plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 25°
cotação atual R$


home
RESISTÊNCIA

Futebol de base vive momento de incertezas pior que o da categoria profissional

Se os clubes profissionais têm sofrido os impactos do novo coronavírus, com a incerteza quanto ao retorno aos gramados, as dúvidas são maiores ainda quando se fala nas categorias inferiores. Sem competições até antes do início da fase de isolamento social

Imagem ilustrativa da notícia Futebol de base vive momento de incertezas pior que o da categoria profissional camera Técnicos John Fabrício (Remo) e Aylton Costa (PSC) garantem que base da dupla Re-Pa segue mantida e sendo acompanhada | Divulgação

Se os clubes profissionais têm sofrido os impactos do novo coronavírus, com a incerteza quanto ao retorno aos gramados, as dúvidas são maiores ainda quando se fala nas categorias inferiores. Sem competições até antes do início da fase de isolamento social, nesta temporada, o desenvolvimento dos atletas que, pela ordem natural, sobem para o profissional, tem tido prejuízos com consequências que podem demorar a serem dirimidas. Em entrevista recente ao portal UOL Esporte, o presidente do Movimento dos Clubes Formadores do Futebol Brasileiro (MCFFB), Eduardo Freeland, que também é gerente das categorias de base do Flamengo-RJ, fez observações sobre o momento.

“Eu já ouvi de alguns clubes que estão encerrando (a base). A gente já tem notícia de que clubes fizeram demissões de profissionais. Ou estão suspendendo as atividades por tempo indeterminado, mas também se a gente for pensar num percentual, ele é baixíssimo”, disse Freeland. Em nível estadual, essa situação ainda não acontece. Os clubes estão com seus trabalhos suspensos, mas a base continua tendo atenção e trabalhos remotos.

Segundo o diretor da base do Paysandu, Carlos Henrique Carvalho, o trabalho no clube vinha alinhado em suas várias categorias e a parada foi nociva. “Os atletas estavam em início de preparação, com quase todos finalizando os exames e testes físicos. Quando retornar, esse trabalho terá que ser feito tudo de novo”.

Pelo lado remista, Marcelo Souza admite também o prejuízo. “O trabalho foi prejudicado, mas acredito que o mais importante é a saúde dos atletas, por isso estamos parados desde o dia 20 de março. O importante é esperar isso passar”, afirmou o dirigente.

O nível de integração do sub-20 com o profissional se constata na quantidade de jovens que vêm sendo aproveitados no elenco de cima. “Alguns dos garotos do sub-20 que têm contratos já treinam entre os profissionais. Eles não serão afetados quanto aos salários. O acordo de redução salarial do clube não os afetou, então eles seguem com as situações normais”, diz Carlos Henrique. “Alguns jogadores da base têm contratos profissionais, inclusive sendo aproveitados no elenco de cima como o Ronald, Wallace, Varley, Ruan, entre outros, que estão no grupo do técnico Mazola Júnior”, lembra.

PLANEJAMENTO PRECISA SER REFEITO

Paysandu e Remo ainda conseguem manter suas contas razoavelmente equilibradas, o que inclui a base, em especial o sub-20, categoria praticamente integrada ao profissional. Tanto o técnico bicolor quanto o azulino, Aylton Costa e John Fabrício, respectivamente, falam que seus elencos estavam em boas condições de treinos e que esse trabalho terá que ser reiniciado.

Segundo o comandante bicolor, o grupo estava seguindo o planejamento da temporada normalmente com foco na formação dos atletas e nas futuras competições. “A paralisação compromete todo um planejamento, tanto de ordem de investimentos financeiros quanto de projeto de formação dos atletas, uma vez que todas as vertentes do treinamento deixam de ser trabalhadas tais como: o físico, o técnico, o tático, o psicológico e o comportamental dos atletas”.

“Estávamos nos preparando muito bem antes de toda essa pandemia se iniciar, inclusive participando de um campeonato paralelo à preparação da equipe. Agora, com a parada de tudo, estamos tentando minimizar os prejuízos da preparação com uma cartilha montada pela comissão técnica da base”, diz o azulino John Fabrício.

