Ao longo da vida, o esporte deixa nomes especiais e que não serão esquecidos pelos torcedores e admiradores. Mesmo que o ciclo da vida termine para esses homens que dedicaram tempo e amor aos clubes e outras agremiações, o empenho deles faz com que os legados deles sejam eternizados.
Morre Manoel Ribeiro, marechal da vitória do Clube do Remo
É o caso de Manoel Nazareth de Santana Ribeiro, ex-presidente do Clube do Remo, um dos ícones na história do Filho da Glória e do Triunfo, clube ao qual se dedicou desde jovem, antes mesmo de ser presidente. Manoel Ribeiro faleceu nesta segunda-feira (10), mas a história dele - que tentaremos resumir - se une e se confunde com a própria história do Leão Azul paraense.
Manoel Ribeiro era o Marechal da Vitória, apelido dado pelo radialista Claudio Guimarães, da Rádio Clube do Pará, após a conquista de vários títulos pelo Remo na década de 70. O dirigente carregava, por exemplo, uma proeza inédita no Brasil: Manoel foi o presidente de um clube tricampeão invicto na história do futebol, fato este conquistado pelo Remo entre anos de 1973, 1974 e 1975.
O 'Maneco' foi o presidente que bancou contratações de peso na história do Leão como Dutra, Aranha, Caíto e o responsável por trazer o desconhecido Alcino, o Negão Motora, a quem Manoel via como um filho, ao ponto de proteger Alcino em um clássico contra o Paysandu e impedir que o jogador fosse morto após o irreverente gol de bunda na Curuzu. Se não fosse seu Manoel...
O mesmo Manoel que era temperamental em jogos polêmicos, mas foi responsável por bancar João Avelino e montar um dos times do Remo mais lembrados até hoje pelos torcedores: o do Brasileirão de 1972. Manoel Ribeiro conviveu com amigos, amores e escudeiros, como o caso de Chuva, seu funcionário fiel nos tempos de presidente do Leão Azul.
Manoel Ribeiro também bateu um bolão fora do eixo do futebol: foi engenheiro e se dedicou pelo Pará na política entre os anos 80 e 90, quando chegou a ser secretário de estado, deputado federal e chefe da casa civil do Governo do Pará, tendo na figura do então governador na época, Jader Barbalho, um amigo próximo.
Os tempos passara, e Manoel Ribeiro continuava circulando nos bastidores azulinos. Chegou a morar ao lado do Baenão e, quando presidente, passava praticamente o dia inteiro cumprindo expediente na sede social do clube. Na sala, quando era o mandatário azulino, mantinha sempre ao seu lado uma imagem da Virgem de Nazareth.
Manoel, que foi responsável por apagar a luz do Baenão em tantos jogos, hoje, acende como ícone que ilumina mais ainda a história do Clube do Remo, juntando-se a outras figuras do clube como Rubilar, Periçá, Evandro Almeida e o próprio Alcino.
O dirigente que diversas vezes empunhou a bandeira do Remo nas grandes vitória, semelhante à frase entoada no hino do clube ( “enquanto azul bandeira tremuleja, o vento a beija como a sonhar e honrando essa bandeira que paneja, nós todos saberemos com amor lutar”) fez essa mesma bandeira se posicionar, hoje, a meio mastro, em respeito à história de um homem e ao seu amor no lado azul marinho do Norte do Brasil.
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