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IMPACTOS DA PANDEMIA

8% dos atletas tiveram sintomas persistentes após Covid-19

Dados são de estudo conduzido por pesquisadores da USP. Pesquisa deve orientar profissionais de saúde que trabalham com esportistas.

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Imagem ilustrativa da notícia 8% dos atletas tiveram sintomas persistentes após Covid-19 camera (Foto: Divulgação COI)

Um estudo publicado pelo British Journal of Sports Medicine revelou que 8% dos atletas que contraíram Covid-!9 desenvolveram sintomas persistentes, enquanto que 94% dessa população apresentou um quadro apenas leve ou assintomático.

Realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), o estudo analisou 43 artigos científicos que avaliam os impactos da pandemia em 11.500 atletas amadores e profissionais de alto rendimento. A investigação constatou que esses sintomas ou sequelas podem prejudicar o desempenho dos esportistas e, em alguns casos, retardar a volta aos treinamentos e competições.

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O coordenador da pesquisa, Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina (FM-USP), assegurou que o estudo foi conduzido de modo que a análise pudesse abranger as mais variadas manifestações da doença, desde os quadros mais agudos até os sintomas persistentes.

“Estudamos tanto o quadro agudo da doença, buscando avaliar as manifestações e a gravidade, como também os sintomas persistentes, registrados depois que o vírus já havia sido eliminado do organismo. É algo um pouco mais abrangente do que aquilo que se convencionou chamar de COVID longa", esclareceu Gualano. "Trata-se de um verdadeiro compêndio sobre o tema, que pode orientar profissionais de saúde que trabalham com essa população", destacou.

O artigo aponta que 74% dos esportistas apresentaram sintomas na fase aguda, sendo os mais comuns anosmia/ageusia (46,8%), febre/calafrio (38,6%), dor de cabeça (38,3%), fadiga (37,5%) e tosse (28%). Apenas 1,3% evoluiu para a forma grave da doença.

Gualano também enfatizou que a taxa de casos graves entre os atletas é praticamente a mesma que foi observada na média da população. No entanto, traçar um comparatico entre o índice de casos assintomáticos entre os dois grupos é bem mais complicado. “Muitos infectados com sintomas leves passam despercebidos na população em geral. Já entre os atletas, que passam por avaliações frequentes, esses casos tendem a ser mais diagnosticados”, explicou.

As descobertas mais importantes da pesquisa, segundo Gualano, dizem respeito justamente à fase pós aguda da Covid-19. Nesta etapa, cerca de 3,8% e 17% dos atletasdesenvolveram sintomas persistentes, entre eles anosmia/ageusia (30%), tosse (16%), fadiga (9%) e dor no peito (8%).

“Observamos que 3% desenvolvem intolerância ao exercício. Não é algo grave, que ameace a vida, mas no contexto esportivo pode ser um problema. No caso dos atletas de elite, qualquer diferença na preparação pode determinar quem sobe ao pódio, tamanha a concorrência”, lembrou Gualano.

Protocolos individualizados

Para Gualano, os resultados da pesquisa indicam que as confederações esportivas precisam rever seus protocolos em relação ao retorno dos atletas aos treinos. Segundo ele, nem todos os pacientes estarão aptos dentro dos prazo de cinco dias, que é a média adotada pelos órgãos reguladores do esporte mundial.

“O ideal é o atleta passar por uma avaliação criteriosa e, em caso de sintomas persistentes, talvez seja necessário modular a carga ou até mesmo adiar o retorno até que o quadro se resolva”, recomendou.

Embora estudos anteriores tenham sugerido que a COVID-19 aumentaria o risco de miocardite nessa população, a revisão conduzida pelo grupo da FM-USP não confirmou a hipótese.

“Nos estudos em que havia algum tipo de grupo-controle não foi possível observar uma relação de causalidade entre a infecção e o problema cardíaco. Uma possibilidade é que os atletas já tivessem miocardite, que só foi descoberta por causa dos exames de imagem feitos após a COVID-19. Porém, a ausência de evidência não significa que essa relação não exista. Mais estudos devem ser feitos a respeito”, afirmou.

Apesar de abrangente, observa Gualano, o estudo recém-publicado deixou algumas lacunas a serem preenchidas por pesquisas futuras. Tais como os impactos da vacinação e da variante ômicron nos atletas, já que a maioria dos artigos é anterior ao surgimento das novas cepas do SARS-CoV-2.

“Aparentemente, um número menor de atletas tem nos procurado com sintomas persistentes, mas não sabemos se é por causa da variante, da vacinação ou da imunidade prévia. Também não conhecemos a resposta vacinal às subvariantes da ômicron. Precisamos continuar estudando os atletas nesse novo contexto da pandemia”, projetou.

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