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MÚSICA

Banda de filho e netos de Gilberto Gil lança álbum

Com uma mistura moderna de ritmos, a banda Sinara vem despontando no cenário musical e acaba de lançar este mês o seu primeiro álbum completo: “Menos é Mais”. O repertório de dez faixas inéditas vai do reggae ao rock, incluindo o single “Sem Ar”, que cheg

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Com uma mistura moderna de ritmos, a banda Sinara vem despontando no cenário musical e acaba de lançar este mês o seu primeiro álbum completo: “Menos é Mais”. O repertório de dez faixas inéditas vai do reggae ao rock, incluindo o single “Sem Ar”, que chegou a ser uma das músicas mais compartilhadas pelos usuários brasileiros do Spotify e está na trilha da nova temporada de “Malhação”.

Sinara é formada por Luthuli Ayodele (vocalista), nascido e criado na Favela da Rocinha e autor da maioria das letras; o pernambucano Magno Brito (baixo), que traz sua formação acadêmica em música para agregar aos arranjos a riqueza da sua regionalidade e seu conhecimento musical; além de Francisco (guitarra), João (guitarra) e José Gil (bateria), que carregam no DNA o talento e a criatividade herdados do avô Gilberto Gil.

“Foi legal o processo de gravação e produção do disco. A gente já tinha gravado o EP (Sol/2015) de quatro faixas, então não era a primeira experiência em estúdio. A gente já estava ligado em algumas coisas desse processo. Foi bom partir para o primeiro álbum porque, como um trabalho mais completo, a gente conseguiu ter um repertório maior, colocar coisas que achava serem importantes”, comenta João Gil.

A produção é assinada por Sérgio Santos e Pedro Baby, filho de Pepeu Gomes e Baby do Brasil, e permitiu apresentar um caldeirão de influências dos integrantes da banda, passando por soul, rock, reggae, MPB, funk e afrobrasileiro. Às vezes na mesma música. “Essa referência afrobrasileira fica muito evidente com a presença da percussão e nos arranjos do disco. Junto disso, buscamos uma sonoridade atual, juntando o moderno ao ancestral”, destaca José Gil.

MISTURA SONORA

Em um breve passeio pelo repertório é possível perceber em “Ei Pai” e “Sabe Tudo”, um quê de rock e suingue brasileiro; uma balada em “Menos é Mais”, e o afoxé em “Fim dos Tempos”. O timbre do som jamaicano conduz “O Tempo Passa” e “Vitória”, esta última com sotaque brasileiro embelezado no acordeão de Mestrinho. Já “Luz de Sofia” é extremamente inventiva, ora hard rock ora samba rock, tendo Pretinho da Serrinha na percussão.

“Pra gente é legal porque cada um tem sua própria influência. E cada um tem gosto bastante variado. Ninguém quer escutar só um estilo. Nosso som é essa interseção”, diz João Gil.

Nos shows – ainda não há previsão de vinda ao Pará – a banda já vinha tocando muitas músicas que entrariam no álbum. “A gente já vinha tocando algumas há pelo menos um ano. Na verdade, algumas já faziam realmente parte do repertório antes do processo de gravação. Outras, agora que vão entrar e a gente tem ensaiado para incluir”, destaca João Gil.

UMA GRANDE FAMÍLIA MUSICAL

O primeiro disco do Sinara, “Menos É Mais”, que chegou às lojas na semana passada, foi concebido num momento de mudanças para o guitarrista do grupo, Francisco Gil — filho de Preta e neto de Gilberto Gil, que divide a banda com o tio José Gil (bateria), o primo João Gil (guitarra), e os amigos Luthuli Ayodele (voz) e Magno Brito (baixo). O músico de 22 anos teve a felicidade de ganhar uma filha, Sol de Maria, em 24 de novembro de 2015. E tensionou-se com os problemas de saúde do avô, internado no ano passado para tratar de uma insuficiência renal.

O nome Sinara vem de uma expressão criada por eles que significa algo como "maneiro". (Foto: divulgação)

“Foi um momento delicado para a família. O Gilberto é um símbolo de vitalidade para todos nós. Ficou todo mundo preocupado, até porque era muita notícia chegando sobre isso. A gente precisava filtrar”, conta Francisco, definindo de maneira bastante jovial o que está acontecendo hoje com o avô. “O maluco voltou com tudo!”, diz, alegre. “Voltou com força total. Ele não para de compor, é toda hora. Toda vez que eu vou visitá-lo, ele está na sala com o violão e diz: ‘Fiz uma música nova!’ Queria estar no pique em que ele está”. Já o nascimento da filha (neta de Preta e bisneta de Gilberto), que surgiu de seu relacionamento com a namorada Laura Fernandez, inspirou o EP do grupo lançado em 2015, “Sol”.

AMIGOS DE INFÂNCIA

O Sinara (o nome veio de uma expressão inventada por eles que significa algo como “maneiro”) é um projeto de família, mas a concepção da banda veio do encontro de Francisco com Luthuli, que é seu amigo de infância e autor da maioria das músicas de “Menos É Mais”. Bem depois disso, apareceram os parentes e o amigo Magno, que já trabalha com Gilberto Gil há bastante tempo e hoje é técnico de som e quase um “anjo da guarda” do Sinara.

“Luthuli é da Rocinha, a gente sempre se esbarrava. E depois calhou de a gente estar na mesma sala de aula. Depois de tantos anos de amizade, ele me apareceu com uma coleção de canções muito legal. Acabamos selecionando vinte músicas, depois sobraram as dez do disco”, conta Francisco.

Todos da banda são compositores, e Francisco chegou a ter uma canção sua gravada pela mãe, “Mulher Carioca”. “Só que as músicas que eu faço são bem diferentes da proposta da banda. E o Sinara foi montado em torno das canções do Luthuli”.

Com três parentes no grupo, ele garante que os outros dois não se sentem excluídos e que todos têm voz ativa. “É claro que rola uma família dentro da família. Mas é como se os dois fossem primos. Somos só um grupo de garotos que cresceram juntos”, conta.

Claro que o avô ilustre é uma referência. “É muito, né? Mas a gente nem arrisca falar que época da carreira dele influenciou mais a gente”. Inicialmente, Gil foi discreto nos seus comentários a respeito da banda, para o neto, o filho e o sobrinho. Não chegou nem a ir nos primeiros shows, mas franqueou acesso a seu estúdio para os garotos.

“Lembro que perguntamos a ele o que ele tinha achado e meu avô respondeu: ‘Eu sinto mais vaidade do que orgulho’. Foi o que ele disse para a gente na época. Ele deixou claro que não era um som que satisfazia o gosto dele”, conta Francisco, que tomou a fala do baiano como uma mensagem e um estímulo para que o som do grupo amadurecesse e mudasse.

Ao ouvir o disco novo, a reação de Gil foi bastante diferente, como lembra Francisco. “Ele ficou muito emocionado, tocado mesmo. Até chorou. Lembro que ele escutou o disco, que nem estava masterizado ainda, e não falou nada, nem a gente perguntou. Ele só mostrou o braço arrepiado”, conta o neto, feliz.

O responsável pela ousadia de mostrar o disco foi Magno, cuja intimidade com Gil devido ao trabalho lhe dava certa autoridade para ousar. “Ele é que ficava falando: ‘Mostra pro Seu Gilberto que ele vai se amarrar’. Ainda bem que ele gostou”.

(Lais Azevedo/Diário do Pará e Agência O Dia)

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