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MAFIA X MANCHA

Cruzeiro exige torcida única em jogo contra o Palmeiras

Cruzeiro e Palmeiras criticam decisão da CBF sobre portões fechados no Mineirão. Clubes buscam garantir segurança e presença de torcedores no jogo.

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Imagem ilustrativa da notícia Cruzeiro exige torcida única em jogo contra o Palmeiras camera Mineirão pode ter portões fechados | Mineirão

A violência entre torcidas no Brasil é uma questão de longa data que afeta a segurança nos estádios e fora deles. Conflitos entre organizadas resultam em tragédias que vão desde confrontos financeiros até mortes.

Esses episódios, além de comprometerem o espírito esportivo, também impactaram a experiência de torcedores comuns, afastando famílias dos estádios e gerando um clima de tensão em dias de jogos importantes.

O Cruzeiro reclamou da decisão que prevê portões fechados para o jogo contra o Palmeiras, no Mineirão, na próxima quarta-feira (4), pela 37ª rodada do Brasileirão.

O clube disse admitir a determinação de torcida única caso a segurança não possa ser garantida devido a possíveis desdobramentos da emboscada da Mancha Verde a cruzeirenses em Mairiporã (SP), há mais de um mês.

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Cordão da Mancha Verde com camisa da Máfia Azul virada de cabeça para baixo, como um "troféu", após a emboscada na Fernão Dias
📷 Cordão da Mancha Verde com camisa da Máfia Azul virada de cabeça para baixo, como um "troféu", após a emboscada na Fernão Dias |Reprodução

O clube emitiu nota e disse que a decisão da CBF é uma "penalização indevida". A Raposa afirmou que está "há dias" conversando com a polícia e com entidades do futebol para assegurar que partida seja disputada em condições de segurança.

O Cruzeiro pediu por torcida única se a seguridade não possa ser garantida durante a partida. O comunicado cita preocupação com a segurança de torcedores e da população de Belo Horizonte, tanto dentro quanto fora do estádio, devido ao conflito entre as organizadas.

"O clube confia nos órgãos de segurança pública do Estado para garantir que o evento ocorra com a devida seguridade. Contudo, diante do acontecimento recente, o Cruzeiro se posicionou preocupado, exclusivamente, com a segurança dos torcedores e da população, tanto dentro quanto fora do estádio, mantendo sua forte posição contrária a qualquer ato de violência. Caso não haja essa garantia, o Cruzeiro concebe que a partida conte com a presença de, ao menos, sua torcida", declarou o Cruzeiro, em nota.

Fernão Dias foi o palco da "guerra"
📷 Fernão Dias foi o palco da "guerra" |Reprodução

A equipe mineira reclamou de ser prejudicado desportivamente em meio à briga por uma vaga na Libertadores. O Cruzeiro está em nono na tabela, a um ponto do G8. A nota também mencionou o prejuízo financeiro do clube e de trabalhadores com a ausência de torcida no local.

A decisão da CBF contraria recomendação do Ministério Público de Minas Gerais. Na última semana, o MPMG havia recomendado que o jogo fosse realizado apenas com a presença de cruzeirenses. A ideia foi apoiada pelo governo estatal.

Cruzeirenses no chão e palmeirenses com barras de ferro pelo local
📷 Cruzeirenses no chão e palmeirenses com barras de ferro pelo local |Reprodução

CONFIRA A NOTA DO CRUZEIRO

"Sobre os recentes desdobramentos a respeito da situação da presença das torcidas na partida entre Cruzeiro e Palmeiras, nesta quarta-feira, às 21h30, no Mineirão, o Cruzeiro vem a público externar sua profunda insatisfação com a indicação para que o jogo aconteça de portões fechados.

O clube entende que a decisão em questão penaliza injustamente a sua torcida e a instituição, em termos desportivos, pois o compromisso tem importância fundamental na busca por uma vaga na Copa Libertadores, e financeiramente, para além do Cruzeiro, mas também para todos os envolvidos no evento, como fornecedores e trabalhadores.

Há dias, o Cruzeiro busca uma solução para o caso e mantém conversas ativas com o Governo do Estado de Minas Gerais, o Ministério Público, a Polícia Militar, a Confederação Brasileira de Futebol e com a Federação Mineira de Futebol.

O clube confia nos órgãos de segurança pública do Estado para garantir que o evento ocorra com a devida seguridade. Contudo, diante do acontecimento recente, o Cruzeiro se posicionou preocupado, exclusivamente, com a segurança dos torcedores e da população, tanto dentro quanto fora do estádio, mantendo sua forte posição contrária a qualquer ato de violência. Caso não haja essa garantia, o Cruzeiro concebe que a partida conte com a presença de, ao menos, sua torcida.

O clube reforça que o fechamento dos portões, com a ausência da Nação Azul, configura uma penalização indevida, referente a um episódio que não foi motivado por torcedores do Cruzeiro, além de representar um prejuízo para o esporte em sua essência. O clube acompanha ativamente o desenvolvimento desta situação e almeja um desfecho assertivo para o caso."

PALMEIRAS TAMBÉM CRITICA

O time se manifestou no último final de semana contra a decisão da CBF. O Palmeiras classificou a medida como "inaceitável" e lembrou que o conflito entre torcedores ocorreu em uma rodovia e em dia sem nenhum jogo dos clubes.

O clube paulista afirmou, no entanto, que acatará a decisão.

CONFIRA A NOTA DO PALMEIRAS

"A Sociedade Esportiva Palmeiras informa que recebeu, neste domingo (1), ofício da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) determinando que o jogo de quarta-feira (4) contra o Cruzeiro, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, seja disputado com portões fechados no Mineirão, em Belo Horizonte (MG).

O Palmeiras acatará a decisão da entidade, tomada em favor da isonomia após o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) recomendar a realização da partida com torcida única do Cruzeiro, mas lamenta que as autoridades de segurança pública do referido estado não tenham apresentado um plano que pudesse garantir a presença de palmeirenses e cruzeirenses no estádio.

É inaceitável que um conflito entre organizadas ocorrido em uma rodovia (em um dia no qual nem Palmeiras, nem Cruzeiro entraram em campo) acabe por penalizar ambos os clubes, bem como todos os torcedores que pretendiam comparecer ao Mineirão para incentivar suas equipes em um jogo de caráter decisivo.

Não será com medidas paliativas que vamos coibir condutas criminosas; para tanto, além da aplicação de punições severas contra os infratores, faz-se necessário, também, um esforço maior do poder público."

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