O início da temporada e das competições é algo está no rol de esperanças dos treinadores, mas não das certezas. “Entendemos que teremos que nos reinventar e adequarmos o nosso planejamento e projeto de formação de acordo as tendências futuras no mundo do futebol. Em relação à competição estadual, acreditamos ser um objetivo de todos que haja, mas temos que aguardar o posicionamento dos órgãos competentes”, afirma Aylton. “Nós temos esperança e muita fé que o campeonato estadual seja realizado no segundo semestre. Estamos torcendo para que tudo seja resolvido o mais rápido possível sem nenhum perigo para todos os atletas, comissão técnica e todos envolvidos nas competições”, completa John.

Acompanhar trabalho é desafio

Henrique (Remo) e Cayque tentam manter a forma com os trabalhos à distância. Wellinton Santos (boné), técnico do Paraense avalia que paralisação estagnou a evolução dos ateltas da base
📷 Henrique (Remo) e Cayque tentam manter a forma com os trabalhos à distância. Wellinton Santos (boné), técnico do Paraense avalia que paralisação estagnou a evolução dos ateltas da base |Divulgação

Outro desafio para as equipes é acompanhar o trabalho isolado dos jogadores. “Temos contatos diários com os atletas e um acompanhamento online com o grupo”, diz o técnico remista John Fabrício. “Nossa comissão fez orientações com protocolos para que nossos atletas treinem em suas casas”, completa o bicolor Aylton Costa. Para as jovens promessas de Papão e Leão, manter a forma longe dos companheiros e da comissão técnica é uma missão nova.

Ambos volantes, Henrique (Remo) e Cayque (Paysandu) relatam como tem sido a rotina para se manterem em forma. “Os atletas estão tendo que seguir à risca a cartilha elaborada pelos professores para manter a forma física durante essa pausa”, diz o alviazul. “Estão nos passando treinamentos voltados para manutenção corporal, para evitar lesões quando a rotina de treinos voltar ao normal. Estamos cientes que não podemos parar nunca de treinar”, completa o azulino.

O que os dois sabem é que há uma luz no fim do túnel com a volta futura aos treinos e a chance de subir para o profissional. “A gente fica mais animado quando algum atleta da base chega ao profissional, dá um ânimo maior para trabalhar, por que a gente sabe que pode chegar lá”, afirma Henrique. “O Paysandu está valorizando seus jogadores da base, logo a dedicação e o empenho são redobrados para você conseguir o êxito”, finaliza Cayque.

PREJUÍZO TAMBÉM NA DESPORTIVA PARAENSE

Fora da sombra da dupla Re-Pa, outros clubes trabalham com a base e tentam se manter nesse momento sem atividades. A Desportiva Paraense foi criada para trabalhar quase que só com essa categoria e vive os reflexos desses dias, inclusive com atrasos quanto a negociações de atletas.

“Todo plantel ficou prejudicado, especialmente cinco atletas que estavam preparados para viajarem em abril para a Espanha e Suécia, onde seriam alocados em clubes desses países com os quais mantemos parceria. Estavam com toda documentação pronta para viajarem, inclusive com passagem compradas”, explica o diretor de futebol do clube, Elmar Saúde.

A Desportiva teve de receber de volta cinco atletas que estavam emprestados a outros clubes que disputam o Estadual e que desfizeram seus elencos: Heuler (Paragominas); Gustavo Cristiano (Carajás), Matheus ( Penarol-AM), Lucas Mozart (Remo) e Rubenilson (Itupiranga).

PARAENSE

Outro clube de Marituba, o Paraense trabalha quase que exclusivo com a base e teve seus treinos interrompidos. “O trabalho começou em fevereiro e os treinos vinham sendo muito bons. O grupo foi formado com peneiras e indicações e vinha sendo testado em amistosos. A paralisação estagnou a evolução desses garotos. Fisicamente o prejuízo será menor que na parte técnica”, explica o treinador do time sub-20, Wellinton Santos.

Para clubes como esses, o desafio maior é manter as contas em dia. “Não temos receita de bilheteria, patrocínio, apoio do governo. Somos um clube-empresa e temos feito de tudo para não deixá-los desamparados. Estamos ficando sem fôlego. Tem sido uma barra honrar esses pagamentos, os pagamentos têm sido de forma paliativa, vales, cestas, entre outras coisas”, explica Saúde. “O Paraense usa de recursos próprios dos dirigentes e tudo vem sendo cumprido até aqui”, diz Wellinton.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Esporte Pará

Leia mais notícias de Esporte Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias