Boca x Palmeiras: defesa menos vazada contra o melhor ataque

Buenos Aires se prepara para uma noite de pura emoção no lendário estádio La Bombonera, onde Boca Juniors e Palmeiras travarão um duelo épico nas semifinais da Copa Libertadores de 2023. Com trajetórias e estilos de jogo distintos, essas duas potências do futebol sul-americano prometem um espetáculo imperdível.

O confronto desta noite, às 21h30, coloca frente a frente o ataque mais positivo da Libertadores contra a defesa menos vazada da competição. O Palmeiras marcou incríveis 21 gols em 10 jogos, enquanto o Boca sofreu apenas quatro gols na mesma quantidade de partidas. Portanto, será um duelo de forças opostas.

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A muralha defensiva de Almirón

O Boca Juniors chega a esta semifinal como uma fortaleza defensiva. É uma equipe que sabe como proteger seu gol e se destaca como a menos vazada da competição. Sob o comando do técnico Jorge Almirón, que já foi vice-campeão em 2017 com o Lanús, o Boca adotou uma abordagem tática sólida.

Normalmente, jogam com uma linha de cinco defensores, apoiada por quatro meio-campistas, deixando Edinson Cavani como a referência solitária no ataque. No entanto, recentemente, eles têm explorado uma variação tática, acrescentando um atacante e reduzindo o meio-campo para três, uma opção que pode ser vista no confronto da Bombonera.

Apesar de sua eficiência defensiva, o Boca Juniors marca menos gols do que o Palmeiras nesta campanha, com uma diferença de 10 gols. No entanto, eles não são subestimados, especialmente com a presença de Cavani, que chegou ao clube para a reta final do ano e tem sido fundamental como pivô. A principal característica ofensiva do Boca é sua capacidade de transição em velocidade.

Advíncula, o lateral artilheiro

Quando precisam construir jogadas através da troca de passes, os "xeneizes" normalmente fazem isso pelo lado esquerdo. No entanto, muitas dessas jogadas se deslocam rapidamente para o lado oposto. Advíncula, o lateral que muitas vezes atua como ponta, é o artilheiro da equipe na competição, desempenhando um papel crucial na transição em alta velocidade.

Uma coisa é certa: o Boca Juniors não perdeu a astúcia de saber usar suas armas quando não consegue impor-se tecnicamente. Nas oitavas e quartas de final, avançaram através de disputas de pênaltis, com destaque para o goleiro Romero, vice-campeão do mundo em 2014 com a seleção argentina. A camisa do Boca continua sendo um peso significativo na América do Sul.

Eficiência ofensiva e perfeição tática

O Palmeiras chega a esta semifinal com a melhor campanha da Copa Libertadores de 2023. Se a competição fosse disputada em pontos corridos, o Palmeiras lideraria com folga, acumulando 21 pontos. São sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota, esta última ocorrendo com a equipe reserva na estreia contra o Bolívar. O time de Abel Ferreira é eficiente e não depende de uma posse extensa de bola para criar oportunidades de gol.

O treinador português moldou uma forma de jogar ao longo dos últimos anos e transmitiu seus conceitos à equipe. A execução deste projeto de futebol é próxima da perfeição. A formação inicial é um 4-2-3-1, mas o Palmeiras é versátil e pode se adaptar durante a partida.

Quando pressiona o adversário, frequentemente muda para uma formação de 3-1-5-1, com um dos laterais se juntando aos zagueiros. Isso resulta em um ataque intenso, com muitos jogadores na área de finalização, levando a muitos gols a partir de rebotes.

Rony como pivô e Artur goleador

O Verdão se destaca nas jogadas aéreas, tanto com a bola rolando quanto nos escanteios, frequentemente buscando Gustavo Gómez como referência na área. Rony evoluiu como pivô e lidera as assistências da equipe na Libertadores, seguido por Raphael Veiga. No entanto, o artilheiro da equipe na competição é o novato Artur, que chegou este ano e tem uma habilidade notável para posicionar-se bem e marcar gols.

Este é um time intenso, objetivo e forte, que alcançou cinco das últimas seis semifinais da Copa Libertadores, conquistando dois títulos no processo. O Palmeiras agora busca provar em campo que é a nova força dominante da competição, desafiando o antigo reinado do Boca Juniors.

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