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ESPORTE PARÁ

Leão Azul, 109 anos de tradição

Uma dissidência de um grupo de atletas rebeldes que, inconformados, resolvem abandonar uma agremiação e criar uma nova para superar a antiga. Embora alguns não saibam, esse roteiro, tão comum na história dos times de futebol do Brasil, faz parte também da

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Uma dissidência de um grupo de atletas rebeldes que, inconformados, resolvem abandonar uma agremiação e criar uma nova para superar a antiga. Embora alguns não saibam, esse roteiro, tão comum na história dos times de futebol do Brasil, faz parte também da história dos primeiros dias do Clube do Remo. Mas, nesse caso, a história não tem nada a ver com futebol. Nos primeiros dias 1905, Belém do Pará vivia os últimos dias da Belle Époque e o remo era o esporte mais popular na cidade, amealhando desportistas e curiosos observadores na Baía do Guajará. Foi nesse cenário que, no dia 5 de fevereiro daquele ano, há 109 anos, um grupo de cinco remadores do Sport Club do Pará se rebelaram e resolveram montar seu próprio clube para disputar as regatas. Inspirados no Rowing Club, clube inglês de remadores, resolveram nomeá-lo Grupo do Remo.

E foi assim que surgiu uma das maiores potências esportivas do estado. Com incontáveis grandes resultados no próprio remo, natação, voleibol e basquete, entre outros esportes, desde cedo se tornou uma referência nos esportes. Mas nenhum esporte teria o impacto e a influência que teve o futebol para a história desse clube e o próprio futebol paraense. Foi por meio do futebol que o Remo deixou de ser um clube para sócios elitizados e se tornou uma paixão das massas, com aficionados em todas as classes sociais.

Em 1908, endividado e sem conseguir quitar as dívidas de aluguel da sua sede náutica, o desembargador Alfredo Barradas sentenciou a extinção do Grupo do Remo. Já um clube com muitos apaixonados, um grupo de remadores resolveu, de forma secreta, sequestrar algumas embarcações do galpão da sede náutica para que elas não fossem destruídas ou caíssem em mãos erradas. Em 15 de agosto de 1911, após três anos extinto um grupo de onze atletas, conhecido como “O Cordão dos Onze”, alugou novamente o prédio da sede náutica e, de barcos e remo em punhos, trouxeram de volta a sede e reorganizaram o clube, dessa vez para não mais acabar.

Pouco após a reorganização, foi sugerido ao presidente do clube, Oscar Saltão, a mudança do seu nome de Grupo do Remo para Clube do Remo. As discussões em volta desse tema se alongaram até 7 de agosto de 1914, quando o clube passou por reforma estatutária. Quando conquistou seu primeiro título no futebol, no Parazão de 1913, o Leão ainda era chamado Grupo do Remo.

Conquistas nos gramados: um titã do futebol nortista

Falar de futebol no Clube do Remo é falar de uma história que já nasce gloriosa. No momento em que decidiu disputar as competições de futebol, o Remo amealhou uma equipe simplesmente imbatível. Foi campeão paraense por sete anos seguidos - cinco deles já disputando contra seu grande rival Paysandu – até hoje a maior sequência de conquistas da história do futebol paraense.

E falando na rivalidade Re-Pa, ela mesma surgiu justamente da necessidade de se criar um time que rivalizasse com o Remo. E no confronto direto, o Leão é o maioral, com a maior sequência de invencibilidade entre rivais do futebol brasileiro – o tabu de 33 jogos, construído entre 93 e 97 e coroado com um pentacampeonato estadual. Além disso, nestes 109 anos, a vantagem no clássico é azulina – 256 vitórias, 237 empates contra 226 vitórias bicolores – uma vantagem de 32 vitórias.

Fora do futebol paraense, também não faltam glórias e momentos marcantes na saga do Leão Azul de Antônio Baena. Como as conquistas da Copa do Norte, entre 1968 e 1971, os primeiros títulos regionais do futebol paraense. Em 1971, o Leão se sagrou campeão do campeonato Norte-Nordeste, hoje não reconhecido pela CBF, mas que durante muito tempo foi a principal conquista do futebol paraense. Entre as grandes campanhas no futebol brasileiro duas se destacam – o quarto lugar na Copa do Brasil de 1991 e o oitavo lugar na primeira divisão do Campeonato Brasileiro, em 1993, até hoje as melhores posições conquistadas por uma equipe paraense nessas competições.

