Faro de gol aliado à criatividade sempre foi marca

Dos mais de 20 anos em que jogou futebol, Edil não elege um clube como predileto. Impossível, diante de tantas histórias, títulos e façanhas. A prova cabal dessa fidelidade com o futebol paraense é a própria resposta quando perguntado sobre por quem torce. “Eu não posso citar um. O Edil foi ídolo nos dois, tem o respeito e o carinho das duas torcidas. Fui muito feliz no Remo e no Paysandu”.

Para ele, olhar o futebol de hoje é falar com alegria do passado e tristeza com o presente. “Hoje em dia, eu não jogo mais profissionalmente. Parei quando meu pai e outro parente faleceram. Perdi o ânimo aos 39 anos, mas se hoje me chamassem, eu garanto que faria melhor que todos esses jogadores que estão ai enganando muitos clubes”, critica.

Edil considera que os jogadores “forasteiros” dificilmente dão certo, porque possuem outro olhar. “Hoje em dia chega um Souza. Ele vem ganhando uma grana, não faz nada e vai embora. Não tem problema nenhum para ele. Comigo não. Eu era daqui, não queria ver minha filha sofrendo brincadeiras quando eu perdia. Sempre me esforcei por ser um atleta da casa”.

Esta tese ele sustenta categoricamente e acredita que, desta forma, o futebol paraense pode voltar a viver dias de glória. “Não existe mais isso. Antes os valores eram locais. Temos uma escola excelente. Apeú, Belterra, Rogério Belém, Ageu, todos atletas que vieram da base e os técnicos iam buscar no interior. Hoje ninguém faz mais isso. Só querem que o jogador venha até o clube. Desse jeito, dificilmente teremos um Edil para dar alegrias a Remo e Paysandu”, encerra.

(Luiz Guilherme Ramos/Diário do Pará)