
Assumir o comando da Seleção Brasileira é, por si só, uma tarefa das mais exigentes do futebol mundial. Além de lidar com a expectativa nacional pelo tão sonhado hexa, o novo treinador ainda precisa enfrentar obstáculos fora das quatro linhas. Carlo Ancelotti foi oficializado como o novo técnico da equipe canarinho na última segunda-feira (12), mas seu nome já vinha sendo especulado há semanas nos bastidores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A chegada, no entanto, ocorre em meio a um processo judicial que acontece na Espanha.
No início do mês passado, o Ministério Público espanhol acusou Ancelotti de fraude fiscal. O treinador teve de prestar depoimento às autoridades e agora enfrenta um pedido de pena de quatro anos e nove meses de prisão. A promotoria alega que, durante sua primeira passagem pelo Real Madrid, em 2014 e 2015, ele omitiu valores recebidos com direitos de imagem e rendimentos ligados a imóveis.
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De acordo com a acusação, Ancelotti teria declarado apenas os valores recebidos como técnico, deixando de reportar cerca de 1,2 milhão de euros (R$ 7,5 milhões) ao fisco espanhol. Um dia após o depoimento, o Ministério Público reforçou o pedido de condenação. "Entendemos que os fatos de fraude, ocultação e omissão estão presentes", declarou o promotor responsável pelo caso.
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O QUE DIZ O ADVOGADO DE ANCELOTTI
A defesa do treinador nega qualquer tentativa de burlar a Receita espanhola. Segundo o advogado Carlos Zabala, o técnico não teve total clareza sobre os termos contratuais com o clube merengue. "O Sr. Ancelotti não foi totalmente claro sobre o que estava assinando", afirmou.
O contrato previa o pagamento de 6 milhões de euros líquidos (cerca de R$ 37,9 milhões) ao longo de quatro anos - embora o italiano tenha ficado apenas duas temporadas no clube. Parte do acordo, segundo a defesa, previa que 15% desse valor viesse de direitos de imagem, algo supostamente proposto pelo próprio Real Madrid.
EXPOSIÇÃO INDEVIDA
Ainda segundo Zabala, a forma como o processo tem sido conduzido expõe Ancelotti de forma indevida. Ele acusa a Justiça espanhola de transformar a situação em um espetáculo midiático.
"Submeteram o cliente ao ridículo público", criticou. O advogado argumenta que o caso poderia ter sido resolvido por vias administrativas, sem a necessidade de uma denúncia penal.
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