A má administração no Clube do Remo em gestões passadas ainda assombra os dias atuais. Prestes a completar cinco anos sem utilidade para jogos do futebol profissional, o estádio Evandro Almeida poderia ser a salvação azulina após o incidente no Mangueirão, para não ser preciso adiar o jogo de estreia do Leão pelo Parazão. Mas, ocioso desde maio de 2014, após demolição de parte das arquibancadas com promessas de criação de camarotes, na gestão de Zeca Picão, o alçapão, que já foi fonte de renda e de temor dos adversários, hoje é uma das despesas do clube.

Apesar da promessa de reabri-lo ainda para o Campeonato Paraense, conforme a antiga administração do clube, o certo é que ainda não tem uma data específica para que o estádio possa, finalmente, voltar a receber os jogos da equipe. Mas o atual presidente azulino, Fábio Bentes, é confiante e acredita que ainda para o certame local o Baenão possa, enfim, receber a torcida. “Infelizmente, os jogos, hoje, precisam ser no Mangueirão. Por isso precisamos esperar a resolução do caso. O Baenão está caminhando e trabalhamos que nesse primeiro bimestre possamos voltar para casa, porque não podemos mais ficar sem o nosso estádio”, afirmou Bentes.

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Adiamento afeta a parte financeira do clube

Sem uma renda expressiva e contínua desde a eliminação na Série C do ano passado, no final de agosto, o Remo lamenta, com o adiamento do seu jogo de estreia no Parazão, mais uma demora em fomentar o seu caixa. Apesar da crescente no número de associados no Nação Azul, que hoje supera a casa dos 2 mil, a principal fonte de renda da equipe ainda é a bilheteria em dias de jogo. 

Como todas as cotas de patrocínio estão bloqueadas, o lucro da arquibancada é fundamental para honrar com os compromissos. Um valor estimado em R$ 500 mil era aguardado para o jogo contra o Tapajós, na estreia, baseado no borderô da edição anterior do campeonato, que teve os mesmos valores de ingresso e carga disponibilizados.

Como os próximos jogos do Leão, conforme a tabela da competição Estadual, serão como visitantes, em Santarém e Tucuruí, a equipe poderá contar com o apoio da torcida massivamente apenas no clássico Re-Pa, pela quarta rodada, quando jogará em Belém. “A ansiedade é grande para o jogo, e agora com essa complica um pouco”, disse o torcedor Raul Abreu, administrador.

De qualquer modo, não há como ir contra a decisão do adiamento, já que é a segurança do torcedor que está em jogo. Segundo o governador Helder Barbalho, foram identificados diversos problemas estruturais no estádio. Na área onde houve a queda da laje será necessária intervenção e imobilização imediata. “Temos uma alternativa, que está sendo estudada, de que essa área do estádio esteja com acesso restrito, mas a ideia é que possamos utilizar os outros espaços do Mangueirão”, afirmou. “Precisamos de 10 dias para visualizar registros não apenas no local do incidente, mas também em outras áreas. Não podemos correr risco de eventos acontecerem com o estádio cheio”, diz.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)

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