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CADÊ O BALANCETE?

Prejuízo do Paysandu em 2024 chegou a R$ 18,8 milhões, segundo balanço

O DOL conseguiu ter acesso aos documentos antes que fossem retirados do Portal da Transparência do clube. Porém, déficits, aumento de dívidas e falta de transparência preocupam torcedores e exigem reestruturação urgente.

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Imagem ilustrativa da notícia Prejuízo do Paysandu em 2024 chegou a R$ 18,8 milhões, segundo balanço camera Paysandu enfrenta crise financeira com déficits crescentes e falta de transparência em balanços | Reprodução/Paysandu

Num cenário em que a saúde financeira dos clubes brasileiros se tornou quase tão disputada quanto os campeonatos em campo, o Paysandu Sport Club segue vivendo um jogo difícil fora das quatro linhas. Entre promessas de reestruturação, oscilações nas receitas e pressões por resultados esportivos, as contas do Papão revelam um quadro de instabilidade que preocupa torcedores. Os números mais recentes mostram que, mesmo com alguns avanços pontuais, o clube ainda convive com déficits milionários, aumento de dívidas e dificuldades de transparência na divulgação de seus balanços.

Um ponto de atenção é a ausência do balanço financeiro de 2024 no Portal da Transparência do clube, que até o dia 10 de setembro de 2025 ainda não havia publicado. A prestação de contas anual é uma exigência básica de governança e transparência no futebol brasileiro, e normalmente é disponibilizada até abril do ano seguinte ao exercício encerrado. Importante frisar também que os demonstrativos mensais do ano passado não estão mais disponíveis no portal da transparência no site oficial do Clube. Porém, o DOL conseguiu ter acesso antes que os documentos fossem retirados.

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O que se teve, até o momento, são os balancetes mensais, no qual pode-se observar que houveram enormes variações entre um mês e outro. O Paysandu iniciou 2024 em relativa estabilidade, mas terminou o ano com dívidas maiores, caixa baixo e forte desequilíbrio operacional. No acumulado de 2024, o futebol profissional e de base teve receitas de R$ 39,7 milhões, mas despesas de R$ 53,5 milhões, resultando em um prejuízo de R$ 13,78 milhões. Os esportes olímpicos fecharam com déficit de R$ 172,5 mil, enquanto o clube social terminou com perdas de R$ 4,87 milhões. O prejuízo total acumulado foi de R$ 18,8 milhões.

Confira os saldos acumulados de janeiro a dezembro de 2024:

  • * Janeiro: -74.744,44
  • * Fevereiro: +383.774,35
  • * Março: -1.685.301,08
  • * Abril: +1.577.238,83
  • * Maio: -819.531,14
  • * Junho: -3.873.705,04
  • * Julho: -6.567.824,05
  • * Agosto: -9.550.223,47
  • * Setembro: -13.724.880,36
  • * Outubro: -15.561.315,73
  • * Novembro: -19.068.454,09
  • * Dezembro: -18.831.417,06

A falta do demonstrativo impede que sócios, torcedores e imprensa tenham uma visão clara da evolução financeira mais recente do Paysandu, especialmente após a temporada de 2024, que envolveu investimentos para o acesso à Série B.

Prejuízo do Paysandu em 2024 chegou a R$ 18,8 milhões, segundo balanço
📷 |Reprodução/Paysandu
Prejuízo do Paysandu em 2024 chegou a R$ 18,8 milhões, segundo balanço
📷 |Reprodução/Paysandu

Patrimônio encolheu e dívida de curto prazo subiu

Apesar de avanços pontuais em seu desempenho financeiro, o Paysandu ainda enfrenta um cenário de dificuldades econômicas, com déficits recorrentes, aumento de dívidas de curto prazo e queda no patrimônio líquido. Com a falta do balanço de 2024, a análise se restringe até o ano de 2023, ano em que o clube divulgou suas informações no Portal da Transparência.

A análise dos balanços financeiros de 2021 a 2023 revela uma trajetória de fragilidade nas finanças do clube. Até o momento, o balanço referente ao ano de 2024 ainda não foi publicado no Portal da Transparência oficial da instituição, descumprindo o prazo usual adotado por clubes de futebol no país.

Em 2021, o Paysandu registrou um ativo total de R$ 100,4 milhões, valor menor do que os R$ 105,4 milhões apurados no ano anterior. A tendência de retração continuou nos anos seguintes. Em 2023, o total de ativos somou R$ 109,6 milhões, uma queda de R$ 6,8 milhões em relação a 2022. Embora o número represente uma ligeira recuperação frente a 2021, o clube ainda demonstra dificuldade em manter estabilidade patrimonial.



O ativo circulante, que representa os recursos de curto prazo, também caiu: de R$ 12,4 milhões em 2020 para R$ 11,6 milhões em 2023. O caixa e equivalentes de caixa – recurso essencial para liquidez imediata – teve uma pequena oscilação positiva: de R$ 253,5 mil em 2021 para apenas R$ 350 mil em 2023, porém, com redução de quase 50% em relação ao ano anterior, visto que em 2022 o valor foi de R$ 643 mil.