Mas o título mais marcante foi numa divisão bem mais modesta. A conquista da Série C em 2005 valeu muito mais pelo título que a torcida azulina recebeu naquela temporada (pela qual passou a ser conhecida então por Fenômeno Azul). Com média de 30 mil torcedores por jogo, o Leão conquistou a melhor média no Campeonato Brasileiro das três divisões naquela temporada. Uma prova inconteste que não importa qual competição sempre haverá um torcedor azulino para apoiar o time.

Nas arquibancadas, o amor incondicional

Quando levantou pela primeira vez um troféu de campeão brasileiro, em 2005, por ocasião da disputa da Série C, o Clube do Remo viu nascer nas arquibancadas um movimento de torcedores que ficou conhecido no Brasil inteiro pela alcunha de “Fenônemo Azul”. Em cada um dos 18 jogos, no mínimo 30 mil pessoas estiveram presentes nas arquibancadas do Mangueirão. Naquele ano, os remistas tiveram a maior média de público das três divisões nacionais, superando nomes como Flamengo e Corinthians.

Desde então, o gosto da torcida pelas arquibancadas em dia de jogo do Leão Azul parece não ter diminuído, ao contrário da campanha em campo - disputou pela última vez a Série D em 2012. O que explica esse fascínio por um time em nítido processo de reconstrução, nem os próprios torcedores sabem dizer.

“É um amor que não tem explicação. Quem nasce remista entende. Mesmo nas horas difíceis a torcida não abandona. Não existe ‘modinha’ entre os torcedores do Remo, é uma relação muito forte que, acredito eu, nunca vai se acabar”, opina o advogado Feres Kahwage, que, na campanha da Série C, esteve presente em todas as partidas.

No Campeonato Paraense do ano passado, a média de público azulina foi disparada a maior, alçando o time à sétima posição no ranking nacional, com exatos 15.311 pagantes por jogo, mais até do que o “todo poderoso” São Paulo, com meros 13.391 torcedores por partida. Este ano, o Fenômeno não fica atrás. São, em média, 13.256 mil torcedores a cada confronto, colocando a torcida na liderança disparada do certame estadual.

Glórias em todas as modalidades

Em mais de um século de glórias, o Clube do Remo, que nasceu como “Grupo do Remo”, coleciona feitos nas mais diversas modalidades esportivas. São centenas de títulos e feitos que marcaram diversas gerações de atletas e ajudaram a construir uma agremiação esportiva sólida, que até hoje ultrapassa as barreiras do simples ato de competir. Não seria modéstia alguma dizer que essa turma, realmente, é toda de valor.

Desde sua origem, no esporte que dá nome ao clube, o Remo desfila proezas. É o maior vencedor de regatas do estado, com 40 títulos, incluindo o recente tetracampeonato. Vale também o destaque para os nove títulos do troféu Lauro Sodré, a mais importante competição do esporte que já existiu no Pará. A nível internacional é possível citar as quatro participações do clube (2008/10/11/12) no Campeonato Sul-americano de Remo, onde foram conquistadas um total de oito medalhas de ouro.

Outra modalidade vitoriosa, talvez a maior do clube, é a natação, que já revelou atletas de projeção nacional, como Mônica Rezende, Edilson Silva Junior, Thiago Abreu e Thais Arruda. São nada menos que 40 atletas com títulos nacionais e 12 com conquistas sul-americanas. O atual supervisor do esporte, Domingos Ferreira, que há 45 anos está no Remo, contabiliza 231 conquistas, entre elas campeonatos brasileiros, nacionais escolares, troféus, títulos sul-americanos e participações em mundiais.

Na quadras, o fenômeno é da mesma forma relevante. Só no basquete, os azulinos possuem um inigualado heptacampeonato paraense (1959, 60, 61, 62, 63, 64 e 65), de um total de 27 títulos, além de uma Copa Brasil Norte (2002) e um torneio interestadual (1980). No futsal, são nada menos que 68 títulos estaduais divididos em 12 categorias. A conquista de maior expressão da modalidade é a Taça Brasil da 1ª divisão, categoria sub-17, conquistada em 2012. Como se não bastasse, o Clube de Periçá tem conquistas no vôlei, atletismo, saltos ornamentais, tênis de mesa e até no tênis de quadra.

(Diário do Pará)

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