
Em meio a um clima de intensa mobilização, o Corinthians oficializou o afastamento definitivo de Augusto Melo da presidência do clube. A decisão foi tomada na tarde deste sábado (9), durante a segunda votação de impeachment realizada na sede social do clube, na zona leste de São Paulo, onde cerca de dois mil associados compareceram para definir o futuro da gestão.
Apesar de já estar afastado temporariamente desde maio, após a primeira votação do Conselho Deliberativo que aprovou a abertura do processo de impeachment, Augusto Melo viu sua saída consolidada com o placar de 1.413 votos a favor contra 620 contrários, além de quatro votos em branco ou nulos. Sem conceder entrevistas, o ex-presidente deixou o Parque São Jorge antes do encerramento da sessão.
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Com o afastamento, cabe agora a Romeu Tuma Júnior, presidente do grupo que administra o clube, convocar novas eleições, que serão indiretas - restritas aos conselheiros e sem participação dos associados. O mandato do novo presidente será curto, com duração até dezembro de 2026, quando o clube deverá retornar ao modelo tradicional de escolha. Osmar Stabile, atual presidente interino, deve lançar sua candidatura e é considerado o principal favorito.
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INVESTIGAÇÃO POLICIAL SOBRE PATROCÍNIO
A saída de Augusto Melo ocorre em meio a uma investigação policial que envolve o polêmico acordo de patrocínio com a empresa de apostas Vai de Bet, contrato marcado por supostas irregularidades na intermediação. Além de Melo, outros ex-dirigentes do Corinthians foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro.
A denúncia aponta que o esquema teria causado um prejuízo superior a R$ 40 milhões ao clube, incluindo pagamentos relacionados a dívidas contraídas durante a campanha eleitoral do ex-presidente. Em resposta, a defesa de Melo afirmou que o processo é “kafkiano e ilegal” e que apresentará habeas corpus para reverter a situação. Segundo os advogados, a campanha de Melo foi modesta, financiada por doações voluntárias, e o contrato com a Vai de Bet seguiu todos os trâmites legais do clube.
AMEAÇA DE MORTE POR DÍVIDA COM AGIOTA
Além das acusações financeiras, um inquérito policial revelou que Augusto Melo teria sido ameaçado de morte por um agiota da zona leste de São Paulo, supostamente em razão de dívidas associadas às campanhas eleitorais de 2020 e 2023, fato que resultou no uso de colete à prova de balas pelo ex-presidente em algumas ocasiões.
Enquanto isso, a defesa da empresa UJ Football Talent e do sócio Ulisses de Souza Jorge repudiou as acusações, qualificando-as como arbitrárias, e prometeu apresentar sua defesa na Justiça.
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