A ativista brasileira Clara Charf, viúva do revolucionário Carlos Marighella, morreu nesta segunda-feira (03), aos 100 anos de idade, em São Paulo. Segundo a Associação Mulheres Pela Paz, da qual era fundadora e presidenta, Clara estava hospitalizada há alguns dias e chegou a ser intubada antes de falecer por causas naturais.
Em nota, a organização destacou a importância da trajetória da ativista. “Clara foi grande. Foi do tamanho dos seus 100 anos. Difícil dizer que ela apagou. Porque uma vida com tamanha luminosidade fica gravada em todas e todos que tiveram o enorme privilégio de aprender com ela. Vá em paz, querida guerreira”. Clara deixa um legado marcado por lutas pelos direitos humanos e pela equidade de gênero.
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Ao longo da vida, Clara enfrentou grandes desafios, muitos relacionados à perseguição sofrida pelo companheiro dela durante a ditadura militar. Apesar das dificuldades, ela se manteve engajada politicamente e foi uma mulher à frente do tempo, mostrando coragem e resiliência em diferentes momentos da vida.
Ainda jovem, Clara começou a se engajar na vida política do país. Aos 16 anos, entrou para o Partido Comunista Brasileiro, e na década de 1940 tornou-se comissária de bordo. Em 1947, casou-se com Carlos Marighella, vivendo ao lado dele os períodos de perseguição e prisão impostos pelo regime ditatorial.
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Após o assassinato do marido, Clara precisou deixar o país e passou a viver no exílio, inicialmente em Cuba. Durante dez anos, viveu fora do Brasil, até retornar em 1979 com a anistia. Esse período no exterior marcou a trajetória de luta e consolidou a atuação dela em defesa da liberdade e da justiça social.
De volta ao Brasil, Clara intensificou o trabalho na promoção dos direitos das mulheres e na construção de uma sociedade mais igualitária. A vida dela foi marcada pela persistência, pelo engajamento político e pelo compromisso com causas sociais, tornando-se uma referência para gerações futuras que buscam justiça e equidade no país.
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