Claudinei Oliveira destaca eficiência do time e elogia torcida

Em um clássico onde os nervos estavam à flor da pele e a rivalidade tomava conta de Belém, o Paysandu deu um importante passo na luta contra o rebaixamento ao vencer o Remo por 1 a 0, no Mangueirão, pela 13ª rodada da Série B. Comandado por Claudinei Oliveira, que está há apenas duas semanas no cargo, o Papão demonstrou evolução tática e equilíbrio emocional para superar o maior rival em um dos Re-Pas mais aguardados dos últimos tempos.

Após a vitória, Claudinei concedeu entrevista coletiva e fez uma leitura detalhada da partida. Para o treinador, o Paysandu soube ser eficaz mesmo tendo menos posse de bola, apostando em uma estratégia mais direta e reativa. O comandante bicolor destacou a importância de abrir mão de um meio-campista para explorar melhor o jogo aéreo e as transições rápidas, principalmente com o atacante Garcez, destaque do primeiro tempo.

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“Criamos algumas estratégias. O Garcez, no jogo aéreo, é muito bom — no primeiro tempo buscávamos ele. Tiramos um meio-campista e atuamos com três volantes, com o Rossi mais à frente, lado a lado com dois volantes. Perdemos um pouco na pressão, mas ganhamos em agressividade na recuperação da bola. Tivemos ações rápidas para transitar e não perdemos ofensividade. A estratégia foi vencedora. Estivemos mais perto de fazer o segundo e até o terceiro gol do que o Remo de empatar, isso foi claro”, avaliou Claudinei.

Apesar da desvantagem na posse de bola — o Remo superou os 60% — o técnico fez questão de frisar que domínio territorial não se traduz automaticamente em superioridade dentro de campo. Segundo ele, o volume ofensivo e a efetividade do Paysandu foram superiores durante os 90 minutos.

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“Nosso goleiro teve uma defesa em uma cabeçada. Já o Marcelo Rangel trabalhou muito mais. Foram 21 finalizações, com sete na direção do gol. Tivemos finalizações de dentro da área. Não tivemos a posse de bola, mas se ela fosse tão importante assim, o jogo acabaria empatado e quem tivesse mais posse ganharia dois pontos. Mas não é assim que funciona. Controlamos bem o jogo, criamos chances, e é o segundo jogo seguido sem sofrer gols”, reforçou.

Claudinei também aproveitou o momento para exaltar o papel da torcida bicolor, que mesmo com o time ocupando a lanterna da competição, compareceu em peso ao Mangueirão e empurrou a equipe rumo à vitória.

“É clássico. Temos que respeitar o adversário. Mas o mais marcante foi ver o Paysandu na lanterna e, ainda assim, a torcida comparecer dessa forma. Isso não tem preço. É um patrimônio do clube. Em poucos lugares do Brasil se vê isso. É fantástico. Você sair de casa com o time na lanterna e fazer esse espetáculo. As duas torcidas deram show, mas a nossa saiu feliz”, declarou.

O treinador encerrou a avaliação com uma comparação curiosa, feita por Ailton, “O Predestinado”, ex-jogador do clube, com quem trabalhou anteriormente. Segundo Claudinei, o ex-atacante revelou que o Re-Pa é mais intenso até do que Gre-Nal e Fla-Flu, tamanha a paixão envolvida.

“O Re-Pa é fora da curva. Trabalhei com o Ailton, que jogou Gre-Nal, Fla-Flu… e ele me disse que nunca viu nada igual. Se ele falou isso, quem sou eu pra contestar. É um clássico diferente. Vencemos e nosso torcedor está feliz”, finalizou.

Com a vitória, o Paysandu ganha fôlego e moral, enquanto o Remo, apesar da boa campanha, amarga um tropeço doloroso diante do rival.