Os indígenas da etnia Warao são um povo originário da Venezuela. Nos últimos anos devida a instabilidade econômica do país, diversas famílias migraram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Belém foi um dos principais destinos para representantes desses povos.
Já no Brasil, os indígenas venezuelanos encontram dificuldades em relação a diversas questões, como saúde, educação e moradia. Recentemente, um grupo de dezesseis famílias vieram da cidade de Parauapebas, no sudeste do Pará, em direção à capital paraense, e acamparam no bairro da Campina.
Cerca de 49 pessoas entre homens, mulheres e crianças estavam acampados há pouco mais de um mês na Praça da Bandeira, no centro comercial de Belém. Segundo eles, as condições do abrigo em que viviam na cidade eram precárias, o que os fez se deslocar à Belém.
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Na tarde desta quinta-feira (11), um dos líderes indígenas que compõem o Conselho Warao de Belém informou à equipe de reportagem do DOL que as famílias seguem para um abrigo temporário cedido pela Prefeitura de Belém, no bairro do Tapanã.
A reportagem solicitou nota à Prefeitura Municipal de Belém, que enivou o seguinte comunicado:
A Fundação Papa João XXIII (Funpapa) informa que os indígenas venezuelanos da etnia Warao que se encontram na Praça da Bandeira foram atendidos pelas equipes técnicas do Núcleo de Atendimento para Migrantes e Refugiados (Namir), do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Rosana Campos, do Centro Pop São Brás e do Serviço de Acolhimento Institucional para Indígenas (Saiind), vinculados à Funpapa, a fim de viabilizar o acolhimento institucional das 11 famílias que se encontram no local.
Representantes das famílias, junto com o conselho Warao e a Funpapa, iniciaram as tratativas para o acolhimento no espaço municipal localizado no Tapanã. No entanto, por decisão da comunidade Warao, não quiseram receber o acolhimento institucional de imediato, mesmo com todos os direitos garantidos a essa população de acordo com o respeito a sua cultura local. A Funpapa, em diálogo permanente com os membros do Comitê para Migrantes, Refugiados e Apátridas, realizou o encaminhamento de regularização do protocolo de refúgio, já que a maioria estava sem a devida documentação. O agendamento na Polícia Federal foi realizado e. no último dia 4 de julho, eles realizaram os procedimentos.
Com a regularização documental já é possível incluí-los no CadÚnico, para solicitação de concessão dos programas sociais federais e, em nível municipal, como o programa Bolsa Família e o de renda cidadã Bora Belém, respectivamente. Após vários diálogos de sensibilização com os representantes das famílias acampadas na praça, algumas famílias aceitaram ir para o espaço de acolhimento institucional, localizado no bairro do Tapanã. As tratativas se deram de forma pacífica em que as próprias famílias demonstraram o desejo de ir para o abrigo temporariamente, até conseguirem ir ao encontro de seus familiares que estão em outro estado.
A intenção é que ainda na tarde desta quinta-feira, 11, seja realizada a inserção dessas famílias na unidade institucional da Funpapa. Vale destacar que a Funpapa não atua na retirada compulsória dos indivíduos e sim com o diálogo permanente com o objetivo de conscientizá-los.
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