Se o ânimo da torcida tivesse influência nos resultados dos jogos, o Re-Pa de amanhã estaria decidido previamente em favor do Paysandu. Com os melhores números da primeira fase do Campeonato Paraense, mesmo com um jogo a mais, o time bicolor é o único classificado antecipadamente para a próxima fase. Nas redes sociais e nos jogos, o que se vê é a Fiel em harmonia com o time como há muito não se via.
Essa reação é comemorada pelos jogadores, mas sempre com a ressalva que esse sentimento é encarado de uma forma diferente dentro do elenco. Ele tem ressonância entre os atletas, que sempre gostam do apoio que vem da arquibancada, mas que o respeito pelo rival permanece em alta entre eles.
“Conversamos bastante sobre nosso bom momento. Sabemos que é um começo de um trabalho e tem sido bem feito por todos. Procuramos deixar a empolgação para a torcida e mantermos nosso foco para conseguirmos evoluir a cada jogo”, confirma o zagueiro Genilson, que lembra que esse apoio só faz aumentar a responsabilidade da equipe. “A empolgação da torcida é boa. A Fiel é muito apaixonada e isso é bem legal, mas isso nos dá a responsabilidade de fazer bons jogos, para que cada vez mais gente venha para a Curuzu”.
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O meia-atacante Marlon cita que o fato do time se doar muito em campo, mostrando garra em todos os jogos, faz uma diferença enorme nessa relação com a torcida. “Acho que eles estão felizes pelos jogos que estamos fazendo, principalmente pela nossa entrega. O torcedor gosta de quando os jogadores se esforçam, e estamos fazendo isso. Contamos com o apoio dos nossos torcedores para chegarmos aos nossos objetivos”.
SERENIDADE
O goleiro Elias Curzel é partidário de deixar somente a torcida se manifestar e manter sempre o mesmo tipo de postura que vem sendo tomada até aqui. “Essa empolgação a gente tem que deixar mais para o torcedor e que ele continue assim. A gente tem que manter o mesmo foco sempre, seja qual for o adversário. Não tem partida fácil na competição e temos que aproveitar que estamos numa crescente”.
MOTIVO DA ALEGRIA
Com o empate sem gols entre Paragominas e Caeté, na última quinta-feira, o Paysandu se tornou o primeiro time classificado para a segunda fase do Parazão, com três rodadas de antecedência.
O Papão é líder do Grupo A com 13 pontos e não pode mais ser alcançado pelo Jacaré, que é o terceiro. Se vencer o clássico de amanhã, o Paysandu garante a liderança antecipada do grupo.
GENILSON SE DIZ COMOVIDO
Natural de Duque de Caxias (RJ), o fluminense Genilson observa de longe e com apreensão o ocorrido no município de Petrópolis (RJ), onde as fortes chuvas causaram deslizamentos de terra que vitimaram 136 pessoas, com mais de 200 pessoas desaparecidas. O zagueiro bicolor revelou que a mãe mora próximo ao local da tragédia e que tem buscado informações sobre amigos que moram na região.
“Minha mãe mora a 50 minutos do local da tragédia. Tenho muitos amigos lá, meu empresário é natural de lá, mas hoje mora em outra cidade. Tenho buscado notícias dos conhecidos. Foi muito triste tudo o que aconteceu. Espero que Deus conforte os corações dessas famílias”, disse Genilson. “Não é a primeira vez que acontece isso. Não podemos confiar em homens e sim em Deus”.
DEFESA TIDA COMO PONTO FORTE
Melhor defesa do Campeonato Paraense, o Paysandu sofreu apenas um gol na primeira fase da competição. É um índice semelhante ao do maior rival, que sofreu dois gols. A similaridade é porque o Clube do Remo tem um jogo a mais. Mas, um sinal de que o setor defensivo bicolor tem se saído bem é que o goleiro Elias Curzel só foi ter maior trabalho na rodada passada, quando foi obrigado a intervenções mais difíceis no confronto contra o Itupiranga. Se a marcação voltar a se sair bem, mais uma vez, o Papão ganha mais chances de chegar a um bom resultado diante do Leão Azul.
“É o entrosamento de todo mundo. Por se tratar de um novo elenco, todo mundo está se ajudando, parece que a gente já se conhecia. A cada jogo, isso melhora e a confiança aumenta”, afirma Elias Curzel. O goleiro bicolor está tendo sua primeira grande sequência de jogos em anos. Ele divide o bom momento com os companheiros, mas não esconde a felicidade pela fase e a oportunidade que está tendo.
“É um momento muito bom o que estou vivendo. Conquistei esse espaço para ter essa sequência e o setor defensivo tem se saído muito bem. Mas, particularmente, estou muito feliz com tudo o que tem acontecido”.
O zagueiro salienta que nem as vitórias nublaram a análise dos jogadores, - “Vitórias ocultam os erros. Mas, aqui a gente sabe que temos muito por melhorar” -, e que todos na Curuzu sabem que o objetivo maior está no fim da temporada e que o caminho até lá é longo e árduo. “Procuramos conversar bastante sempre. A gente tenta entender as melhores características dos companheiros e tem dado certo. Sem falar que a equipe toda ajuda na marcação e isso faz diferença”.
Entre os trunfos desse início de ano da defesa bicolor, está a saída de bola. O time evita dar chutões e, mesmo quando é obrigado a isso, procura aprimorar esse fundamento para não rifar a redonda. “Trabalho a saída de bola desde 2014 e desde então tenho me aprimorando nesse fundamento. É importante, pois boa parte das nossas ações é com os pés”, diz Elias Curzel, que respira aliviado por encarar mais uma vez um bom campo neste Parazão. “Os gramados ruins prejudicam, mas a gente tem que se adaptar. Aqui atrapalha porque jogamos com a bola no pé, com triangulações”.
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