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Remo fechou 2024 com prejuízo de R$ 13 milhões

A análise combinada da DRE e do Balanço Patrimonial de 2024 mostra que o clube possui um patrimônio robusto, porém, enfrenta liquidez restrita e alto nível de endividamento.

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Imagem ilustrativa da notícia Remo fechou 2024 com prejuízo de R$ 13 milhões camera Apesar do sucesso dentro das 4 linhas, o Leão Azul terminou 2024 com prejuízo milionário. | Foto: Samara Miranda/Clube do Remo

O futebol brasileiro se encontra num momento em que a sustentabilidade financeira deixou de ser algo facultativo aos clubes e sim uma obrigação por parte das gestões que comandam essas grandes entidades esportivas. O Clube do Remo, como uma das maiores forças do Pará, também se enquadra nessa exigência do mercado futebolístico, mas encerrou 2024 enfrentando sérios desafios financeiros.

Apesar de contar com um patrimônio robusto, o clube viu suas receitas em 2024 ficarem aquém das despesas, especialmente com os custos administrativos e com o futebol profissional. Segundo a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), publicada no final de setembro no portal da transparência do clube, o Leão Azul encerrou o ano com déficit de R$ 13.007.128, resultado negativo que reflete um descompasso entre receita e despesas.

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A receita operacional bruta e líquida alcançou R$ 38,2 milhões, um valor expressivo para os padrões do futebol regional, mas insuficiente diante dos gastos do clube. As despesas administrativas (custos de gestão, salários de funcionários e despesas de escritório) somaram R$ 19,7 milhões, enquanto as operacionais (gastos com o futebol, como pagamento de atletas, comissão técnica, viagens e manutenção de estádios) chegaram a R$ 30,6 milhões, elevando o resultado negativo antes do financeiro para R$ 12,1 milhões. Ainda que o clube tenha registrado uma pequena receita financeira de R$ 26,1 mil, ela foi insuficiente para compensar os gastos financeiros (juros de empréstimos e outras obrigações financeiras) de R$ 908,4 mil, consolidando o prejuízo no fechamento do exercício.

A situação revela a necessidade urgente de revisão na estrutura de custos e na geração de receitas, uma vez que a alta dependência de cotas de transmissão, patrocínios e bilheteria torna o clube vulnerável, especialmente quando a performance em campo não acompanha o planejamento financeiro, o que não foi o caso de 2024, no qual, ao final da temporada, o Leão Azul celebrou o acesso para a Série B, porém, as receitas geradas com os jogos finais da Terceironas não são fontes recorrentes de receita. Logo, não se deve contar com elas em todas as temporadas.

A elevada carga administrativa, que correspondeu a mais da metade da receita líquida, é outro ponto de atenção que exige práticas mais sustentáveis de governança.

Remo fechou 2024 com prejuízo de R$ 13 milhões
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Patrimônio sólido, baixa liquidez

O balanço patrimonial divulgado pelo Leão Azul revelou também que a temporada de 2024 terminou com déficit acumulado de R$ 4,02 milhões. Embora a agremiação azulina tenha um patrimônio expressivo, avaliado em R$ 166,8 milhões, os números expõem fragilidades financeiras que preocupam a gestão.

De acordo com o documento, a maior parte da riqueza do clube está concentrada em bens permanentes, como imóveis e estruturas esportivas, avaliados em R$ 164,3 milhões. Já os valores disponíveis em caixa e aplicações imediatas foram modestos: pouco mais de R$ 150 mil, acompanhados de créditos a receber e adiantamentos que elevaram o ativo circulante para apenas R$ 2,4 milhões. Essa disparidade indica baixa liquidez, ou seja, dificuldade para honrar compromissos imediatos.

Do lado das dívidas, o Remo somou R$ 28 milhões em obrigações, sendo R$ 17,1 milhões de curto prazo, que incluem compromissos trabalhistas (R$ 4,5 milhões), dívidas tributárias (R$ 3,7 milhões) e até ações judiciais que podem custar R$ 4,7 milhões aos cofres azulinos. No longo prazo, ainda restam R$ 10,8 milhões a pagar em tributos.

Apesar do patrimônio líquido de R$ 138,7 milhões, os resultados reforçam um alerta: o clube fechou 2024 gastando mais do que arrecadou, acumulando o déficit milionário. A fotografia contábil mostra que a instituição tem solidez patrimonial, mas enfrenta sérias dificuldades no curto prazo para equilibrar receitas e despesas.

Remo fechou 2024 com prejuízo de R$ 13 milhões
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Necessidade de gestão estratégica

A análise conjunta da DRE e do Balanço Patrimonial de 2024 revelou um clube com patrimônio sólido, mas com liquidez limitada e elevado endividamento. Enquanto o déficit operacional evidencia que as receitas não cobriram os custos e despesas, o balanço mostra que grande parte dos recursos está imobilizada em ativos de longo prazo, como estádios e sedes, dificultando o uso imediato para quitar dívidas de curto prazo.

O cenário indica que o Clube do Remo precisaria urgentemente adotar medidas estratégicas, incluindo contenção de despesas, otimização da estrutura administrativa, renegociação de passivos tributários e contingenciais, e incremento das receitas, seja por bilheteria, patrocínios ou transmissão de jogos. A combinação desses fatores será essencial para que o Leão Azul transforme sua robustez patrimonial em liquidez e sustentabilidade financeira, garantindo segurança operacional e competitividade no futebol regional.

Por fim, é importante ressaltar que todos os documentos citados são públicos e estão disponíveis no Portal da Transparência no site oficial do clube.

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