Ator de A Viagem tinha dores de cabeça ao gravar novela sobre espíritos

Sabe aquela sensação de entrar em um ambiente e sentir o clima pesado, mesmo sem saber exatamente o porquê? Ou aquele momento em que a energia parece tão densa que até o corpo responde com cansaço, dor ou desconforto? Pois é, para quem acha que energia não influencia no dia a dia, o relato a seguir pode fazer você repensar.

Mesmo para quem atua, e teoricamente está “só interpretando”, mexer com temas profundos e espirituais pode ter efeitos reais no corpo e na mente. E foi exatamente isso que o ator Maurício Mattar, hoje com 61 anos, contou em entrevista ao relembrar sua participação em uma das novelas mais marcantes da teledramaturgia brasileira: A Viagem (1994), da TV Globo.

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Na pele do personagem Téo, Mattar revelou que chegava em casa com fortes dores de cabeça após as gravações da trama, que foi pioneira ao abordar o espiritismo como tema central. Apesar de não ter presenciado nada sobrenatural nos bastidores, ele contou que a carga emocional e energética envolvida nas cenas era intensa:

“Eu me concentrava muito para fazer um trabalho no qual lidava com energias espirituais. Chegava em casa com muita dor de cabeça, pela concentração e por mexer com uma energia que não é brincadeira”, disse.

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“A gente levava muito a sério, tivemos várias pesquisas e aprendemos com profissionais da área e médiuns, mas nunca vi nada de extraordinário acontecer, espiritualmente falando”.

A novela, escrita por Ivani Ribeiro e dirigida por Wolf Maya e Paulo Ubiratan, marcou época ao tratar de temas como vida após a morte, obsessão espiritual, reencarnação e perdão. Para Mattar, o impacto da obra vai além da ficção:

“É um assunto que chama muita atenção de todos, desde os que já conhecem, estudam e lidam com essa energia, até os que não têm tanto aprofundamento e buscam entender através dessa história. A Viagem ensinou todo mundo a entender mais sobre a vida e a morte”, completou.

Na história, Téo era cunhado de Alexandre, personagem vivido por Guilherme Fontes, um jovem problemático que, após a morte, retorna como espírito obsessor. Em vários momentos da trama, Téo é “possuído” por Alexandre, o que exigia de Mattar interpretações emocionalmente carregadas.

“As vezes que eu me transformava no Alexandre era uma fusão muito saborosa artisticamente, pois havia dois personagens em um só. Isso foi um desafio muito saboroso”, relembrou o ator.

“Tenho uma recordação muito gostosa dessa novela, porque ela foi muito bem feita, muito bem escrita e muito bem dirigida. Tudo era perfeito e num tom equilibrado e certinho”.

Mesmo três décadas depois, A Viagem continua sendo uma das novelas mais lembradas pelo público. E para quem torce por uma nova versão, Mattar deixou sua sugestão:

“Acho que essa novela faria um sucesso grande se tivesse um remake, eu acho que valeria a pena realizar esse feito. Eu acho que o Rômulo Estrela é um ator que eu gosto muito da interpretação dele, e ele fazendo esse personagem, eu acho que seria bacana. Eu gostaria de vê-lo como Téo”.

Confira cenas da novela: