Faltou força e criatividade
O Remo podia ter tido melhor sorte ontem frente ao Vitória. Renan Gorne perdeu gol feito logo aos 10 minutos. Lucas Siqueira mandou uma bola na trave aos 30’ do segundo tempo. Foram os melhores lances de um jogo truncado, de pouca técnica e muita marcação. Valeu pela entrega das duas equipes e da luta encarniçada no meio-de-campo.
Ocorre que o empate sem gols não é um bom resultado para quem joga em casa, mesmo que o conceito de mandante seja hoje bastante questionável. O fato é que, ao longo dos dois tempos, o Remo teve sempre mais posse de bola, mas sem a competência e a rapidez necessárias para superar o forte bloqueio do adversário.
Quando a bola rolou veio a primeira surpresa da tarde. Rafinha substituiu a Felipe Gedoz na meiúca com a responsabilidade de criar e organizar a equipe na parte ofensiva. Até que atuou razoavelmente bem nos primeiros minutos.
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Participou com um toque de calcanhar do lance que Igor Fernandes executou no início da partida, envolvendo a marcação baiana e dando assistência precisa para Renan Gorne desperdiçar na pequena área. Depois, Rafinha tentou alguns chutes de fora da área, sem êxito.
No final do primeiro tempo, sob a canícula que assolava o Baenão, ele foi vencido pelo desgaste e não acertou mais nem cobranças de escanteio. O Remo, porém, não dependia só dele. Dioguinho, Jefferson e Gorne eram os homens da frente – embora Paulo Bonamigo tenha dito que planejou jogar com um quadrado no meio.
Dioguinho buscava os lances individuais como forma de furar as linhas de marcação, mas pecava em todas as tentativas. Uma tarde infeliz para ele e para o Remo, que dependia muito de um atacante voluntarioso e capaz de romper marcação. Jefferson travava luta constante com os zagueiros do Vitória e com a bola.
Na etapa final, Uchoa saiu para a entrada de Vinícius Kiss e Edson Cariús substituiu a Gorne. Nada mudou significativamente. O Remo continuou martelando na barreira de oito defensores do Vitória sem apresentar alternativas inteligentes para permitir que o ataque levasse alguma vantagem.
Depois, entraram também Gedoz, Gabriel Lima e Kevem nas vagas de Rafinha, Dioguinho e Rafael Jansen. De novo, quase nenhuma mudança de relevo nas articulações em busca do gol. A bola passava de pé em pé no campo de defesa, mas chegava mascada à intermediária rubro-negra facilitando os desarmes.
Aí começou a sobressair a desenvoltura de Jefferson pela direita, redimindo-se das jogadas ruins do primeiro tempo. Insinuante e esforçado, ele produziu um belo lance aos 23 minutos. Engatou um elástico, deixou dois zagueiros para trás e chutou com perigo.
Minutos depois, novamente brigando e retomando a bola, descolou um passe para Lucas Siqueira, que estava na entrada da área. O volante acertou um chute forte, que explodiu na trave esquerda de Lucas Arcanjo. Foi a última grande oportunidade surgida para o Leão.
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Nos instantes finais, o Vitória chegou a rondar a área e Guilherme Santos acertou um chute forte no canto direito, que Vinícius agarrou com segurança. O centroavante Dinei se movimentava para explorar o jogo aéreo, mas a partida não estava desenhada para ter gols.
O escore zerado expressou à perfeição o duelo entre a pouca criatividade azulina contra o defensivismo pragmático do Vitória.
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