Aos 54 anos, ainda competindo e dono de uma carreira exemplar, Lars Grael será homenageado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) no Prêmio Brasil Olímpico, na próxima quarta-feira (28). Na cerimônia, que acontece na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro o paulista receberá o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, que celebra grandes nomes que representem os valores positivos do esporte.
“Fico extremamente emocionado e lisonjeado com a homenagem, porque é a maior honraria do esporte olímpico brasileiro e que leva o nome do primeiro grande herói do esporte olímpico brasileiro, a quem tive o prazer de conhecer e tê-lo como amigo. Essa associação com o Adhemar Ferreira da Silva vem desde a minha infância. É uma pessoa que aprendi a respeitar e admirar, e receber um troféu com o seu nome é uma grande responsabilidade, tendo em vista todos os outros grandes nomes do esporte olímpico brasileiro que já o receberam”, declarou Lars. “Ser homenageado justo em um momento de transição, de mudança do sistema de governança do esporte brasileiro carrega um simbolismo muito grande”, completou.
Vindo de uma família de velejadores – seu irmão Torben é o maior medalhista olímpico da história do Brasil ao lado de Robert Scheidt -, Lars começou como proeiro do irmão Torben na classe Snipe para conquistar os primeiros títulos de expressão. Mas foi na então classe olímpica Tornado que alcançou os maiores títulos da carreira, entre eles as duas medalhas de bronze em Seul 88 e Atlanta 96. Esteve também em Los Angeles 84 e Barcelona 92, onde ficou em sétimo e oitavo lugares, respectivamente, além de Sidney 2000 e Atenas 2004 como coordenador técnico da equipe de vela. Outro título de grande destaque na sua carreira foi o Campeonato Mundial da classe Snipe, em 1983, em Portugal. Seu currículo de troféus traz ainda 10 títulos continentais e 29 títulos nacionais, além de vários outros resultados de expressão obtidos desde a estreia em 1972.
“É um orgulho muito grande representar toda uma quantidade de velejadores, do meu esporte, que deu ao Brasil tantas medalhas olímpicas para o Brasil. Nessas horas eu paro para pensar nos quatro Jogos Olímpicos que participei como atleta, nas duas medalhas olímpicas que conquistei e nas duas que fui como coordenador técnico da equipe de vela. Esse prêmio representa tudo que venho fazendo em favor do Movimento Olímpico como um todo. Só tenho a agradecer”, celebrou Lars.
Em 1998 teve sua carreira comprometida após um acidente em Vitória (ES) que resultou na amputação de sua perna direita. Mesmo com o trauma, anos depois, Lars passou a receber convites para ocupar cargos de gestão. Em 2001, tornou-se secretário Nacional de Esporte e entre 2003 e 2006 foi secretário de Juventude, Esporte e Lazer de São Paulo. A partir daí sempre esteve envolvido nas principais discussões sobre os rumos do esporte nacional.
Depois de um tempo de adaptação e incentivo do irmão Torben, voltou a competir. Foram vários resultados internacionais de destaque que, em 2015, culminaram com a conquista do título mundial da classe Snipe, em Buenos Aires. Dois anos mais tarde, na Dinamarca, foi vice-campeão na Star.
Atualmente, além de competir nas classes Star e Oceano, continua atuando na política esportiva, através do Conselho Nacional do Esporte e da Comissão Nacional de Atletas, da qual é vice-presidente. Nesta comissão, onde foi presidente até junho de 2017, teve papel decisivo para a elaboração dos projetos que ajudaram a criar a Bolsa Atleta e a Lei de Incentivo ao Esporte.
O Troféu Adhemar Ferreira da Silva
Criado em 2001, o Troféu Adhemar Ferreira da Silva tem como objetivo homenagear atletas e ex-atletas que representem os valores que marcaram a carreira e a vida de Adhemar, bicampeão olímpico no salto triplo, tais como ética, eficiência técnica e física, esportividade, respeito ao próximo, companheirismo e espírito coletivo.
Confira os homenageados com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva até hoje:
2001 – Nelson Prudêncio – Atletismo
2002 – João Gonçalves Filho – Natação e Polo Aquático
2003 – Amaury Antonio Passos – Basquete
2004 – Maria Lenk – Natação
2005 – Agberto Guimarães – Atletismo
2006 – Aída dos Santos – Atletismo
2007 – André Gustavo Richer – Remo
2008 – João Havelange – Natação e Polo Aquático
2009 – Joaquim Cruz – Atletismo
2010 – Eder Jofre – Boxe
2011 – Bernard Rajzman – Vôlei
2012 – Hortência – Basquete
2013 – Torben Grael – Vela
2014 – Vanderlei Cordeiro de Lima – Atletismo
2015 – Gustavo Kuerten – Tênis
2016 – Bernardinho – Vôlei
2017 – Lars Grael – Vela
Fonte: Gazeta Esportiva
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