No clima da 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30), realizada em Belém, o futebol também entrou em campo pela sustentabilidade. Durante o painel “From football rivalry to unity: Playing for Earth”, promovido pelo Terra FC no TED Countdown House, dirigentes e representantes do futebol paraense discutiram como a modalidade pode colaborar para minimizar os impactos das mudanças climáticas.
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Entre os participantes estava o presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF) e vice-presidente da CBF, Ricardo Gluck Paul, que defendeu o uso do esporte mais popular do planeta como ferramenta de mobilização ambiental. Ele destacou que o futebol, apesar de gerar impactos significativos, possui uma força de influência inigualável.
“A conexão entre futebol e o clima é direta. O futebol causa muitos danos e é praticado sob esforço físico em locais onde o aquecimento já chegou. Temos que consertar o que já existe. A grande oportunidade é o futebol liderar essa pauta e influenciar o mundo inteiro”, afirmou.
CBF apresenta o “CBF Impacta” na COP30
Na quarta-feira (12), a CBF lançou, no Pavilhão Pará, na Green Zone, o CBF Impacta, programa que visa tornar o futebol brasileiro mais sustentável e reduzir os impactos ambientais das competições. A iniciativa se organiza em três frentes — impacto social, ambiental e governança — com projetos estruturantes e complementares.
Segundo Gluck Paul, o objetivo é transformar a entidade em uma confederação neutra em carbono: “É um compromisso da CBF com as questões ambientais, sociais e de governança. O futebol brasileiro tem como liderar a pauta climática. Vamos minimizar os impactos ambientais em todos os jogos.”
Paysandu apresenta medidas de reciclagem e inclusão
Representando o Paysandu, o executivo administrativo Thiago Xerfan detalhou ações já implementadas pelo clube para reduzir sua pegada ambiental. A primeira delas foi a extinção do ingresso físico, adotada em 2025.
“A extinção do ingresso físico está ligada à sustentabilidade e à inclusão. Além disso, destinamos os resíduos sólidos dos estádios a uma associação de catadores. O que não tinha valor passa a ter. É uma medida que impacta positivamente no meio ambiente, na inclusão social e na economia”, explicou Xerfan.
O clube mantém parceria com organizações de catadores, que recolhem e comercializam os resíduos das partidas na Curuzu e no Mangueirão, fortalecendo a cadeia produtiva da reciclagem.
Remo investe em CT sustentável e ações ambientais
Pelo lado azulino, o CEO André Alves destacou a transformação do Centro de Treinamentos de Outeiro, que passa por reformas para se tornar 100% sustentável, com reaproveitamento de água e implantação de energia solar.
O Remo também criou um comitê interno para tratar de questões ambientais e adotou materiais recicláveis na produção dos uniformes, confeccionados com fibras de garrafas PET.
“O CT já cresce de forma sustentável. Temos energia solar, reaproveitamento de água e uniformes feitos com garrafa pet. Também fizemos ações de limpeza dos rios com apoio da equipe da Náutica. O futebol acelera tudo isso, e o clube está engajado”, destacou.
União dentro e fora de campo
O painel reforçou que a rivalidade entre Remo e Paysandu fica apenas dentro das quatro linhas. Fora delas, os dois maiores clubes do Pará — ao lado da FPF e da CBF — uniram-se para debater soluções e fortalecer práticas sustentáveis.
Com impacto global e capacidade de mobilização única, o futebol tenta transformar sua influência em ferramenta de conscientização e ação climática, alinhando-se às urgências ambientais discutidas durante a COP30.
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