionou Ivanir, referindo-se ao posicionamento da artista.
A cantora se pronunciou sobre o caso ainda hoje (22), usando o X (antigo Twitter) para se defender das acusações de intolerância religiosa. No palco principal do Coachella, um dos maiores eventos de música global, ela deu a entender que o Tranca-Rua (uma entidade das religiões de matriz africana responsável por limpar e abrir caminhos) era algo negativo, ao exibir uma frase controversa no telão.
"Hoje, tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em 'Rainha da Favela', que traz diversos registros de espaços e realidades nos quais eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado deles e me colocando em uma posição que é completamente contrária a minha", escreveu Ludmilla na internet.
"'Rainha da Favela' retrata minha favela, uma favela real, crua, onde cresci, mas, infelizmente, enfrenta muitos problemas: genocídio negro, violência policial, pobreza, intolerância religiosa e muitas outras dificuldades enfrentadas por pessoas que superam obstáculos, vivendo em condições adversas, mas sem desistir. Isso inclui viver em um ambiente frequentemente hostil, onde a cada esquina você se depara com as dificuldades da favela", continuou.
Ludmilla fala sobre uma "favela sem filtros", mas internautas apontam hipocrisia. "Meu show começa com uma mensagem muito clara, que não deixa dúvidas sobre nada! Em seguida, apresento a realidade sobre a qual esse discurso deve prevalecer! É sobre uma favela sem filtros, sem romantização, sem representações caricatas, uma denúncia da realidade. Estou aqui pelo que é real, não por essa versão superficial importada para que os estrangeiros pensem que esse espaço se resume a funk, bunda e cerveja!", justificou Ludmilla, sem pedir desculpas.
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"Termino meu show com o céu cheio de pipas douradas, simbolizando a esperança que quero cultivar no coração de todos que enfrentam essa realidade! Este vídeo foi feito por uma fotógrafa/cineasta negra e periférica, para trazer uma perspectiva de dentro para fora!", concluiu ela.
Entretanto, o movimento de Ludmilla não foi bem recebido pelos internautas, que continuaram a criticá-la, acusando-a de não reconhecer o erro. "Uma explicação sem sentido. Assim, fica difícil te defender, Ludmilla! Que vergonha...", escreveu uma pessoa no X. "Ela fala sobre representar a favela real, mas canta sobre bunda e cerveja em 'Piña Colada'. Ridículo! Além de ter errado feio, é hipócrita", destacou outra pessoa.
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