Veja o que aconteceu com Renato Consorte, o Chalita de Tieta

Em meio a uma era de grandes novelas que marcaram a televisão brasileira, poucos personagens conseguem deixar uma lembrança tão forte quanto Chalita, interpretado pelo ator Renato Consorte, na novela Tieta. A trama, que saiu do papel com o talento de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Moretzsohn foi exibida originalmente entre 1989 e 1990 e agora faz parte da memória afetiva de muitos telespectadores, sendo reprisada no quadro "Vale a Pena Ver de Novo", da Globo.

Chalita, o carismático dono do bar mais movimentado da fictícia cidade de Santana do Agreste, vive um amor platônico por Amorzinho, interpretada por Lília Cabral. Seu coração apaixonado, porém, não consegue conquistar a viúva, que acaba encontrando a felicidade ao lado de Amintas, vivido por Roberto Bonfim. O destino de Chalita, que termina casando-se com Doroti, uma vendedora de materiais de construção, é apenas uma das várias tramas que entrelaçam os personagens na narrativa rica de Jorge Amado.

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Renato Consorte, nascido em São Paulo e filho de imigrantes italianos, tinha um sonho bem diferente do que a vida lhe reservou. Embora inicialmente tenha cogitado a Medicina e depois o Direito, foi a arte que o conquistou, influenciado por nomes como a icônica Inezita Barroso e o renomado Paulo Autran. Sua carreira no teatro começou a florescer, e nos anos 50 ele fez sua estreia no cinema, antes de conquistar o público na televisão.

Ao longo de sua trajetória, Renato deixou sua marca em mais de 20 produções na TV, incluindo o famoso humorístico "Família Trapo", que fez sucesso na década de 60. Sua última novela na Globo foi "Bang Bang", exibida em 2005, mas seu legado vai muito além das telas. O ator também foi um fervoroso defensor de causas sociais, engajando-se em peças teatrais que criticavam a ditadura militar, um posicionamento que lhe rendeu até mesmo uma prisão.

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Um dos episódios mais marcantes de sua vida foi um acidente aéreo em 1963, quando um avião caiu apenas três minutos após a decolagem, resultando na morte de 37 pessoas. Renato sobreviveu, mas não sem consequências: ele sofreu uma fratura exposta na perna e queimaduras de primeiro e segundo graus. Essa experiência, embora traumática, não o impediu de continuar sua carreira com vigor.

Casado com a antropóloga Josildeth Gomes Consorte, com quem teve dois filhos, Renato Consorte faleceu em janeiro de 2009, aos 84 anos, em São Paulo, vítima de câncer na próstata. Seu legado, no entanto, vive nas lembranças de sua atuação e na força de seus personagens, como Chalita, que continuam a cativar novas gerações.