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COLUNA DO GERSON

Paysandu paga preço por expulsão e erros de finalização

O time chegou a ter chance de sair vitorioso, entretanto, vacilou e foi punido.

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Imagem ilustrativa da notícia Paysandu paga preço por expulsão e erros de finalização camera O volante Mikael foi expulso ainda no início da partida. | Vitor Castelo/Paysandu

O preço de uma expulsão

O Brasileiro da Série C é o campeonato da transpiração, da marcação predominando sobre a criação e da força superando a técnica. O PSC ficou com 10 jogadores ao longo de mais de 80 minutos e teve uma atuação satisfatória, marcando firme e conseguindo em vários momentos criar ataques perigosos. Um cochilo de marcação quase ao final acabou resultando no gol do Vitória, que determinou a derrota bicolor.

É preciso considerar que a perda de um jogador logo aos 8 minutos prejudica a estratégia de qualquer equipe. Foi o que ocorreu com o PSC, que ficou sem o volante Mikael, expulso após atingir Rafinha, do Vitória, que se encontrava caído no gramado.

Sem o árbitro de vídeo provavelmente o pisão de Mikael passaria despercebido. O árbitro ficou mais atento à falta e só tomou conhecimento do que havia ocorrido após ser chamado pelo VAR. E expulsou corretamente o aloprado volante do PSC.

O prejuízo causado por Mikael se estendeu pelo resto da partida, pois o time teve que correr sempre mais, a fim de conseguir marcar o time adversário. Por sorte, o Vitória – como a maioria dos times brasileiros – não soube explorar a vantagem numérica, mas José Aldo e Vieira precisaram se desdobrar para acompanhar o ataque rubro-negro.

Ao invés de partir para uma distribuição de jogo mais rápida, explorando os lados do campo e os passes curtos, caiu na mesmice das ligações diretas e dos cruzamentos inúteis. Léo Gomes era o meia encarregado de fazer a transição, mas não acertou nenhum passe.

Os homens de frente esbarravam na boa marcação imposta pelo meio-campo do Papão, à frente José Aldo e Vieira. Em meio a isso, apesar de já ter sido punido com a expulsão, o PSC seguiu pilhado. O zagueiro Naylor peitou seguidamente o árbitro buscando cavar a expulsão de um adversário, mas correndo o risco de desfalcar ainda mais seu time.

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Durante o 1º tempo, o PSC cuidou de conter as investidas do Vitória procurando sair rápido, como é a característica do time. Marlon prendia a atenção dos zagueiros e Serginho surgia com liberdade para arrematar de fora da área. Quando não tinham a bola, todos voltavam para marcar.

Acertou um chute perigoso aproveitando rebote na entrada área. Logo depois, em cobrança de falta, assustou o goleiro Dalton. Com a postura reativa, o PSC não permitiu que o Vitória tomasse conta do jogo. Alan Santos, zagueiro rubro-negro, levou um amarelo após acertar Dalberto. Punição poderia ter sido mais rigorosa.

Márcio Fernandes só fez substituições no 2º tempo, quando colocou Robinho e Danrlei nas vagas de Marlon e Dalberto. Funcionou bem porque a zaga baiana começou a dar chutões, permitindo que Igor Carvalho e Patrick Brey se revezassem em arremessos/cruzamentos sempre perigosos.

A grande chance, a chamada bola do jogo, surgiu aos 25 minutos, quando José Aldo fez um passe de curva para Danrlei à altura do meio-campo. Em velocidade, o centroavante avançou até a área e bateu forte, mas o goleiro Dalton conseguiu espalmar evitando o que seria o gol alviceleste.

Aqui cabe uma observação: Danrlei atuou pouco na Série C, ficando ausente das quatro últimas partidas, o que compromete ritmo e afeta o tempo de bola. Errou na definição do lance, é verdade, mas trouxe ao ataque um vigor que Dalberto não conseguiu dar no 1º tempo.

O gol de Rodrigão, que havia entrado minutos antes, surgiu de uma desatenção dos laterais do PSC. No início da jogada, aos 38’, Patrick Brey foi envolvido pela troca de passes dos atacantes. Quando Gabriel Honório deu o balão em direção à área, Igor Carvalho ficou olhando a bola e deixou de marcar Rodrigão. Livre, o atacante bateu de primeira e fez o gol.

Mesmo abatido pelo gol, o PSC ainda pressionou com Marcelo Toscano e Robinho, em lances que alvoroçaram a defensiva do Vitória. A prova de que o time lutou até o fim, teve capacidade para elaborar jogadas e poderia ter obtido um resultado melhor.

Gol vira alvo de polêmica e queixas bicolores

Logo depois da partida se iniciou um debate nas redes sociais sobre o lance que do gol rubro-negro. A bola teria batido no peito ou no braço do jogador Gabriel Honório, antes do cruzamento para a finalização de Rodrigão? As imagens não são conclusivas. Aceleradas ou em câmera lenta, elas dão margem a dúvidas e apimentam a discussão. Do ponto de vista do torcedor, é absolutamente normal que questione e reclame da marcação.

Prestei atenção ao lance, repeti inúmeras vezes e fiquei com a mesma impressão: a bola parece tocar no peito ou no ombro do atacante. Aparentemente, o VAR considerou tudo legal, mas a queixa (legítima) dos bicolores é de que o árbitro não foi chamado para revisar.

A essa altura, uma providência técnica passa a ser obrigatória: com o VAR, os jogos dos quadrangulares precisam ter câmeras posicionadas atrás da linha de fundo, justamente para esclarecer jogadas rápidas e polêmicas como a do gol do Vitória.

Copa Verde: cada vez mais no campo da incerteza

O Remo liberou quase metade do elenco utilizado na campanha da Série C. A providência é acertada porque não há como manter jogadores e onerar a folha salarial quando não há receita por entrar. Serão quatro meses sem jogos, dependendo apenas de patrocínio e promoções.

A decisão de fazer o desmanche do elenco, ficando apenas jogadores com contratos mais longos e possivelmente cinco remanescentes da campanha, se ampara na absoluta incerteza que ronda a realização da Copa Verde.

Até o momento, a CBF não deu sinais de que pretenda bancar a competição, espécie de patinho feio do calendário da entidade. Todo ano é a mesma coisa: as datas das competições são definidas, mas a entidade esquece da Copa Verde. Desta vez, ao que parece, o esquecimento é definitivo.

Caso aconteça, o torneio será realizado no final da temporada ou em janeiro de 2023, como ocorreu com a edição passada. Até lá, o Remo já terá iniciado o processo de formação de um novo elenco.

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