"Como um verdadeiro Leão Azul de garras aduncas, o Clube do Remo foi a própria alma da cidade", essa frase foi descrita no ano de 1944 pelo jornalista Edgar Proença, onde, na ocasião, relatou a vitória do Leão Azul sobre o São Cristóvão, do Rio de Janeiro, no antigo jornal "O Estado do Pará", o que deu origem ao clássico mascote azulino.
Tradicionalmente, a representação de um leão é ligada à força e garra, o que representa bem a história do Filho da Glória e do Triunfo, que é marcada por episódios de superação e bravura, principalmente nos últimos tempos, onde o clube amargou anos tenebrosos, chegando a ficar sem disputar campeonatos brasileiros.
Após longos 13 temporadas longe da Segunda Divisão Nacional, os azulinos voltaram a figurar entre os 40 principais clubes do futebol brasileiro, graças as mudanças administrativas em sua gestão. Para fazer jus ao mascote, o primeiro turno da equipe remista foi de valentia, saindo da lanterna, após ficar sete jogos sem vitória, para a 11ª colocação, com 26 pontos (cinco do G-4), ficando, teoricamente, a 19 pontos do principal objetivo do clube: permanecer na Série B.
Era Bonamigo:
Mesmo após o amargo terceiro lugar do Campeonato Paraense, a diretoria azulina manteve o técnico Paulo Bonamigo, um dos principais responsáveis na conquista do acesso. No comando técnico na competição nacional foram sete jogos, onde conquistou uma vitória, quatro empates e duas derrotas, ficando com um aproveitamento de 23,80%.
O treinado gostava de montar o Leão ofensivamente no 4-2-3-1, variando para o 4-1-4-1. Uma das principais características da equipe era a passagem dos laterais, ao mesmo tempo, onde os volantes Lucas Siqueira e Uchôa os cobriam, formando a linha defensiva com os dois zagueiros centralizados. Isso foi um grande problema, já que a transição defensiva se tornava lenta para a formação do 4-4-2.
O time marcava em blocos baixos e médios, sem pressionar o adversário, que podia trabalhar a bola na busca por espaços, que apareciam nas costas dos volantes, que cobriam os espaços dos laterais após movimentações dos atacantes adversários. A equipe se mostrava desorganizada com o passar dos jogos.
A baixa produtividade dos atacantes se uniu com as poucas criações do setor de meio de campo e também viraram uma dor de cabeça para o torcedor azulino e Paulo Bonamigo, que deixou o clube na zona de rebaixamento após a derrota em casa por 2 a 0 para o Sampaio Corrêa. No jogo seguinte, contra o Coritiba, nova derrota, agora sob o comando técnico do interino Netão. O revés colocou o Leão de Antônio Baena na lanterna com apenas cinco pontos somados em 24 disputados.
Chegou Felipe Conceição:
O treinador de 42 anos estreou com uma derrota, diante do Vila Nova, o que marcou a sequência negativa de sete jogos sem vencer. Apesar disso, o pouco tempo de trabalho não dava para exigir tanto do novo técnico, que assim como o seu antecessor, gosta de usar o 4-2-3-1, com Felipe Gedoz de falso 9. ele ainda varia a equipe para o 4-3-3. A diferença é que Conceição trabalha seu time para manter a posse de bola, ajusta os espaçamentos que haviam entre os blocos de marcação, além de intensificar as triangulações nos contra-ataques, sempre buscando a abertura nas pontas.
No comando técnico azulino são 11 jogos, sendo seis vitórias, um empate e quatro derrotas, ficando com um aproveitamento de 57,57%. O comandante tirou o Leão da lanterna e deixou na 11ª colocação com 26 pontos, distante sete do primeiro colocado da zona de rebaixamento, Londrina, e a quatro do G-4, até o momento da finalização dessa matéria. Os destaques estão sendo Vinícius, Romércio, Thiago Ennes, Anderson Uchôa, Felipe Gedoz, Erick Flores e Victor Andrade.
Apesar dos bons números e da boa posição na classificação, Felipe continua dizendo que o principal objetivo é livrar o Remo da degola e ele tem motivos para se preocupar. Primeiro por conta da questão de desfalques, que se acumulam devido a lesões e cartões e segundo porque nem tudo está da maneira que ele quer. A partida contra o Operário-PR e Londrina-PR assustaram devido desempenho da equipe em campo. Ao todo, 16 gols marcados e 19 sofridos, ficando com saldo negativo de três.
O Remo ainda possui oscilações durante os jogos. Problemas na saída de bola e perda de muitas posses no meio de campo são constantes. Marcações altas e eficazes complicam o Leão, que tem dificuldades em recomposições defensivas neste momento de perda. Além disso, zagueiros lentos se complicam com atacantes mais rápidos. Reforços são necessários, pois, apesar de usar a base, os garotos não possuem uma formação de alto nível, já que o clube não é de disputar competições nacionais de categorias de base.
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