Exposições, sessão de autógrafos e até desenhos sendo feitos ao vivo integram a programação da “6ª Semana do Quadrinho Nacional”, que começa hoje, e vai até a próxima sexta-feira, 31, no Centur, em Belém. O evento marca as comemorações pelo Dia do Quadrinho Nacional, celebrado no próximo dia 30, data em que é comemorado o aniversário da publicação do italiano Ângelo Agostini em “As Aventuras de Nhô Quin” ou “Impressões de uma Viagem à Corte” (1869).

“A data marca a primeira publicação lançada no Brasil por esse autor que firmou carreira no país. Após passar pela Casa da Linguagem e Curro Velho, a partir de 2015 a programação foi sendo prolongada, ocorrendo de forma bem variada”, conta um dos organizadores do evento, Andrei Miralha.

Na programação, as atividades são diversas para envolver o público, entre leigos e fãs do estilo. “Tem uma exposição com breve histórico do quadrinho paraense, além de uma programação especial no último dia com o Beco do Artista, que é um grande encontro direcionado para quem quer conhecer essa produção local. Fala-se muito em HQs produzidas lá fora, mas a gente considera importante valorizar o quadrinho produzido no Brasil e, mais especificamente, o do Pará”, considera o organizador, ressaltando que, este ano, o evento se volta bastante à esta produção regional.

“Procuramos mostrar quadrinhos na Amazônia e quem está produzindo aqui na região. Trouxemos quadrinhos de Rondônia, Roraima, Amapá, Amazonas, Tocantins”, antecipa.

EMPREENDEDORES

Um dos destaques da programação é a palestra sobre “Empreendedorismo e Marketing Digital para desenhistas”, que será ministrada pelo ilustrador Bruno Darwich, que também atua como analista de negócios digitais no Sebrae. “É uma palestra voltada para quem já desenha e quer transformar sua arte em negócio no meio digital. Vou falar do empreendedorismo e como escolher qual melhor público para a arte deles, com o intuito de que esses desenhistas tratem a arte que eles fazem como negócio”, explica.

Particularmente, Bruno conta que o conteúdo da palestra trata de algo que partiu de suas próprias experiências. “Eu já empreendi com desenho, mas era ilustrador e fazia freelancer com gente de fora do Brasil. Tive bastante dificuldade porque quando a gente está criando alguma coisa e divulga nas redes sociais acaba atraindo muita gente que não é cliente. Nisso, entra numa bolha formada por amigos e familiares, o que não potencializa um negócio. Então, é importante diferenciar canais e observar qual a forma de comunicação que o desenhista quer para o seu empreendimento”, analisa.

Após seis anos de realização da “Semana do Quadrinho Nacional”, Andrei se orgulha de ver surgindo outras iniciativas na área. “Há 30 anos, o Ponto de Fuga e o Boca no Mundo começavam um coletivo em Belém e agora existe entre quatro a cinco coletivos. A própria Fundação Cultural do Pará criou um evento chamado ‘Ilustra’ e é muito legal ver essa galera produzindo, cultivando essa cultura. Hoje, a ‘Semana do Quadrinho’ é um evento consolidado que consegue se ampliar ano a ano”, festeja.

APROVEITE

6ª Semana do Quadrinho Nacional

Quando: De hoje a sexta, 31

Onde: 3º andar do prédio-sede da FCP (Centur - Av. Gentil Bittencourt, 650 - Nazaré)

Quanto: Gratuito