Paysandu quer acabar com a zica e vencer o Altos na Curuzu

Há quase dois meses que o Paysandu não sabe o que é vencer em seu próprio estádio. No dia 23 de maio, o Papão goleou a Tuna Luso por 4 a 1 e sagrou-se bicampeão paraense. De lá para cá foram três jogos pela Série C do Campeonato Brasileiro, com um empate e duas derrotas e sem nenhum gol marcado. Hoje, às 19 horas, o time bicolor tem mais uma oportunidade de dar fim a essa situação. Se vencer o Altos-PI, as chances de voltar a liderar o Grupo A da competição são altíssimas. Mas, como fazer para voltar a jogar bem em casa?

Entre os jogadores, há a certeza que a forma como os adversários vêm a Belém atrapalha demais. No entanto, é quase uma regra que o time visitante se feche atrás e tente aproveitar os espaços dados por quem manda no jogo, exatamente o que faz o Paysandu quando cruza a divisa do Estado, e tem feito muito bem.

A semana foi de ajustes, para encontrar meios de furar os bloqueios impostos sem dar demasiado campo para o adversário jogar.

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“Nos jogos em casa a gente tem que propor mais, atacar mais, e isso acaba dando mais espaços ao adversário. Fora é ao contrário, com os outros times atacando mais e nós nos aproveitando dos espaços. Temos que saber neutralizar o que acontece em casa e tenho certeza de que, no melhor momento, isso vai acontecer”, confirma o goleiro Victor Souza. “Quem tem vindo jogar contra a gente na Curuzu tem esperado muito e a gente tem pecado e pagado o preço por isso”, completa o volante Paulinho.

Dificilmente o time terá alterações em relação ao que iniciou a partida do último domingo, a derrota em casa por 2 a 0 para o Ferroviário-CE. O time contratou três atacantes nos últimos dias, mas os dois que já se apresentaram – Rildo e Thiago Santos – não foram regularizados ainda e Rafael Grampola só se apresenta ao novo clube na próxima segunda-feira.

Para o zagueiro Perema, o momento impõe a obrigação de uma vitória. “Vejo que a gente carrega uma pressão. Temos a obrigação de vencer em casa e é até mais difícil jogar aqui, pois quem vem na Curuzu joga fechado e por uma bola. Nós falhamos nesses jogos por falta de concentração”.

O comandante bicolor deixa claro o que tem que mudar para que a vitória em casa finalmente aconteça. “Temos que ser eficientes. A bola não entra sozinha, temos que saber trabalhar bem o jogo”, disse Vinícius Eutrópio.

SEM BLOQUEIO

Abatimento é um sentimento que os bicolores garantem que não permeia a Curuzu. A simples menção de algum bloqueio jogando em casa é rechaçada de imediato pelos atletas. A experiência e a rodagem do elenco são lembradas por eles para confirmar as afirmações.

“Acho que somos experientes, com jogadores qualificados. Infelizmente não conseguimos resultados positivos em casa”, observa o volante Paulinho, que disse que, nos vestiários, após a derrota para o Ferroviário, o elenco todo se reuniu, conversou, analisou os erros e já saiu com a cabeça levantada para o próximo desafio. “Nossa confiança tá alta. Cada um sabe da responsabilidade. Cada um sabe da sua função”.

Victor Souza é mais um a mostrar confiança de que é uma questão de tempo para as vitórias darem as caras na Curuzu. “Estamos dando nosso melhor, nosso psicológico está bom, ninguém está abatido e logo, logo, a Curuzu vai voltar a ser difícil para os adversários”.

ALTOS-PI VEM COM VELHO CONHECIDO DO FUTEBOL PARAENSE

- Quarto colocado do Grupo A, o Altos vem de uma boa vitória em casa sobre o Santa Cruz-PE. O time do interior do Piauí veio a Belém com alguns desfalques consideráveis. O técnico Marcelo Vilar não contará com o atacante Klenisson e os meias Roger Gaúcho e Juninho cumprirão suspensão automática pelo terceiro amarelo. Já o goleiro Mondragon segue tratamento de lesão na coxa direita. Os volantes Dos Santos e Jardel também estão no DM.

Um dos destaques do Jacaré, o zagueiro Mimica, de volta à cidade onde esteve por três anos após defender o Club do Remo. “Estou muito feliz de voltar a Belém, onde tive o privilégio de poder passar três anos e meio jogando no Remo, e hoje voltar a jogar contra o Paysandu”.

- O antigo rival estadual garante que todos no Altos sabem do momento bicolor jogando em casa e vão tentar aproveitar isso, embora a equipe piauiense seja o pior visitante do Grupo A. “Sabemos que o Paysandu, quando joga dentro de casa, não está conseguindo propor o jogo do jeito que quer, sempre deixando espaços para o adversário, então estamos estudando essa situação também”, disse. “Mas, também sabemos a qualidade da equipe deles, as contratações de qualidade que fizeram, jogadores experientes. Temos que ir para o jogo sabendo das dificuldades que teremos”.