Outro ponto sensível foi o volume de adiantamentos de ativos, que despencou de R$ 4,9 milhões em 2021 para R$ 1,05 milhão em 2023. Já os estoques, que eram de R$ 2,1 milhões em 2021, caíram para apenas R$ 497 mil dois anos depois, indicando possível desaceleração nas operações comerciais ou reavaliação de ativos.

Por outro lado, houve crescimento nas contas a receber, que passaram de R$ 4,5 milhões em 2021 para R$ 7,6 milhões em 2023, o que pode indicar aumento em acordos comerciais ou parcelamentos a receber.

Ativos se mantém alto

A maior parte dos ativos do Paysandu segue concentrada no ativo não circulante, que inclui imóveis, instalações e intangíveis. Em 2021, esse grupo representava R$ 88,5 milhões, número que se manteve estável ao longo dos anos, chegando a R$ 98 milhões em 2023.

O imobilizado (bens físicos como estádios, centros de treinamento e estrutura fixa) era de R$ 84,4 milhões em 2021 e fechou 2023 em R$ 93,3 milhões. Já o intangível (marcas, direitos de imagem e atletas) teve pequena valorização, subindo de R$ 4,1 milhões para R$ 4,67 milhões no mesmo período.



Dívidas de curto prazo aumentam

No lado das obrigações, o passivo circulante cresceu de forma expressiva. Em 2021, era de R$ 31,2 milhões, e em 2023 chegou a R$ 42 milhões – um aumento de mais de R$ 10 milhões em dois anos. Essa elevação aponta para maior pressão no curto prazo, com vencimentos imediatos se acumulando.

Entre os principais componentes desse passivo estão os fornecedores, que saltaram de R$ 4,1 milhões em 2021 para R$ 6,46 milhões em 2023. Os salários, férias e encargos sociais também subiram, de R$ 11,3 milhões para R$ 10,6 milhões (oscilando levemente), refletindo compromissos com o elenco e funcionários.

Destaca-se ainda o crescimento expressivo dos adiantamentos de credores, que saltaram de R$ 6,6 milhões em 2022 para R$ 11,56 milhões em 2023, um aumento que pode estar ligado a antecipações de receitas futuras, como direitos de TV ou patrocínios.

Em contrapartida, houve redução nos empréstimos e mútuos (de R$ 4,8 milhões em 2021 para R$ 2,5 milhões em 2023) e nas perdas constituídas (de R$ 9,97 milhões para R$ 7,1 milhões), sinalizando que o clube pode ter reestruturado parte de suas dívidas.

Prejuízo do Paysandu em 2024 chegou a R$ 18,8 milhões, segundo balanço
📷 |Reprodução/Paysandu
Prejuízo do Paysandu em 2024 chegou a R$ 18,8 milhões, segundo balanço
📷 |Reprodução/Paysandu

Obrigações a longo prazo em queda

O passivo não circulante, que corresponde a obrigações de longo prazo, apresentou leve retração. Em 2021, estava em R$ 16,1 milhões e alcançou R$ 21 milhões em 2023, após um pico em 2022 (R$ 24,1 milhões). Esse passivo é formado principalmente por obrigações fiscais (R$ 7,89 milhões em 2023) e provisões para contingências judiciais, que caíram de R$ 15,9 milhões em 2022 para R$ 13,1 milhões em 2023.

Patrimônio líquido encolhe

O patrimônio líquido do Paysandu, que representa a diferença entre ativos e passivos, caiu de R$ 59,5 milhões em 2020 para R$ 46,6 milhões em 2023, uma perda acumulada de cerca de R$ 13 milhões em três anos.

Em 2021, o clube registrou patrimônio social negativo de R$ 18,8 milhões, valor que piorou ainda mais em 2023, com o passivo social negativo alcançando R$ 32,2 milhões.

Apesar disso, o resultado do exercício (superávit ou déficit) vem mostrando sinais de recuperação. O déficit de R$ 6,47 milhões em 2020 caiu para R$ 2,01 milhões em 2021 e R$ 2,54 milhões em 2023, indicando melhora operacional, embora o clube ainda opere no vermelho.

O ajuste de avaliação patrimonial, item que considera a valorização de ativos como imóveis e patrimônio, também recuou: de R$ 78,3 milhões em 2021 para R$ 81,3 milhões em 2023, após ter alcançado R$ 84,9 milhões em 2022.

Busca por equilíbrio

Entre 2021 e 2023, o Paysandu enfrentou queda no ativo circulante, aumento das dívidas de curto prazo e diminuição do patrimônio líquido, embora tenha conseguido reduzir o déficit anual. Os números mostram que o clube ainda busca equilíbrio financeiro e precisa melhorar sua liquidez para atender às obrigações imediatas sem comprometer o futuro.

A divulgação do balanço de 2024 é aguardada com expectativa e será essencial para avaliar se a tendência de recuperação nas contas foi mantida ou se houve novos desafios com os investimentos mais recentes. Por ora, a transparência na gestão financeira segue como um ponto a ser aprimorado

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