Rebeca Andrade, de 23 anos, que desembarcou na segunda-feira à noite no Rio de Janeiro, vinda de Liverpool, com duas medalhas do Mundial de Ginástica no pescoço, contou que o foco agora é “a equipe do Brasil”. Disse que no próximo ano sua principal meta será ajudar a seleção a se classificar para os Jogos Olímpicos de Paris e ganhar uma inédita medalha no Mundial da Antuérpia, na Bélgica.
Na Inglaterra, a seleção brasileira feminina terminou em quarto lugar e não garantiu vaga para os Jogos de 2024. Outras nove vagas serão distribuídas na Bélgica. “O foco total será na equipe”, disse Rebeca. “O que me motiva é a minha equipe. Poder treinar com as meninas e elevar o nosso nome na ginástica, não só individualmente, mas como equipe. Isso é algo que quero muito. Deixou de ser um desejo e um sonho e passou a ser um objetivo. Conquistei tudo o que eu queria, sou grata por tudo o que tenho, espero continuar realizando mas este será o objetivo agora”.
De fio dental, Rebeca Andrade posa ao lado do namorado
Ela contou que terá ainda alguns poucos compromissos até o final do ano e que continuará treinando. Deverá ter folga mesmo durante as festas, em dezembro. “Foi um ano muito longo e o corpo foi muito exigido. Vou precisar descansar. O que gosto de fazer, fora da ginástica? Dormir (risos). Desligar mesmo para depois voltar com tudo, com sangue nos olhos”.
No Mundial, encerrado no último domingo, o Brasil teve a melhor campanha da história, com três medalhas: ouro no individual geral e bronze no solo com Rebeca e um bronze com Arthur Nory na barra fixa.
Até então, o Brasil havia conseguido duas medalhas. Em 2007, em Stuttgart (Alemanha), Diego Hypolito foi ouro no solo e Jade Barbosa, bronze no individual geral. Em 2014, em Nanning (China), teve a prata de Arthur Zanetti nas argolas e o bronze de Diego no solo. E em 2021, em Kitakyushu (Japão), Rebeca garantiu o ouro no salto e uma prata nas assimétricas.
Com dois pódios, Rebeca repetiu em Liverpool o número de medalhas que conquistou na Olimpíada de Tóquio e no Mundial de Kitakyushu, no ano passado. Poderia até ter aumentado a coleção. Cometeu um erro no segundo salto da classificatória que a tirou da final do aparelho em que é a atual campeã olímpica. Também sofreu quedas nas decisões das barras assimétricas e da trave. Por outro lado, Rebeca bateu o recorde de finais para uma brasileira, brigando por cinco medalhas.
Nesta terça-feira (8), Rebeca Andrade foi homenageada na sede do Flamengo, seu clube desde os 11 anos. Ganhou buquê de flores e placa comemorativa das mãos do presidente do clube, Rodolfo Landim.
Um novo ritmo à vista
#A partir de 2023, o solo de Rebeca vai ser embalado por um novo ritmo. Ela garante que ainda não sabe nada sobre a série que dará lugar ao icônico Baile de Favela, com funk de MC João e que ela estreou em 2019, na etapa de Stuttgart da Copa do Mundo. Segundo nova regra da Federação Internacional de Ginástica, as apresentações precisam ser mudadas de quatro em quatro anos.
# Rebeca contou que nos dois últimos ciclos olímpicos foi surpreendida por Rhony Ferreira, coreógrafo da seleção brasileira. Para os Jogos do Rio, em 2016, ele fez um mix de músicas da Beyoncé, sua artista favorita à época. Esclarece, porém, que mesmo assim pode dar palpites e até vetar a música, caso não goste. Explica que é preciso se identificar com o ritmo para que a apresentação seja perfeita.
# Coreógrafo fez surpresa. Baile de Favela foi tão intenso, pegou tanto na gente, que vai ser difícil achar outra música que tenha esse mesmo impacto. E é isso que queremos encontrar”, contou.
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